Boletim Informativo da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas Agosto/2001 - Nº 117
   

Estudo acusa rebaixamento do aqüífero Caiuá

Região nordeste paranaense sofre com a queda na produção dos poços tubulares no decorrer do tempo de exploração

O aqüífero Caiuá localizado na região nordeste do Paraná é responsável pelo abastecimento de mais de 21 cidades de pequeno porte (excetuando-se as cidades de Paranavaí e Umuarama) , exploradas pela Sanepar (Saneamento do Paraná) sob orientação da Surehma. Um estudo criterioso em aproximadamente 29 unidades de captação do aqüífero Caiuá, realizado pelo pesquisador, professor e presidente da ABAS, Ernani Francisco da Rosa Filho, detectou que a grande maioria dos poços tubulares sofreram queda na produção no decorrer do tempo de exploração.
A primeira constatação foi de que se tratava de um aqüífero semi-confinado (coeficiente de armazenamento na faixa de 10-3) e a grande dificuldade era a instalação de filtros porque todo o perfil dos poços era baseado na amostragem coletada com caçambas de máquinas percussoras. Os poços em construção são mais produtivos porque utilizam-se perfilagem elétrica para a instalação dos filtros. Mesmo com este avanço tecnológico, um dos grandes problemas está relacionado à taxa de bombeamento e o excesso de velocidade de entrada da água quando ela se engendra através dos filtros. Os efeitos deste excesso de velocidade são constatados pelo tempo, com a redução da capacidade específica do poço. O pesquisador afirma que por esta razão torna-se imprescindível que os técnicos que atuam na região considerem o fato afim de não perder poços tubulares como aconteceu na cidade de Iraima.
Para quem trabalha com poços neste tipo aqüífero, é fundamental não esquecer da análise hidráulica que deve ser feita com os dados obtidos de produção. Lembrando que nem sempre as vazões extraídas durante o teste acusam se o regime de fluxo encontra-se laminar ou turbulento. "A questão mais grave, sob meu ponto de vista, está intimamente relacionada com as indicações das vazões de produção que são recomendadas aos poços. Esta consideração já resultou em vida útil de poços de somente seis meses!", explica Ernani.
A análise permitiu identificar que as principais causas das quedas de rendimentos dos poços foram motivadas pelos excessos de velocidades de fluxos engendradas pelos filtros, estes por sua vez com áreas abertas muito reduzidas, e também pelo fato de alguns terem permanecido inativos por tempo excessivamente longo. Muitos trabalhos nesse sentido estão sendo apresentados em congressos. Não usar os procedimentos corretos é incorrer no risco de inviabilizar a captação de águas subterrâneas de um aqüífero muito rico em quantidade e de excelente qualidade sob o aspecto de potabilidade.

Olho: A questão mais grave, sob meu ponto de vista, está intimamente relacionada com as indicações das vazões de produção que são recomendadas aos poços. Esta consideração já resultou em vida útil de poços de somente seis meses!


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