Estudo acusa rebaixamento do aqüífero
Caiuá
Região nordeste paranaense sofre com a queda
na produção dos poços tubulares no decorrer do
tempo de exploração
O aqüífero Caiuá localizado na região
nordeste do Paraná é responsável pelo abastecimento
de mais de 21 cidades de pequeno porte (excetuando-se as cidades de
Paranavaí e Umuarama) , exploradas pela Sanepar (Saneamento do
Paraná) sob orientação da Surehma. Um estudo criterioso
em aproximadamente 29 unidades de captação do aqüífero
Caiuá, realizado pelo pesquisador, professor e presidente da
ABAS, Ernani Francisco da Rosa Filho, detectou que a grande maioria
dos poços tubulares sofreram queda na produção
no decorrer do tempo de exploração.
A primeira constatação foi de que se tratava de um aqüífero
semi-confinado (coeficiente de armazenamento na faixa de 10-3) e a grande
dificuldade era a instalação de filtros porque todo o
perfil dos poços era baseado na amostragem coletada com caçambas
de máquinas percussoras. Os poços em construção
são mais produtivos porque utilizam-se perfilagem elétrica
para a instalação dos filtros. Mesmo com este avanço
tecnológico, um dos grandes problemas está relacionado
à taxa de bombeamento e o excesso de velocidade de entrada da
água quando ela se engendra através dos filtros. Os efeitos
deste excesso de velocidade são constatados pelo tempo, com a
redução da capacidade específica do poço.
O pesquisador afirma que por esta razão torna-se imprescindível
que os técnicos que atuam na região considerem o fato
afim de não perder poços tubulares como aconteceu na cidade
de Iraima.
Para quem trabalha com poços neste tipo aqüífero,
é fundamental não esquecer da análise hidráulica
que deve ser feita com os dados obtidos de produção. Lembrando
que nem sempre as vazões extraídas durante o teste acusam
se o regime de fluxo encontra-se laminar ou turbulento. "A questão
mais grave, sob meu ponto de vista, está intimamente relacionada
com as indicações das vazões de produção
que são recomendadas aos poços. Esta consideração
já resultou em vida útil de poços de somente seis
meses!", explica Ernani.
A análise permitiu identificar que as principais causas das quedas
de rendimentos dos poços foram motivadas pelos excessos de velocidades
de fluxos engendradas pelos filtros, estes por sua vez com áreas
abertas muito reduzidas, e também pelo fato de alguns terem permanecido
inativos por tempo excessivamente longo. Muitos trabalhos nesse sentido
estão sendo apresentados em congressos. Não usar os procedimentos
corretos é incorrer no risco de inviabilizar a captação
de águas subterrâneas de um aqüífero muito
rico em quantidade e de excelente qualidade sob o aspecto de potabilidade.
Olho: A questão mais grave, sob meu ponto de
vista, está intimamente relacionada com as indicações
das vazões de produção que são recomendadas
aos poços. Esta consideração já resultou
em vida útil de poços de somente seis meses!
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