Boletim Informativo da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas Setembro/2001 - Nº 118
   

Utilização das águas subterrâneas no semi-árido
Evento reuniu mais de 200 pessoas e discutiu ações para a melhor gestão dos recursos hídricos subterrâneos na região semi-árida do nordeste brasileiro
A ABAS - Núcleo Pernambuco promoveu no dia 28 de agosto, o II Workshop Sobre a Utilização de Águas Subterrâneas no Semi-Árido Brasileiro. O evento foi realizado no auditório Beberibe, do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Após a abertura solene, foram discutido temas interessantes como "Potencialidade das Águas Subterrâneas na Região Semi-Árida", "As Perspectivas de Uso da Água Subterrânea para a Convivência no Semi-Árido", "Estado da Arte da Captação de Água Subterrânea: Tecnologia x Meio Ambiente", "A Intervenção do Governo Federal no Nordeste Brasileiro: de 1900 aos Dias Atuais", "Controle Social das Ações de Convivência com o Semi-Árido" e "A Importância de um Programa Permanente de Perfuração de Poços para Convivência no Semi-Árido". O II Workshop Sobre a Utilização de Águas Subterrâneas no Semi-Árido Brasileiro contou com um público de aproximadamente 200 pessoas formadas por políticos, técnicos e a sociedade em geral. "A finalidade do evento é cooperar com a apresentação de soluções que venham a minimizar o angustiante problema de falta d'água, vivenciado pelos nossos irmãos da região semi-árida do nordeste brasileiro", alegou Waldir Duarte Costa Filho, presidente da ABAS Núcleo Pernambuco.
Ao final das discussões, os organizadores apresentaram a "Carta do Semi-Árido Brasileiro" propondo várias ações para a gestão dos recursos hídricos subterrâneos:
¨A captação da água subterrânea deve ser considerada como uma das mais eficazes opções para a sustentabilidade no fornecimento de água para os diversos fins, na região semi-árida do nordeste brasileiro.
¨A alocação de recursos do setor público em obras de captação de água subterrânea deve levar em conta, além do desenvolvimento econômico da região semi-árida, também a fixação do homem no campo, através da concessão de meios que permitam uma convivência digna do sertanejo com as adversidades climáticas.
¨A explotação das águas subterrâneas deve ser efetuada a partir de planos de gestão integrados com os recursos hídricos superficiais, em que sejam consideradas as características naturais e hidrológicas de cada área específica, as condições sócio-econômicas da população, os interesses das comunidades e as peculiaridades de cada obra.
A gestão dos recursos hídricos subterrâneos deve ser conduzida respeitando os parâmetros técnicos desde o planejamento das obras, a sua construção, a sua manutenção e o seu monitoramento, buscando-se obter a excelência de qualidade.



¨O aprimoramento na qualificação tecnológica dos recursos humanos deve ser uma constante preocupação das empresas públicas e privadas que lidam em obras hídricas como a perfuração de poços tubulares, o principal veículo de captação das águas subterrâneas.
¨Tecnologias avançadas devem ser sempre adotadas na captação das águas subterrâneas, visando maximizar a qualidade da obra, a quantidade e qualidade da água captada e a preservação do manancial e do meio ambiente.
¨Investimentos maciços deverão ser efetuados pelo governo na educação da população do semi-árido, procurando incrementar a taxa de escolaridade e o estoque de conhecimento dos agentes produtivos, aumentando a sua capacidade de geração e assimilação de tecnologias adequadas ao meio.
¨Os setores público e privado juntamente com a sociedade civil organizada deverão fomentar um nível crescente de conscientização com relação a existência de oportunidades de aplicação de políticas específicas para o desenvolvimento do semi-árido.
¨Deverá ser desenvolvido um programa permanente de perfuração de poços, recuperação de obras, operação, manutenção e monitoramento, baseado em critérios técnicos.
¨Campanhas de esclarecimento público deverão ser encetadas, com divulgação de material educativo, bem como ser incentivada a criação de associações de usuários da água.
O evento foi coordenado por Dr. Waldir D.Costa, Dr. Guerino Edécio, Dr.Alarico A.F. Mont'Alverne (DNPM), Dr. José Lázaro Gomes e Dr. João Suassuna. O workshop recebeu patrocínio da Prominas, Chicago Pneumátic, Perenne, Compesa, Hidrodex, Ebara e Fortilit, além do apoio do Café Coringa, Água Mineral Lisboa e Buffet Adilson Fraga. "Na 'convivência com a seca' é imprescindível um intenso programa sério de perfuração de poços, tanto profundos, em terrenos sedimentares e rochas cristalinas ou ainda poços rasos, em aluviões dos rios. Nesse sentido, a ABAS propõe a discussão de idéias, propostas de alternativas e soluções para minimizar esse problema que entristece toda a população brasileira e que, infelizmente, vem sendo tratada, por oportunistas e maus administradores públicos, como mais uma oportunidade de se locupletarem do dinheiro público", finalizou Costa Filho.

Waldir Duarte Costa Filho
Presidente do Núcleo Pernambuco
inform@abaspe.org.br
wdcfilho@costa.com.br

ABAS Núcleo Sul promove encontro de perfuradores
A ABAS Núcleo Sul realizou nos dias 30 e 31 de agosto, o III Encontro de Perfuradores de Poços Tubulares do Rio Grande do Sul e o I Fórum do Uso e Qualidade das Águas Subterrâneas.
A terceira edição do evento aconteceu na Universidade de Caxias do Sul (UCS), no município de Caxias do Sul, localizado na serra gaúcha. O evento reuniu profissionais, meio universitário e empresas ligadas ao setor de águas subterrâneas. Durante o encontro, foram debatidos temas ligados a questão das águas subterrâneas, incluindo a participação da iniciativa privada e de empresas estatais na exploração das águas subterrâneas, qualidade dos serviços prestados, ética profissional, fiscalização, formatação de custos, preservação do meio ambiente, formação profissional, regulamentação do setor, mercado e o papel da ABAS neste setor de atividade.

Paralelo ao encontro, foi realizada a III Mostra de Serviços e Equipamentos, uma exposição com os mais recentes lançamentos do setor.

A System Mud, Sidrasul, Bombas Leão, Hidro Sistemas, Bombas Grundfos, Technomine, Bombas Vanbro, Bombas Dancor e Sidermetal marcaram presença na exposição. "A realização da terceira edição do evento o consolida no calendário nacional e faz deste Encontro um referencial para discussões de assuntos vinculados às questões que envolvam águas subterrâneas", afirmou o presidente da ABAS Núcleo Rio Grande do Sul, geólogo Arnoldo Giardin.
O III Encontro de Perfuradores de Poços Tubulares do Rio Grande do Sul teve apoio da Universidade de Caxias do Sul, portal www.perfuradores.com, HidroGeo Perfurações de Poços Artesianos, Bombas Grundfos e Bombas Leão. Mais informações na próxima edição.

Arnoldo Giardin
Caixa Postal 202
95.720-000 Garibaldi-RS
arnoldo@redesul.com.br
abasrs@euler.unisinos.br

Núcleo-RJ inicia ciclo de palestras
A ABAS-RJ promoveu no dia 21 de agosto, a palestra "Construção e operação de poços de captação de água através do sistema Building Operating Transfer (BOT): a experiência da Geoplan". A palestra faz parte de uma intensa programação formada por conferências e seminários, que serão desenvolvidos até o final do ano pelo Núcleo carioca.

O evento teve início às seis horas da tarde, no auditório do CREA e reuniu cerca de 50 profissionais do segmento de perfuração de poços tubulares. A palestra foi ministrada pelo geólogo da Geoplan Ltda, Fernando Zulian.
O evento contou com o apoio do CREA/RJ - Movimento de Cidadania pelas Águas, DRM-RJ, Cenpes - Petrobras, Geoplan, UFRJ - Setor de Geologia de Engenharia e Ambiental e BFU do Brasil.

Humberto José T. R. de Albuquerque

Conscientização e troca de conhecimentos
Primeiro Workshop de Águas Subterrâneas do Espírito Santo reuniu diversos representantes da sociedade civil e profissionais ligados aos recursos hídricos
A Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - Núcleo Minas Gerais, com o apoio da Sociedade Espiritossantense de Engenheiros Agrônomos realizou nos dias 13 e 14 de agosto, no Hotel Porto do Sol, em Vitória, o I Workshop de Águas Subterrâneas do Espírito Santo. O evento teve por finalidade conscientizar, informar, promover a troca de informações e ampliar o debate entre a sociedade civil e diferentes classes profissionais, que trabalham com recursos hídricos no Espírito Santo. Na abertura do simpósio, a mesa foi composta pelas seguintes autoridades: Gilmar Gusmão Dadalto, presidente da Sociedade Espitossantense de Engenheiros agrônomos; Celso de Oliveira Loureiro, presidente da ABAS-MG; José Onofre Pereira, Sub-secretário de Agricultura; Nyder Barbosa de Menezes, presidente da Federação de Agricultura do Estado do Espírito Santo; Maria de Fátima Guimarães Gouveia, vice-presidente da ABAS; Maria Alice Picoli, presidente da ABES-ES; Diomedes Maria Callman Berger, Seama - Secretaria de Assuntos para o Meio Ambiente e Sílvio Roberto Ramos, presidente do CREA-ES.


Entre os temas debatidos, "A Importância e Outorga de Água Subterrânea", "Programa de Monitoramento Hidroclimático", "Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água no Meio Rural", "Modelo de Operação de Poços Tubulares", "Salinização de Aqüíferos Costeiros", "Gestão Integrada de Recursos Hídricos Entre Mineração e Comunidade", "Contaminação de Aqüíferos", "Suporte Hidrológico a Estudos Hidrogeológicos", "Aspectos Legais e Avaliação da utilização da Subterrânea no Brasil", "e "Outorga de Águas Subterrâneas".

De acordo com Maria de Fátima Guimarães Gouveia, vice-presidente da ABAS Nacional e conselheira da ABAS-MG, o objetivo principal do I Simpósio de Águas Subterrâneas do Estado do Espírito Santo foi apresentar temas


atuais ligados aos diversos aspectos da água subterrânea. "A conscientização da sociedade sobre a utilização adequada dos recursos hídricos é uma necessidade, em função da evidente deterioração da maioria das coleções hídricas superficiais do Brasil. Desta maneira a água subterrânea, embora naturalmente mais protegida, também está susceptível às mesmas variações de qualidade da água superficial. A exploração da água subterrânea deve ser aprimorada com técnicas de locação, exploração de poços tubulares e adoção de medidas de proteção aos aqüíferos. Nesse sentido, o evento foi de extrema importância para o Espírito Santo", explicou.

Vale do Aço e o cenário das águas subterrâneas
A ABAS-MG e a ABES-MG (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental de Minas Gerais) e Unileste-MG (Centro Universitário Leste de Minas Gerais) promoveram no dia 30 de agosto, o evento "Cenário das Águas Subterrâneas no Vale do Aço - Desafios e Soluções". O evento realizado no Teatro do Unileste, discutiu questões relacionadas ao aqüífero subterrâneo do Vale do Aço. O aqüífero abastece as comunidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo. Durante o encontro, os palestrantes debateram a gestão adequada das águas subterrâneas, além de temas que trataram da preservação, exploração e vulnerabilidade do aqüífero.
Os palestrantes Ronaldo de Luca Gonçalves (COPASA-MG), prof. Celso de Oliveira Loureiro (SEUFMG), Prof Allaqua Saadi (IGC/UFMG) e Aldo da Cunha Rebouças (IGC/USP) debateram a disponibilidade hídrica para o abastecimento público, vulnerabilidade das águas, pressão urbana sobre os mananciais e gestão das águas subterrâneas. O evento terminou com a redação de uma carta sobre os desafios e soluções dos recursos hídricos subterrâneos no Vale do Aço. Mais informações na próxima edição.

Maria de Fátima G. Gouvêa
Vice-pres. eleita Abas-MG
e-mail: abasmg@gold.com.br
Fone: (31) 351-6363


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