Ao receber esta edição, que aliás
está mais gordinha, com 28 páginas, muitos dos leitoresestarão
se deliciando com as belezas de Recife, por ocasião do XII ENCONTRO
NACIONAL DE PERFURADORES DE POÇOS. Àqueles que não
forem, poderão acompanhar pelo ABAS INFORMA na próxima
edição, onde faremos uma cobertura completa do evento.
A se confirmarem as expectativas, será um retumbante sucesso
este Encontro.
Mas, sucesso macabramente absoluto mesmo, foi o ato
terrorista nos EUA, atingindo em cheio o planeta. Quem quer que tenha
planejado o atentado, conseguiu com certeza colocar um ponto vital de
separação na história da civilização
contemporânea. O mundo jamais será como dantes.
Todos os valores deverão ser redimensionados.
Os efeitos já se fazem sentir em toda a aldeia global. Fica a
confirmação fatal de que não existe lugar seguro
no mundo, depois de atingida no peito a superpoderosa águia americana.
Os valores culturais, com fortes apegos religiosos, mas com certeza,
com uma forte dose apimentada pela miserabilidade social do terceiro
e quarto mundos, certamente deverão ser analisados por uma outra
ótica, que não esta, dita liberal, que impõe a
concentração cada vez maior da riqueza mundial nas mãos
de poucos. Quem não estiver vendo desta forma, certamente não
entendeu o recado deflagrado pelos fanáticos que sucumbiram no
atentado. Longe de ser um ato isolado na geopolítica mundial,
ela carrega em si o estopim de uma escaramuça que pode crescer
exponencialmente, dependendo de como serão os próximos
lances do humilhado poderio americano.
No Brasil, os efeitos já se fizeram sentir,
afetando também nosso setor. A elevação do dólar
encarece as matérias primas, principalmente aquelas importadas,
como martelos, brocas e bits de perfuração. O setor de
exportação, apesar das vantagens do câmbio, também
já percebe os sinais de desaquecimento do maior comprador do
planeta. Isto, além de afetar a nossa balança de pagamentos,
internamente afeta no movimento dos negócios e geração
de empregos internos.
De que forma os fatos sucederão ninguém
consegue prever. Tamanho foi o susto, que os principais analistas mundiais
ainda não se recobraram e, ainda ensaiam algumas previsões
para os possíveis desdobramentos. Somente após muitos
anos, quando este fato se alinhar na evolução histórica
dos acontecimentos é que poderemos entender o que realmente significou
aquela cena do Boeing se dirigindo e atingindo em cheio a maior demonstração
do poderio econômico americano, e que para sempre ficará
na nossa retina. Algo realmente inimaginável, impensável,
assombroso, inacreditável, inenarrável, exceto se fosse
uma cena hollywoodiana. E, que colocou o mundo inteiro em sobressalto,
a espera com certeza de que outros lances poderão advir. A humanidade
assiste o seu desenrolar sem saber que talvez estejamos caminhando para
algum tipo de evolução, semelhante aquela que previu o
sábio Sufi Bahaí no final do século XIX: "Com
o tempo os homens aprenderão que a Terra é um só
país e os homens os seus cidadãos".
Até lá muita água vai correr
por baixo da ponte.
Boa leitura a todos e para aqueles que forem a Recife, nos veremos
com certeza.
Um abraço
José Roberto Ribeiro
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