Perfuradores
2001: Conhecimento, oportunidade & negócios
Encontro traz programação com cursos
técnicos, conferências e mesas-redondas, passeios e exposição
de produtos
De 14 e 17 desse mês, Recife se
torna a capital brasileira da água subterrânea com a realização
do maior evento de 2001: o XII Nacional de Perfuradores, promovido pela
ABAS-PE e ABAS-Nacional. O encontro representa uma excelente oportunidade
de negócios, autodivulgação de produtos e serviços
para a comunidade envolvida com perfuração de poços.
Já o Simpósio de Hidrogeologia do Nordeste tem como meta
a congregação do setor de maneira mais ampla com a água
subterrânea, dando-lhe a oportunidade de se atualizar e se reciclar
com o que vem sendo desenvolvido por outros profissionais e empresas,
ao nível de Nordeste e Brasil.
A programação técnica do evento
consta de três cursos técnicos, seis conferências
e quatro mesas-redondas. Na oportunidade serão apresentados um
total de 56 trabalhos técnico-científicos, um aumento
de 100% em relação ao último encontro nacional.
O evento conta ainda com 70 estandes vendidos e empresas de renome nacional:
Amanco, Anauger, Atos Automação, Bombas Leão, Cobrasper,
Compesa, Coperson, Coverco, CPRM, Corner Nordeste, Corr Plastic, Dancor,
Diamante Export, Drill Center, Druck Brasil, Ebape, Ebara, EBM, Grundfos,
Hidrogil, Johnson, Juper, KSB, Kukje, Kyocera, Lequip, Minério
Macaense, Perenne, Prohidro, Prominas, Resmat Parsch, Sampla, Sandvik,
Sidermetal, Sidrasul, Sondradrill, SHR/PE, System Mud, Technomine, Tigre,
Yvel, Waterloo e Würth Energia Solar. "Todos os espaços
para os perfuradores e expositores de materiais e equipamentos foram
negociados e isso representa a importância do encontro de perfuradores
para a comunidade de águas subterrâneas", contenta-se
Ernani Francisco da Rosa Cruz, presidente da ABAS.
O simpósio terá como sede o Centro de
Convenções localizado no limite entre os municípios
de Recife e Olinda, que estiveram sob colapso de abastecimento d'água,
principalmente nos anos de 1993 e 1998. Em 1998/1999 intensificou-se
a procura por água subterrânea, com a perfuração
de inúmeros poços em condomínios, casas comerciais,
shoppings, hospitais e indústrias. A captação desenfreada
de águas subterrâneas vem comprometendo as reservas de
aqüíferos em várias regiões do grande Recife,
notadamente do aqüífero Cabo, em Boa Viagem. Portanto o
XII Encontro de Perfuradores de Poços é uma excelente
oportunidade de conhecer os aprimoramentos da tecnologia para prospecção,
explotação e proteção das águas subterrâneas.
Além disso é uma ocasião de trocar idéias
com fornecedores, fabricantes de equipamentos, pesquisadores, professores
e demais profissionais que trabalham no ramo.
Mensagem aos participantes do encontro
É com grande satisfação
e na condição de sócio fundador da ABAS, que redijo
este texto ao público que participará do XII Encontro
Nacional de Perfuradores de Poços Tubulares, que realizar-se-á,
concomitantemente com o IV Simpósio de Hidrogeologia do Nordeste.
Essa atividade tem função histórica,
pois iniciou-se em 1979 em São Paulo e foi fundamental para alavancar
a existência da nossa Associação.
Evidentemente, Pernambuco, conta com muitas belezas
naturais, um povo hospitaleiro e principalmente, prima de um pioneirismo
nas ciências acadêmicas e na perfuração .
Sendo também, detentora de um significativo número de
especialistas na área de Hidrogeologia.
Tudo isso, nos oportuniza a estarmos juntos debatendo
os assuntos que são de interesse nacional e envolvem a Legislação
dos Recursos Hídricos, Gestão dos Aqüíferos,
Novas Tecnologias para a Perfuração e Complementação
de Poços, Operação e Manutenção de
Poços Tubulares e todas as práticas que modernizam o bom
uso e a preservação das águas subterrâneas.
Atualmente, o insumo, tornou-se um fator básico
e indispensável a todas as atividades, no seu mais amplo aspecto
e baseado neste fator, estimo votos que todos os participantes, sejam:
hidrogeólogos; perfuradores; fabricantes de produtos; distribuidores
e geólogos, unam-se cada vez mais, na busca de estudos aprofundados,
pesquisando e preservando nossas reservas, somando assim, esforços
para conseguirmos uma duradoura inexauribilidade das reservas subterrâneas.
Somos senhores de uma sociedade que demanda de mudanças
rápidas, e talvez, mudanças mais rápidas ainda,
virão a nossa frente. O Brasil, na pessoa de nossos governantes,
junto aos cidadãos, não podem abnegar o assunto. O problema
vem se agravando cada vez mais e a poluição ganhando espaço
nas águas superficiais através da contaminação
por resíduos industriais, pelas redes de esgoto e tantas outras
formas de agressão ambiental que poderia nesse momento destacar.
Agradeço a oportunidade e congratulo-me com
a Comissão Organizadora, desejando a todos uma ótima estada
em nossa querida Recife.
olho: Somos senhores de uma sociedade que demanda de
mudanças rápidas
Joel Felipe Soares
Tesoureiro da ABAS Nacional
Perfuradores/2001: Panorama das
águas subterrâneas em Pernambuco
Legislação de águas subterrâneas
do Pernambuco é considerada a mais completa por abordar aspectos
do uso e preservação, além da recarga de aqüíferos
O estado de Pernambuco, com cerca de
100.000 km2, possui 85% do seu território representado por rochas
cristalinas, nas quais o "aqüífero fissural" possui
como características principais, a baixa produtividade e salinidade
das águas. Com efeito, nos aproximadamente 9 mil poços
cadastrados nesse aqüífero, a média de vazão
é da ordem de 1,5 m3/h e os sólidos totais possuem um
valor médio em torno de 2.000 mg/L. Os 15% de aqüíferos
intersticiais, são representados pelas bacias sedimentares costeiras
denominadas de Bacia Pernambuco Paraíba e Bacia do Cabo, além
das bacias interiores do Jatobá, Araripe (na divisa com os estados
do Ceará e Piauí) além de pequenas bacias que representam
manchas residuais de uma antiga cobertura mais ampla, como as bacias
de São José do Belmonte, de Fátima, de Mirandiba
e Betânia, todas na bacia hidrográfica do Rio Pajeú,
e a de Cedro, na bacia do Rio Terra Nova.
As bacias sedimentares costeiras contêm mananciais
hídricos que vêm sendo explotados para o abastecimento
complementar da Região Metropolitana do Recife, com um total
captado da ordem de 5 m3/s, sendo 40% explotado através da empresa
concessionária dos serviços de abastecimento d'água
e saneamento - COMPESA - e a outra parte por particulares, principalmente
condomínios residenciais. Das bacias interiores, apenas a de
São José do Belmonte se acha densamente explotada, sobretudo
para irrigação de pequenos lotes (da ordem de 5 a 20 ha)
com horticultura e fruticultura, enquanto a de Jatobá e de Fátima
estão com recentes captações para abastecimento
complementar de cidades interioranas, como Arcoverde, Flores, Custódia,
dentre outras.
O controle da explotação
A legislação de águas subterrâneas
do estado de Pernambuco é considerada como a mais completa por
abordar amplos aspectos do uso e preservação desse manancial,
inclusive a definição de áreas de proteção,
a recarga de aqüíferos, a preocupação com
os poços abandonados e o desperdício de poços jorrantes
não controlados, dentre outros aspectos.
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos, tomando
por base estudos hidrogeológicos realizados pela Universidade
Federal de Pernambuco em convênio com entidade do Canadá
(IDRC), determinou o zoneamento de explotação da área
urbana da cidade do Recife, proibindo a perfuração de
novos poços numa área onde a sobre-explotação
vem acarretando rebaixamentos acentuados de níveis, com riscos
de exaustão localizada, salinização do aqüífero
(já ocorre em grande parte de Boa Viagem e bairros centrais do
Recife) e até mesmo, um risco potencial de subsidência
regional.
A gestão das águas subterrâneas
do estado de Pernambuco vem se fazendo, a partir de janeiro de 1999
pela secretaria de governo criada naquela data com o nome de Secretaria
de Recursos Hídricos - SRH. Considerando que uma parcela da gestão
se relaciona com os licenciamentos das obras de captação,
uma outra secretaria de estado participa desse processo, que é
a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, de vez que
o órgão ambiental ligado a esta secretaria, no caso a
CPRH-Companhia Pernambucana de Controle da Poluição Ambiental
e Administração de Recursos Hídricos é a
responsável pela concessão das licenças de instalação
- LI - e de operação - LO - indispensáveis para
a perfuração de um poço. O processo é encerrado
com a liberação do documento de outorga de uso da água,
concedido pela SRH.
Sob o ponto de vista legal, o estado de Pernambuco,
juntamente com São Paulo e Minas Gerais, são os únicos
que possuem uma lei específica para gestão das águas
subterrâneas, já normatizada por decreto. Outros cinco
estados da União possuem lei específica, porém
ainda lhes falta a devida regulamentação.
A partir da aprovação da Lei 11.427
em 17/01/97 ( e posterior regulamentação - Decreto no
20.423 de 26/03/98, o governo do estado passou a controlar a explotação
das águas subterrâneas, através da exigência
das licenças e outorgas. No período de 1998 a 2.000, foram
solicitadas 1.123 pedidos de licença de instalação,
embora que somente 617 (ou 55%) tenham sido finalmente outorgadas. Esse
fato mostra que, apesar da existência de instituição
adequada e de legislação específica, muitos dos
proprietários de poços que receberam a licença
de instalação (e foram realmente executados), não
foram solicitar a licença de operação, nem muito
menos a concessão da outorga.
Evidentemente que, a deficiência numérica
de fiscais, tanto da CPRH como da SRH, têm impedido que esse processo
venha a se desenvolver em sua plenitude e, é de se esperar que,
além dos poços que foram licenciados (LI) e não
outorgados, muitos outros tenham sido perfurados de maneira totalmente
clandestina, não apenas para evitar os pagamentos das taxas de
licença, como ainda, para burlar a limitação de
vazão imposta pelo zoneamento e até mesmo a proibição
de perfuração na denominada "Zona A" de Boa
Viagem.
Durante os anos de 98/99, quando uma seca intensa
chegou a afetar até a zona costeira do estado, e os mananciais
de superfície ficaram quase exauridos, houve uma verdadeira "corrida
do ouro" em busca do poço, tendo atuado naquele período
cerca de 25 empresas de perfuração vindas de várias
partes do Brasil. As empresas locais aumentaram as suas frotas de perfuratrizes,
chegando algumas a possuir mais de dez equipamentos em uso simultâneo.
Situação atual
O número de poços existentes atualmente
na RMR deve situar-se entre 4,5 mil e 5 mil, explotando aqüíferos
em regime de quase exaustão. A própria COMPESA perfurou
entre 2000 e 2001 , 40 poços para captação de 1
m3/s do total. O número de empresas de perfuração
atualmente é de apenas 18 (dezoito), com capacidade para perfuração
de aproximadamente 40 poços por mês, ou quase 500 por ano.
Muitos desses poços são perfurados para atendimento ao
comércio de "carro-pipa" que explotam volumes muito
superiores àqueles captados por condomínios residenciais,
vendem a água sem qualquer preocupação com a preservação
do aqüífero e não deixam nada para o Estado, detentor
do domínio dessas águas, de vez que a cobrança
pelo uso da água ainda não foi regulamentado pelo poder
público. "A única solução que recomendamos,
no momento, será a realização de recarga artificial
dos aqüíferos a partir da rede de drenagem superficial.
Vamos apresentar um trabalho nesse sentido durante o XII Encontro Nacional
de perfuradores de Poços", explicou Waldir Duarte Costa
Filho, presidente da ABAS-PE.
A SRH licitou e deverá iniciar no próximo
mês de outubro, um estudo de avaliação da real situação
hidrogeológica do Recife/Olinda/Aldeia, para atualização
dos dados do Projeto HIDROREC executado pela UFPE/IDRC em 1995/98, e
definição de uma política de gestão, onde,
certamente, deverá incluir a recarga artificial dos aqüíferos
da região.
Olho: O número de poços existentes atualmente na RMR deve
situar-se entre 4,5 mil e 5 mil, explotando aqüíferos em
regime de quase exaustão
Colaboração: Waldir Duarte Costa Filho
e Waldir Duarte Costa
Fiscalização em nome do bem estar
das águas subterrâneas
O Sindpoços - Sindicato
dos Perfuradores de Pernambuco - foi fundado em agosto de 2000 por iniciativa
de um grupo de empresários do ramo que sentiu a necessidade de
congregar esforços no sentido de profissionalização,
qualificação técnica e de gestão das empresas
do setor. O sindicato representa para Pernambuco e o Nordeste um marco
do compromisso do empresariado com uma maior interação
com a sociedade e o setor de águas subterrâneas.
De acordo com a entidade, existem 18 empresas regularmente
estabelecidas e um número indefinido de empresas informais no
estado. O objetivo principal do sindicato é trazer para a regularidade
o grande contingente de informais para melhor qualificação
dos serviços prestados no mercado. "Nossa intenção
é conscientizar e intervir junto às autoridades fiscalizadoras
competentes para que o trabalho informal não venha a comprometer
os mananciais causando danos irreparáveis ao meio ambiente e
às populações", garante José do Socorro
Batista, presidente do Sindpoços..
O índice de adesão das empresas regularmente
estabelecidas é bom, mas ainda existem dificuldades dadas às
exigências documentais e de qualificação técnica,
imprescindíveis à filiação. Além
das prerrogativas e deveres que incumbem a toda representação
sindical, o Sindpoços tem a importante missão de contribuir
para a melhoria de qualificação técnica de seus
associados, de modo que estejam aptos e atentos a prestarem seus serviços
dentro dos mais modernos padrões de qualidade e preservação
do meio ambiente.
Presidente - José do Socorro Batista -
Prohidro
Vice-presidente - Tereza C.Campos - Acquagesp
Vice-presidente executivo - Antônio Carlos Valença
- Polipoços
Diretor financeiro - Alexandre de Amorin Barbosa - B & F
Diretor financeiro adjunto - Walter Pessoa de Barros - WB Perfurações
Diretor de Planejamento e Promoções - Francisco
Benjamin Neto - Polipoços
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