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Águas subterrâneas, contaminação e estiagem

A 19ª edição do Congresso Brasileiro de Águas subterrâneas será realizada na cidade Campinas, interior de São Paulo. Um dos fatores preponderantes para a escolha da cidade foi o fato da Região Metropolitana de Campinas, assim como a de São Paulo, apresentar grande vulnerabilidade dos sistemas de armazenamento de água quando submetidos a alterações climáticas sazonais de impacto, como a grave estiagem que ocorreu em 2015. No ano passado, 17 cidades da região estiveram em estado de alerta para o desabastecimento e 47 em risco.

Em todo o planeta, as questões ambientais envolvendo as águas se multiplicam com o acréscimo de novas fontes de contaminação de solos, de águas subterrâneas e de novos cenários de aquíferos contaminados. Isso levou também ao aprimoramento do conhecimento hidrogeológico, com novos temas, o desenvolvimento de melhores técnicas de análise, a busca por boas práticas e procedimentos para a solução dos problemas.

Para o presidente da ABAS,  Cláudio Oliveira , apesar do Brasil ser conhecido por abrigar em todo seu território, expressivos mananciais hídricos subterrâneos, representados pelos aquíferos, e da grande capacidade para atender a demanda, é necessário fazer uso racional e consciente da água subterrânea. Os riscos da superexploração em alguns trechos são grandes, assim como da contaminação dos aquíferos e do desperdício.

“Por falta de cultura, sempre nos vimos como um país com água abundante, mas poucos estão preocupados com ela. As águas subterrâneas são importantes para a formação dos rios e grande parte do abastecimento no país. Se não houver planejamento e fiscalização, esse recurso também estará ameaçado com consequências terríveis”, alerta.


Um pouco mais sobre águas subterrâneas

A disponibilidade hídrica no Brasil, é segundo a ABAS, de 350 mil m3 por pessoa. Em Israel, por exemplo, é de 30 mil m3 e não existe preocupação com falta de água, pois a gestão é eficiente. O sistema hídrico israelense depende integralmente de poços artesianos. No Brasil, apesar da grande quantidade de água, existe o risco de escassez pela falta de infraestrutura e de gestão adequada de recursos.

Há também a questão geográfica – a grande concentração de água não está necessariamente onde existe mais necessidade dela.

De acordo com estudos hidrológicos recentes, as águas subterrâneas possuem volume cem vezes maior do que as águas doces superficiais (presentes nos rios, lagos, córregos e etc.). Em algumas localidades, as águas subterrâneas afloram das rochas com temperaturas elevadas.

As águas subterrâneas podem, assim como as superficiais, enfrentar problemas relacionados à poluição decorrente, principalmente, da contaminação do solo por produtos químicos de origem agrícola (pesticidas), industrial (chumbo e outros metais pesados) e residencial (esgoto doméstico).

Os mais  importantes aquíferos brasileiros são: Barreiras (costa nordeste e norte do Brasil); Solimões e Alter do Chão (Amazônia); Cabeças, Serra Grande e Poti-Piauí (estados do Piauí e Maranhão); Açu (no Rio Grande do Norte) e São Sebastião (na Bahia).