Boletim Informativo da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas Junho/2001 - Nº 115
   

A qualidade da água subterrânea

Pesquisas e análises hidrogeológicas seguindo os padrões da ABNT são cada vez mais freqüentes na perfuração de poços tubulares

     O crescente interesse pela exploração de águas subterrâneas tem exigido serviços técnicos especializados, normatizados e conclusivos sobre a quantidade e a qualidade da água a ser explorada. Os profissionais geólogos estão habilitados a desenvolver os estudos, pesquisas, levantamentos, análises, consultoria e execução de obras e serviços relacionados a construção de poços tubulares para captação de água subterrânea. A quantidade de água produzida por um poço, o teste de produção, a definição do rebaixamento, a recuperação, o ponto de equilíbrio da vazão a ser bombeada e a capacidade do aqüífero são importantes no estudo de proteção de fontes de águas minerais, no modelamento de aqüíferos em áreas poluídas, rebaixamento dos lençóis em áreas de minerações, e, outros estudos hidrogeológicos já bastante comentados aqui no ABAS INFORMA.
     A qualidade da água captada nos poços também faz parte dos estudos e sinalizam que é o momento ideal para instalação de firmas especializadas em análises de água subterrânea. A situação se deve principalmente ao fato das análises serem realizadas no Instituto Adolf Lutz, o que ocasiona morosidade no processo devido ao grande volume de análises diárias. Perfurar poço hoje é sinônimo de laudo técnico sobre a água comprovando a análise físico-químico e bacteriológica.

     Na utilização em empreendimentos agrícolas, industriais e para consumo podem ser aplicadas 04 (quatro) tipos de análises:
     Potabilidade: Seguem as normas da Saúde Pública e os resultados dependem de análises dos parâmetros físicos, químicos, bacteriológicos e organolépticos;
     Contaminantes: Seguem as normas da Saúde Pública e Ambientais e os resultados dependem de análises dos parâmetros fisico-químicos e biocidas;
     Químicos: Seguem as normas construtivas ABNT e outras como BRGM, APHA para definição de corrosão, incrustação, ácido-base, através de análises químicas e elaboração de gráficos;
     Potabilidade mineral: Seguem as normas da Vigilância Sanitária e do Código de Águas Minerais para verificação da concentração de compostos químicos ( cátions e ânions ) diluídos naturalmente nas águas subterrâneas, que através da composição dos sais minerais é classificada a água, relacionado ao aquífero, e verifica a existência de contaminantes bacteriológicos, metálicos e biocidas.
     Estes tipos de análises podem ser mistas ou segmentadas dependendo do interesse do empreendimento, através de pesquisa hidrogeoquímica para definição de uma jazida de águas minerais, ou por monitoramento ambiental para rastreamento de elementos contaminantes e definição do grau de contaminação de um aqüífero, para estudos hidrogeológicos e respostas estimuladas na verificação de compostos minerais de uma formação geológica, camadas litológicas, zonas de fraturas a falhamentos, etc. O valor das análises variam de acordo com a intensidade do trabalho. Um monitoramento de poço por exemplo, que analisa bactérias, coliformes e contagem de anaeróbicos custa em torno de R$ 100,00. Já um NTA 60 completo, custa em torno de R$ 500,00 e uma Portaria 36 Federal, que verifica presença de agrotóxicos, cátions, ânions, entre outros corpos não sai por menos de R$ 1.500,00. A fiscalização da Cetesb está mais atuante, as empresas estão preocupadas em monitorar os agentes poluidores e os perfuradores estão conscientes de que devem seguir as normas da ABNT.


Luís E. Spiller
Geólogo Consultor e proprietário
da Geominas - Serviços
Geológicos a Laboratoriais.
e-mail: spiller.geól@terra.com.br
Fone/fax: (17) 5211-1747


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