Preços
baixos assustam o mercado de perfuração
"As
grandes perfuradoras garantem que a atividade está sendo
banalizada pelos próprios perfuradores que executam trabalhos
de baixo custo"
O Brasil tem hoje, mais de mil
empresas perfuradoras e outras tantas sem qualquer cadastro,
vivendo na informalidade. Perfurar poços tornou-se a
fonte de renda de muitas empresas clandestinas, que apostam
nas águas subterrâneas como geradora de recursos
financeiras. Na maioria das vezes, a ação dos
clandestinos vêm acompanhadas de problemas e causa indignação
nas grandes empresas que possuem no seu quadro funcional geólogos,
hidrogeólogos e técnicos. A situação
financeira do país e a livre concorrência com as
perfuradoras clandestinas provocam uma séria discussão
em todo o país. As grandes perfuradoras garantem que
a atividade está sendo banalizada pelos próprios
perfuradores que executam trabalhos de baixo custo, sem qualidade
técnica ou profissional. Mas a discussão nem sempre
se restringe a essa situação, há por exemplo
empresas tradicionais praticando preços fora do contexto.
A polêmica é real.
Recentemente em uma licitação da Unidade da Petrobras
em São Mateus, no Espírito Santo, onde a discrepância
de valores ficou evidente, assim como a inexistência de
uma homogeneidade de preços entre as empresas perfuradoras.
A licitação propunha a perfuração
de 30 poços de 12 ¼ de diâmetro e revestimento
de 6 polegadas. No total, 13 empresas de várias regiões
do Brasil participaram da concorrência mostrando a grande
diferença de preços praticados no mercado de perfuração.
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O
preço mínimo ficou entre as empresas que vamos chamar
de 1 e 2, que apresentaram valores de R$ 113,00/m e R$ 142,10/m, respectivamente.
O preço médio ficou em torno de R$ 195,50/m, na concorrência
entre 9 empresas. Já o preço máximo são
das empresas 12 e 13, que apresentaram valores de R$ 562,75 e R$ 573,27.
O que chama a atenção
é que na lista de concorrência aparecem grandes empresas,
outras de médio porte, e ainda algumas sem nenhuma tradição
no mercado com trabalhos de caráter regional. E o mais estranho
ainda é que uma empresa de importante tradição
no mercado encabece a lista com o menor valor da concorrência,
praticando preços fora do contexto nacional, já que
o valor de R$ 113,00/m, está bem abaixo do preço médio
fixado em R$ 195,50. Procurado pelo ABAS INFORMA, o representante
da empresa 1 não quis comentar a situação. "Não
vou discutir fofoca. Não tenho culpa se os meus concorrentes
são incompententes", disparou.
Vários perfuradores vem se reunindo
na tentativa de informar ao usuário, que os preços muito
inferiores têm prejudicado a qualidade dos serviços.
A proposta é a concientização do usuário,
evitando a contratação das empresas clandestinas e prejuízos
em todo o setor de perfuração.
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