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Tragédia
e desastre em Minas Gerais
"O
desastre ambiental foi de grande abrangência,
a lama correu por vários quilômetros,
ocasionando a destruição da fauna e flora"
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O rompimento
de uma barragem de rejeitos de minério de ferro no dia 22 de
junho gerou uma tragédia "humana" e um desastre ambiental
na região de São Sebastião das Águas Claras,
município de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Morreram cinco trabalhadores da Mineração Rio Verde e
até agora foram resgatados apenas dois corpos. Os bombeiros ainda
não encontraram os demais desaparecidos e é pouco provável
que obtenham sucesso nas buscas.
O desastre ambiental foi de grande abrangência, a lama correu
por vários quilômetros, ocasionando a destruição
da fauna e flora que ocupavam os talvegues à jusante da barragem,
que foram encobertos com 10 a 30 metros de lama. Entre outros danos,
a lama rompeu uma adutora de água da COPASA e a tragédia
poderia ter sido maior caso o rompimento ocorresse no fim de semana,
pois esta é uma importante área de lazer da população
de Belo Horizonte.
Foto:
Jornal "O Estado de Minas", edição de 24 de
junho de 2001
Por se
tratar de uma barragem de rejeitos de lavagem de minério de ferro,
não existe risco de contaminação com substâncias
tóxicas, pois a lama era formada basicamente de finos de hematita
e argilas. No entanto, são necessárias providências
urgentes de contenção dessa lama, antes do inicio do período
chuvoso, pois poderá afetar a principal captação
de água de Belo Horizonte localizada à jusante no Rio
das Velhas.
A barragem estava situada ao lado da estrada que liga a BR-040 à
São Sebastião das Águas Claras. A disposição
de rejeitos teve início ocupando uma antiga cava da mineração,
que após totalmente preenchida foi alteada por mais 20 metros.
Ao que tudo indica, o que era uma ótima condição
de recuperação de uma cava de mina acabou se transformando
em uma tragédia, devido ao alteamento.
Acidentes desta natureza fazem emergir a reflexão sobre o ocorrido,
principalmente quando a imprensa veicula informações que
já sabemos, entre outras, "O DNPM possui apenas quatro geólogos
e quatro engenheiros de minas para fiscalizar todo o Estado de Minas
Gerais". A tragédia "humana" não tem como
recuperar, restando-nos apenas a dura lição, já
o desastre ambiental, com mais ou menos tempo poderá ser mitigado.
O Brasil é um dos principais países do mundo com alta
capacitação na área de mecânica de solos
e geotecnia. Minas Gerais também possui excelentes profissionais
com ampla experiência acumulada na disposição de
rejeitos de mineração e não precisávamos
passar por esta.
Antônio
Carlos Bertachini
Geólogo, Sócio da MDGEO
Serviços de Hidrogeologia Ltda.,
empresa especializada na
prestação de serviços para a
área de mineração
e-mail: mdgeo@gold.com.br
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