Burocracia Equivocada A prefeitura municipal de Santo
André, situada na região do ABC, na grande São
Paulo, está exigindo dos responsáveis técnicos
das empresas perfuradoras de poços tubulares, a apresentação
antecipada do projeto completo do poço, para que seja liberada
a perfuração do mesmo. Até aí, tudo bem!
As empresas perfuradoras precisam mesmo apresentar prova do protocolo
de seu requerimento de Outorga de Licença e Execução
de projeto de poço tubular junto ao DAEE/SP em cumprimento à
Portaria DAEE 717/96. Mas, após a apresentação
do documento a prefeitura passa a exigir "Alvará de Uso
do Solo", o que é no mínimo surpreendente, para não
dizer outra coisa. No projeto de um poço tubular profundo o que
menos interessa é a participação do solo. Todo
projeto bem elaborado tecnicamente, prevê o isolamento do aqüífero
a ser captado, através da execução do revestimento
do capeamento de solo atravessado, com um espesso anel de concreto.
Portanto, como justificar o requerimento de um alvará, para o
que não vai ser usado?? Se se tratasse, por exemplo, do projeto
de um arquiteto para ajardinamento, com essências aromáticas,
de uma área de um condomínio residencial, vá lá!
Mas no caso de um poço tubular, não! Além do mais, como o caso
em análise, trata-se realmente, de um condomínio residencial,
o referido "Alvará de Uso do Solo", já deve
ter sido concedido para a construção do edifício.
Por outro lado, considerando que a prefeitura de Santo André
opera o Serviço Autônomo de Águas e Esgoto, a perfuração
de um poço com recursos de terceiros, é uma prática
que deveria ser incentivada, uma vez que gera recursos para a municipalidade
só com a instalação de um hidrômetro para
a cobrança da parcela referente ao esgoto. A atitude do setor responsável pela liberação da perfuração de poços da prefeitura de Santo André precisa ser repensada a sua atuação, antes que as empresas perfuradoras comecem a dispensar seus empregados, ou se mudar para outros municípios menos exigentes neste aspecto, agravando-se assim, o quadro social de desemprego na região. Olho: Portanto, como justificar o requerimento de um alvará, para o que não vai ser usado? Geólogo Roberto Antônio Monforte |
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