Maringá quer investir na captação de águas subterrâneas

     Paraná - Maringá tem projeto para substituir sua fonte captadora de água do rio Pirapó pelo Aqüífero Guarani, que são rochas arenosas, com maior capacidade de produção, localizadas abaixo do basalto. A sugestão foi feita pelo geólogo Ernani Rosa Filho, doutor em águas Subterrâneas, lembrando que aproximadamente 40 cidades paranaenses já adotaram esse modelo. Doutor no assunto, pela Universidade de Wuszburg, na Alemanha e presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, Ernani ressaltou os benefícios da captação de águas subterrâneas, porém, insistiu na necessidade de se investir numa investigação sobre o assunto. "A cidade está sobre o Aqüífero Guarani, o que não se pode é descartar essa possibilidade", resume ele, ao prever o resultado de pesquisa nesse campo. "Na Europa, cerca de 70 a 80% do abastecimento é feito dessa forma. Na Austrália, esse índice chega a 99%", completa.

     O pesquisador afirma que o Aqüífero Guarani garante água de ótima qualidade a um custo 80% inferior à captação de rios. "Quando chove aumenta a dificuldade para tratamento da água e quando há seca há problemas de produção", resume, ao se referir ao rio Pirapó. Em busca de reduzir gastos é comum, especialmente os condomínios, optarem pela perfuração de poços artesianos. Essa alternativa pode comprometer a qualidade da água que está sendo consumida e num futuro próximo, a capacidade de produção. A cidade de Maringá tem mais de 500 poços. "A perfuração inadequada pode levar à perda do poço", alerta, ao se referir à necessidade de se respeitar distância entre eles. A projeção adequada para perfuração é fundamental. Além desses aspectos, o professor adverte quanto à necessidade de acompanhamento da qualidade da água a fim de verificar, por exemplo, nível de flúor e ferro. "Para garantir essa qualidade são necessárias análises clínicas e bacteriológicas", diz. "Aparentemente, parece que o poço é uma fonte inesgotável, mas não é", lembra Ernani.

Fonte: site da ANA - Agência Nacional de Águas

IRD realiza estudos em águas subterrâneas

 A missão é contribuir para o bem estar da população, através de
estudos pelo centro de referência nacional nas áreas de radioproteção

     As grandes metrópoles brasileiras são abastecidas por águas superficiais e tratadas, enquanto uma grande parte da população rural não tem acesso à água tratada, consumindo água subterrânea. Normalmente, a qualidade destas águas não é avaliada, podendo ser foco de problemas para a saúde. Ainda, no Estado do Rio de Janeiro se desconhece o potencial hídrico subterrâneo, que pode ser considerado reserva estratégica.

     O Rio de Janeiro carecia de um centro de referência em pesquisas e estudos sistemáticos nesta área. Dentro do contexto, foi estruturada a Rede de Geotecnologia em Águas Subterrâneas (RESUB) com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O principal objetivo da RESUB é gerar e agregar competências, buscando a parceria entre instituições que trabalhem nos diversos aspectos relacionados com as águas subterrâneas e instituições clientes ou usuárias do recurso. Entre os objetivos está a geração de informações técnicas que auxiliem às prefeituras municipais e os órgãos do governo que utilizarem racionalmente os recursos hídricos subterrâneos para o abastecimento de comunidades não servidas pelo sistema público. A RESUB é formada por oito instituições, sendo quatro universidades (UFF, UFRJ,UFFRJ, e PUC), duas instituições do governo federal (IRD/CNEN e CPRM) e duas instituições do governo estadual (EMATER e DRM).

     O Departamento de Proteção Radiológica Ambiental DEPRA/IRD participa da RESUB desde 1999 e o projeto conjunto de maior envergadura foi a avaliação do potencial hidrogeológico nos municáipios de Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio. Neste projeto coube ao DEPRA a coordenação da amostragem dos 74 poços de água, a avaliação radiológica da qualidade das mesmas e a participação ba integração de todos os dados gerados.

     Como produto deste projeto foram gerados relatórios contendo banco de dados, mapas temáticos, avaliação de água quanto à potabilidade e cartas de potencial hidrogeológico, os quais foram entregues às autoridades municipais das prefeituras envolvidas e às instituições de fomento (FAPERJ e FINEP). Este trabalho deverá agora se estendido para a região norte fluminense, compreendendo os municípios de São Francisco de Itabapoana e o de São João da Barra.

olho: Grande parte da população rural não tem acesso à água tratada, consumindo água subterrânea. Normalmente, a qualidade destas águas não é avaliada, podendo ser foco de problemas para a saúde

Canadá proíbe exportação de água

     O governo canadense está proibindo de forma definitiva toda a exportação maciça de água que seja feita por caminhões, navios ou canais de derivação. Mas as exportações de água subterrâneas através de vasilhames de 20 litros ou menos permanecem liberadas. O ministro do Meio Ambiente e Água, André Boisclair, disse que a água não pode ser considerada como uma simples mercadoria e que o Canadá, que dispõe de 3% das reservas mundiais de água doce, tem um papel de fiel depositário perante as futuras gerações. "A água faz parte do patrimônio coletivo dos canadenses e nós não desconhecemos que estas retiradas maciças podem causar danos a nossos ecossistemas" declarou o ministro.

Fonte : Ministère de l'Environnement - Québec

 

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