Mensagem
aos Associados
Aleluia!
O Rio Grande do Sul tem algumas singularidades.
De uma delas foi iniciada a desobstrução. Isto porque
foi promulgada uma liminar para que um usuário de poço
em área urbana tenha assegurado seu direito de acesso à
fonte alternativa de água, em relação ao abastecimento
público. No caso, um poço tubular em um condomínio.
Aqui (no RS), há uma lei e um conseqüente decreto que obriga,
este, ao proprietário de poço em zona urbana usá-lo
apenas para irrigação ou para fins industriais. Tais instrumentos
datam da década de setenta e, pois, refletem a mentalidade de
então. Há neles uma má interpretação,
normal para a época em que foram editados, do que seja um poço
tubular para a produção de água e do que seja a
água subterrânea. De qualquer maneira, mantêm-se
ambos até hoje. Ao manterem-se no tempo, por tanto tempo, e ao
serem implacavelmente aplicados pelo poder público fiscalizador
evidenciam o viés de como são tratados e de como são
vistos a água subterrânea e os poços tubulares.
O poço tubular é encarado como um produtor concorrente
e - depreende-se - ameaçador. Com isto, privilegia-se o monopólio
de abastecimento e desprestigia-se a inciativa, livre e soberana, do
indivíduo. Também, assim pretende-se implicitamente que
o fornecedor público de água manterá o sistema
em condições perfeitas e, pois, o consumidor receberá
sempre água e de boa qualidade, não importa o quê;
por outro lado, que o proprietário será suficientemente
relapso na manutenção, hidráulica e sanitária,
de sua fonte de água (poço).
Num evento na Unisinos, em 2000, um dos palestrantes convidados, um
procurador, instigado pelo Cláudio Oliveira (Hidrogeo), deu-nos
a situação legal. Sendo o decreto muito mais restritivo
que a lei que o origina, ele deixa de ter validade legal. Este é
o furo-da-bala! Um decreto não pode ser mais restritivo que uma
lei, deve, sim, seguí-la. Ora o poder público
não tem que dizer o que o público tem que fazer. Tem sim,
que regulamentar e fiscalizar o que o público faz. Aqui (no RS),
parece que pretendem seguir o caminho mais fácil: feche-se tudo.
Logo nesta época em que se busca a administração
dos recursos hídricos e, pois, o uso racional, efetivo e eficaz,
dos mesmos.
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Ao mostrar o preconceito e a visão
estereotipada da água subterrânea e do poço, mantendo-se
o status quo das grandes ETAs e dos grandes sistemas de distribuição,
impede-se a evolução social.
A água subterrânea é uma reserva estratégica.
E o uso no abastecimento adequado, complementar ou alternativo, é
um belo exemplo disto.
Mário Wrege
Vice-Presidente
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