Minas Gerais coloca em discussão
o rebaixamento O I Simpósio de Mineração
e Recursos Hídricos pretende discutir e analisar conceitos hidrogeológicos
nos estudos aplicados às atividades de rebaixamento O Núcleo Minas Gerais, da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas está em ritmo acelerado, tudo por conta dos preparativos do I Simpósio de Mineração e Recursos Hídricos, que acontece de 27 a 29 de maio. O evento acontece no Grandarrel Minas Hotel, em Belo Horizonte e tem como objetivo, proporcionar um ambiente para discussão e análise dos conceitos hidrogeológicos e dos estudos aplicados às atividades de rebaixamento de nível d'água na mineração. O evento conta com o patrocínio da Copasa, Cia Vale do Rio Doce, MBR, Comig, Alcan e apoio do IGAM. A relevância desse simpósio demanda da necessidade de esclarecimentos técnicos, científicos e da responsabilidade civil sobre o tema e do número crescente de casos de conflitos entre as mineradoras e os diversos setores da sociedade (empresas de saneamento, ONG´s, civis, etc.), em razão do rebaixamento do nível d'água na mineração. Portanto, visando a uma ampla representação da sociedade e a uma discussão mais abrangente, a ABAS-MG convida todos para participarem do evento, e em especial os profissionais da hidrogeologia, mineração, saneamento, órgãos ambientais e representantes de ONG´s e de Comitês das bacias hidrográficas. "Estamos oferecendo uma programação abrangente e muito interessante", ressalta o geólogo Antônio Carlos Bertachini, palestrante do evento. "Minas Gerais enfrenta o problema do rebaixamento do nível de água na mineração há mais de duas décadas e por isso saiu na frente para a discussão e regulamentação dessas atividades. A idéia do Simpósio é interagir com mineradoras, órgãos ambientais e a sociedade em geral, apontando alternativas para entender melhor o problema e servir de modelo para outros estados", explica. Palestras - A ABAS-MG programou
alguns cursos pré-evento, que acontecerão entre os dias
20 e 24 de maio. O tema é Hidrogeologia Aplicada ao Rebaixamento
do Nível de Água na Mineração. A abertura
oficial do I Simpósio de Mineração e Recursos Hídricos
acontece no dia 27 de maio, trazendo como discussão a mineração
no cenário nacional e internacional e mineração
e o meio ambiente (veja tabela de programação). "Reunimos
importantes temas e grandes profissionais. A expectativa é a
melhor possível e a comissão organizadora está
buscando a participação da iniciativa privada, ONG's,
universidades, empresas e comunidade. Essa é uma ótima
oportunidade para contribuir com a questão do uso das águas
subterrâneas no abastecimento e mineração",
entusiasma-se Leila Nunes Menegasse, presidente da comissão organizadora
do I Simpósio de Mineração e Recursos Hídricos.
No dia 28, o tema gira em torno
dos "Procedimentos e Ferramentas de Gestão dos Recursos
Hídricos na Mineração. Nesse dia serão realizadas
as seguintes palestras: No dia 29 as discussões serão em torno dos aspectos legais e institucionais, com as seguintes palestras: "Outorga para o Rebaixamento do Nível de Água Subterrânea" e "Licenciamento para o Rebaixamento do Nível de Água Subterrânea". O IGAM - Instituto Mineiro de Gestão de Águas, ligada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável participa ativamente do evento através de palestras e mesas-redondas. A intenção é avaliar as necessidades dos mercados em relação aos temas discutidos durante o Simpósio. "A participação do IGAM é essencial, a medida que serão discutidos aspectos institucionais e legais de mineração em recursos hídricos. Como órgão gestor desses recursos, o IGAM pretende melhorar as diretrizes para licença e outorga de rebaixamento de nível d'água", destaca Maria Luiza Silva Ramos, geóloga e responsável pela Divisão de Cadastro e Outorgas do IGAM. Documento - A comissão organizadora também vai realizar uma plenária para elaboração e redação de um documento básico de referência, intitulado "Procedimentos de Licenciamento do Rebaixamento do Nível de Água na Mineração". O documento vai representar o posicionamento da ABAS e demais participantes sobre a questão do rebaixamento do nível d'água na mineração, com o intuito de subsidiar a avaliação dos possíveis impactos gerados por essas atividades. Com o término do evento, as atividades continuam. A ABAS-MG promove visitas técnicas na mina de Vazante (Votorantim/Metais), nos dias 30 e 31 de maio. Também serão realizadas visitas técnicas às minas de Águas Claras, Pico e Tamanduá (Minerações Brasileiras Reunidas), no dia 30. "Queremos que os participantes tenham um maior entendimento do problema, inclusive com visitas técnicas", finalizou Leila. Feira - Durante a realização do I Simpósio de Mineração e Recursos Hídricos, também acontece a Feira de Produtos e Serviços. Quase todos os estandes já foram comercializados e os expositores prometem muitas novidades em relação a produtos, serviços e novas tecnologias. Cada expositor, em caso de interesse, poderá ocupar pessoalmente o auditório, em momentos pré-definidos pela secretaria do evento para realização de pequenas palestras. Mais detalhes pelo telefone (31) 3212-5915 ou pelo e-mail lascasasconsult@brfree.com.br. ... E Águas Claras vence
o rebaixamento! Um exemplo de rebaixamento é a Mina de Águas Claras, localizada ao sul da cidade de Belo Horizonte, no Quadrilátero Ferrífero. A Mina é de propriedade da MBR, Minerações Brasileiras Reunidas, e teve suas atividades iniciadas em 1973 e de onde se explotou cerca 300 milhões de toneladas de minério de ferro. Em 1981, a lavra atingiu o nível de água subterrânea na cota 1175 m. Entre os anos de 1981 e 1988, o desaguamento foi feito por gravidade através de valas e após 1989 através de poços tubulares, com rebaixamento total do nível d'água de 275 m, em 20 anos de desaguamento, com uma descarga média de 72 l/s. Durante a fase de bombeamento dos poços de rebaixamento, o monitoramento desta operação foi acompanhado pela empresa por meio de cerca de 50 indicadores de nível d´água ou piezômetros localizados tanto na área da mineração, como na área de influência do rebaixamento no entorno da mina. Os dados coletados no decorrer dos trabalhos confirmaram a independência hidráulica dos aqüíferos e mostraram o desenvolvimento do rebaixamento restrito à formação ferrífera. Em fevereiro de 2000, o rebaixamento foi interrompido e iniciou-se o programa de monitoramento da recuperação do aqüífero Cauê, que produziu no interior da cava um profundo lago, o primeiro desta magnitude formado no Brasil. O seu enchimento é monitorado tanto em relação à dinâmica hidráulica do enchimento quanto à qualidade da água a ser armazenada no lago, no intuito de encontrar-se um uso apropriado para este imenso reservatório, compatibilizando as atividades minerarias e a sustentabilidade dos recursos ecológico-econômicos da Serra do Curral. Olho: Queremos que os participantes tenham um maior entendimento do problema, inclusive com visitas técnicas |
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