Aldo Rebouças recebe título de hidrogeólogo do século XX

O título foi concedido pela International Association of Hydrogeologists (IAH) em reconhecimento às relevantes contribuições do geólogo junto a hidrogeologia no Brasil e na América Latina

O geólogo, professor e colunista do ABAS INFORMA, Aldo Rebouças recebeu o título de “Hidrogeólogo do Século XX”. A entrega aconteceu durante o XXX Congresso da IAH (International Association of Hydrogeologists), realizado em Cape Town (South África), em novembro de 2000. O título foi dado em reconhecimento às relevantes contribuições de Aldo junto a hidrogeologia no Brasil e na América Latina, principalmente, tendo sido fundador e presidente da ALHSUD nos períodos de 1991 / 1994 e de 1995 / 1998, uma organização regional associada a IAH, desde 1994. “O reconhecimento por parte de uma associação internacional das minhas atividades em prol das águas subterrâneas - no Brasil, na América Latina e o no Mundo em geral - na “crise da água” no mundo é uma verdadeira massagem no ego”, diz satisfeito.

Desde a sua formatura, em 1963, Aldo Rebouças se dedica aos estudos das águas subterrâneas e é uma importante testemunha do quadro hidrogeólogico no Brasil. Para ele, graças aos grandes progressos realizados no campo do conhecimento hidrogeológico, nas técnicas de perfuração de poços, nas crescentes performances das bombas, dos materiais de revestimento e filtros, na expansão atual da oferta de energia elétrica, principalmente, já não existe limitação técnica e econômica para produção, proteção e monitoramento das águas subterrâneas dos aqüíferos profundos e confinados no mundo e em particular no Brasil. “Se o quadro das águas subterrâneas no país ainda deixa muito a desejar, muito progresso já foi alcançado, tanto pela incorporação de palavras no vocabulário da sociedade em geral, da mídia falada, escrita e televisiva, quanto da percepção universal de que a sua utilização representa a alternativa mais barata, tanto para abastecimento quanto para conservação do quadro ambiental e qualidade de vida, como fator competitivo imposto pelo mercado e pela sociedade nacional e internacional. Como corolário, os órgãos gestores dos recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais, e os tomadores de decisão já não podem omitir a existência da água subterrânea. Como resultado, os agentes internacionais de financiamento e até os nacionais, já exigem que se leve em consideração a água subterrânea, seja devido a capacidade de depuração do subsolo nos processos de tratamento e de reuso, seja devido a capacidade de regulação dos aqüíferos para garantia da oferta d’água durante os períodos de pluviometria muito irregular”, destaca.

Fundação IAH - A criação da International Association of Hydrogeologists (IAH) foi proposta, pela primeira vez, durante a excursão de hidrogeologia do 18o Congresso Internacional de Geologia (IGC) que se realizou em Londres, Inglaterra, em 1948. No Congresso Internacional de Geologia (IGC), realizado na Argélia, em 1952, foi criado o Comitê Provisório para elaboração dos estatutos, o qual foi aprovado no IGC de 1956, realizado na cidade do Mexico (México), tendo como primeiro presidente o Professor P. Fourmarier (Bélgica), secretário geral, Professor Louis Dubertret (França) e tesoureiro, Professor Gilbert Castany (França). Desde 1957, a IAH realiza congressos internacionais de hidrogeólogos, sendo que em 1975, foi realizado o seu XI Congresso Internacional, em Porto Alegre (Brasil), sob a presidência do Professor Adolfo Hunk, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Aldo tornou-se sócio da IAH em 1964, quando obteve o “Diplome d’Etudes” em Hidrogeologia, ou seja, o Mestrado na Universidade de Strasbourg. Nesta época era funcionário da SUDENE - Grupo de Estudos do Vale do Jaguaribe- GEVJ/Coop. Téc. Francesa. No XI Congresso da IAH de Porto Alegre foi fundado o Capítulo Brasil da IAH, nesse ano, Aldo foi eleito seu presidente, assim permanecendo durante cerca de 20 anos. Com a fundação da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas – ABAS, em 1978, congregando hidrogeólogos, perfuradores de poços e fornecedores/fabricantes de revestimentos, filtros e bombas, principalmente, o Capítulo Brasil da IAH foi perdendo interesse no contexto nacional por congregar, quase que exclusivamente hidrogeólogos. A partir do reconhecimento pela IAH da ALHSUD, em 1994, como organização regional associada, o Capítulo Brasil da IAH foi extinto. E o mercado das águas subterrâneas vem conquistando espaço cada vez maior em território nacional.

“Como profissional e professor, vejo o panorama atual altamente promissor, sobretudo à medida que a água subterrânea já não pode ser omitida nos planos de gestão integrada de recursos hídricos de uma bacia hidrográfica, seja como fator contribuinte principal das descargas de base dos rios que nunca secam, seja de proteção das nascentes, de manutenção dos pantanais, dos níveis mínimos dos açudes e como alternativa mais barata de abastecimento doméstico, industrial e irrigação, principalmente. Outro fator de destaque é a medida que os hidrogeólogos aprendem a fazer uma abordagem mais sistêmica e de planejamento econômico, e não somente de produção de água por meio de poços”, finaliza.

Olho: Como profissional e professor, vejo o panorama atual altamente promissor, sobre tudo à medida que a água subterrânea já não pode ser omitida nos planos de gestão integrada de recursos hídricos de uma bacia hidrográfica

 

Voltar Imprimir

Copyright © - Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
Todos os direitos reservados