Redução do consumo de energia a partir da reabilitação
de vazão nos poços

A questão da recuperação de poços, com a possibilidade da reabilitação de vazão e qualidade de água sempre me preocupou. A perfuração indiscriminada para se tentar resolver problemas de poços que perderam eficiência e deixaram de produzir água em seu volume original, não tem se mostrado como a melhor solução. A perfuração de novos poços é e sempre será necessária, sendo uma das alternativas mais baratas para se obter água potável, porém, em sistemas municipais, por exemplo, onde se tem uma grande área e a demanda tende sempre a crescer, a implantação de um poço implica não só no custo da perfuração mas também em custos de rede elétrica, transformadores, adução, etc..

Sistemas como estes, que necessitam sempre de mais água, não podem sofrer com o problema de queda de sua produção por fatores relacionados às incrustações por metais e compostos orgânicos nos poços, que acabam por ocasionar perdas de carga e redução da vazão explorada. O que se tem observado, até por um problema de custos, é que em muitos casos acaba-se mantendo a mesma bomba em poços que perderam vazão e tiveram seus níveis rebaixados ao longo do tempo. Com isto, estas novas condições de vazão e níveis acabam por acarretar perda de eficiência nos conjuntos bombeadores e o conseqüente aumento do consumo de energia elétrica por m³ de água extraída, sendo que as bombas foram projetadas para uma condição de exploração determinada no teste de vazão do poço, e acabam trabalhando em regime diferente, com vazões menores e níveis mais baixos.

Já verifiquei casos em campo de bombas de 40 HP trabalhando com vazões de 5,0 m³/h, e que representava um custo de exploração maior do que a tarifa de água do município. O correto acompanhamento de níveis e vazão, assim como a implantação de programas de manutenção preventiva e corretiva para os poços, tem se mostrado muito eficiente e com a possibilidade real de redução de custos em sistemas já implantados, ou seja, aumento da lucratividade das operadoras do sistemas de água a partir de processos de reabilitação de vazão e qualidade, com a utilização de novos agentes que estão disponíveis no mercado.

Exemplos reais como o do município de Capivari/SP, mostram dados animadores de recuperação de vazão, redução de consumo de energia elétrica e conseqüente aumento na possibilidade de arrecadação. Trabalhos de manutenção realizados em oito poços da cidade, com a utilização de produtos a base ortofosfatos atóxicos e de características ácidas, mostraram acréscimo na vazão explorada entre 22,42 a 139% com uma média de 69,03%, que representou aumento na produção de água da ordem de 31.930 m³/mês.

A redução de consumo de energia elétrica variou de 18,30 a 75,01% com uma média de 41,15%, representando uma redução mensal de aproximadamente 40.230 KW, que teriam um custo anual ao redor de R$ 96.500,00. A economia destes valores somada ao retorno em faturamento proporcionado pelo aumento da oferta de água, ao redor de R$ 298.000,00/ano, representa retorno financeiro para SAAE, que assim pode continuar investindo na continuidade do programa de reabilitação de vazão nos poços.

Além de custos, rentabilidade, cifrões e números, temos que dar ênfase a importância da preservação do meio ambiente, pois cada Kw economizado e cada poço recuperado representa uma menor ação do homem sobre a natureza, e a reabilitação de poços tem se mostrado uma alternativa muito boa neste sentido.

Geol. José Paulo G.M. Netto
Desenvolvimento de novas tecnologias e diretor da Maxiagua Soluções em Água
maxiagua@maxiagua.com
Fone (11) 5096 5888

 

Acontece no Meio
EIA aponta contaminação de poços artesianos em Belém
Pará - Todos os poços artesianos na Região Metropolitana de Belém (RMB) estão contaminados por coliformes fecais por causa da proximidade em que se encontram de fossas sanitárias. Este é apenas um dos dados alarmantes detectados pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que respalda o Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) e consta do calhamaço de sete volumes do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima), entregue ao secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), Gabriel Guerreiro. O relatório foi entregue pela Secretaria Executiva de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedurb), por meio de seu titular Paulo Elcídio Nogueira, pelo coordenador técnico do PDTU, Paulo Ribeiro, pelo engenheiro ambiental Paulo Pinho e pelo engenheiro civil Horus Magalhães, da empresa paulista de assessoria em planejamento ambiental Ampla Terra.
De acordo com Gabriel Guerreiro, a explicação para que os poços contenham coliformes fecais resulta da falta de cuidado das pessoas. “Não adianta respeitar a distância mínima entre o poço e a fossa se, bem ao lado, o vizinho manda fazer a fossa de sua casa”. Para o titular da Sectam, este é apenas um dos muitos desafios que o EIA Rima apresenta. Guerreiro adiantou que pretende colocar em prática no menor tempo possível os projetos que constam do relatório entregue pela Sedurb, e que a Sectam não será um impecilho, mas sim uma parceira do conjunto da sociedade. O relatório também aponta problemas graves como a contaminação do lençol freático pelos postos de combustíveis. “Todos os 200 postos de combustíveis existentes em Belém vão passar por uma severa inspeção. Se cada um dos 200 postos jogar um litro de óleo na água por dia, ao final de cinco dias são mil litros. Imagine depois de um, dez anos?...”
Barulho – De acordo com Paulo Magalhães, da Sedurb, essa é a primeira vez se faz no Pará um EIA Rima já acompanhado de projetos com as alternativas de sua viabilidade econômica e de seus impactos ao meio ambiente e ao conjunto arquitetônico e histórico da cidade, “O que também facilitará a obtenção de financiamentos junto a organismos como a Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, por exemplo.

 

EIA aponta contaminação de poços artesianos em Belém

Pará - Todos os poços artesianos na Região Metropolitana de Belém (RMB) estão contaminados por coliformes fecais por causa da proximidade em que se encontram de fossas sanitárias. Este é apenas um dos dados alarmantes detectados pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que respalda o Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) e consta do calhamaço de sete volumes do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima), entregue ao secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), Gabriel Guerreiro. O relatório foi entregue pela Secretaria Executiva de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedurb), por meio de seu titular Paulo Elcídio Nogueira, pelo coordenador técnico do PDTU, Paulo Ribeiro, pelo engenheiro ambiental Paulo Pinho e pelo engenheiro civil Horus Magalhães, da empresa paulista de assessoria em planejamento ambiental Ampla Terra.

De acordo com Gabriel Guerreiro, a explicação para que os poços contenham coliformes fecais resulta da falta de cuidado das pessoas. “Não adianta respeitar a distância mínima entre o poço e a fossa se, bem ao lado, o vizinho manda fazer a fossa de sua casa”. Para o titular da Sectam, este é apenas um dos muitos desafios que o EIA Rima apresenta. Guerreiro adiantou que pretende colocar em prática no menor tempo possível os projetos que constam do relatório entregue pela Sedurb, e que a Sectam não será um impecilho, mas sim uma parceira do conjunto da sociedade. O relatório também aponta problemas graves como a contaminação do lençol freático pelos postos de combustíveis. “Todos os 200 postos de combustíveis existentes em Belém vão passar por uma severa inspeção. Se cada um dos 200 postos jogar um litro de óleo na água por dia, ao final de cinco dias são mil litros. Imagine depois de um, dez anos?...”

Barulho – De acordo com Paulo Magalhães, da Sedurb, essa é a primeira vez se faz no Pará um EIA Rima já acompanhado de projetos com as alternativas de sua viabilidade econômica e de seus impactos ao meio ambiente e ao conjunto arquitetônico e histórico da cidade, “O que também facilitará a obtenção de financiamentos junto a organismos como a Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, por exemplo.

 
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