Núcleo vai debater água subterrânea em 4 cidades
estratégicas do estado

O núcleo da ABAS-PR, em consonância com inúmeras discussões no âmbito da ABAS nacional visando a disseminação das atividades da associação, está iniciando os preparativos de eventos para divulgação e discussão do uso da água subterrânea no estado. A proposta de regionalização das informações levou o núcleo a estabelecer como meta, a realização de quatro dias de trabalho em diferentes municípios do interior do Paraná (veja proposta abaixo). “Todas as ações para a realização estão apoiadas nos associados das regiões e no decorrer do ano estaremos repassando mais informações a respeito”, avisou o presidente do Núcleo Paraná, Everton Luiz Costa Souza.

Proposta de evento – O projeto tem como base a importância das águas subterrâneas no abastecimento de grandes núcleos urbanos – Atualmente mais de 20% do abastecimento de água de Curitiba e das demais regiões do estado, seja doméstico, comercial ou industrial - é feito através de aqüíferos. Outro dado importante é que mais de 90% do abastecimento de comunidades rurais do estado do Paraná é feito por meio da água subterrânea. O terceiro ponto é o desconhecimento dos usuários de água no que diz respeito às suas responsabilidades e direitos quanto ao uso da água subterrânea, especialmente após a aprovação da Lei 9433/97 e, por fim, os efeitos das atividades antrópicas sobre o meio físico têm provocado a contaminação dos aqüíferos, principalmente os localizados mais próximos da superfície.

A ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas – Núcleo Paraná, no cumprimento de sua função social como organização não governamental voltada a promover e incentivar o livre debate e estudo das questões objeto da entidade entre os associados, mantendo intercâmbio com entidades afins, promoverá no biênio 2003/04 a realização de quatro dias de discussão sobre água subterrânea. Diante da importância dos recursos hídricos na vida comum dos cidadãos do interior do estado e atendendo a um grau de regionalização que envolve diferentes situações hidrogeológicas e econômicas, foram escolhidas as cidades de: Londrina (03/10), Maringá (07/11), Cascavel (data a ser definida) e Ponta Grossa (data a ser definida), com os dois primeiros a serem realizados no segundo semestre de 2003 e os dois últimos no ano de 2004.

O programa básico, com previsão de no máximo oito palestras, estará voltado à disseminação da Política de Recursos Hídricos do Estado do Paraná, principalmente através do instrumento da outorga – 90% das outorgas concedidas no Paraná são emitidas para poços tubulares profundos.

Os eventos também vão abordar a apresentação de casos, de preferência regional, demonstrando a importância dos trabalhos na área da Hidrogeologia, combinada com demais disciplinas, no entendimento das atividades de prospecção hidrogeológicas e de interpretação de impactos ambientais.

Na oportunidade ocorrerá a apresentação de um grande usuário de água subterrânea da região do evento, de modo que ele possa relatar vantagens e dificuldades, além da discussão da Política de Saneamento Rural da SEMA, exercida pela SUDERHSA, visando o abastecimento de comunidades rurais que não são atendidas por um sistema convencional de abastecimento público, estando se utilizando de fontes de água comprovadamente contaminadas, seja por coliformes fecais ou agrotóxicos. “Nosso principal objetivo e discutir, conscientizar e fazer eco ao chamado “SEDE ZERO”, finalizou Everton.

O projeto tem como público alvo, os estudantes e pesquisadores - já que todas as cidades selecionadas possuem Universidade Estadual - associações comerciais e industriais, associações de municípios, ONG’s, comunidades rurais e prefeituras.

Everton Luiz Costa Souza
E-mail: veto@pr.gov.br; villanisouza@brturbo.com.br

Diretoria mineira homenageia hidrogeólogos

Combinando a instituição do ano de 2003 como o Ano Internacional das Águas Doces, e a comemoração, neste mês de maio, no dia 30, do Dia do Geólogo, queremos prestar aqui a nossa homenagem aos hidrogeólogos, profissionais que fazem da Água e da Terra seus instrumentos de trabalho.

A Geologia tem a Terra no nome. Quem se dedica ao estudo da Geologia externa a sua sensibilidade aguçada na investigação, na pesquisa, na interpretação e na busca da compreensão dos fenômenos ligados à formação do nosso planeta. E se aprofundando nesse mundo de surpresas, complexidades e belezas, o geólogo emerge como um especialista que, por sua escolha profissional particularmente feliz, é capaz de se integrar às energias que culminaram na criação dessa maravilha que é o nosso mundo.

Em um texto de Jota Dangelo, brilhante profissional do teatro mineiro, ele reflete, numa mescla de sensibilidades : “O Geólogo. Ninguém tem olhos mais atentos. Ou mais abertos. Pois não apenas vê: atravessa com o olhar. Para ele não há superfície. Tudo tem profundidade. O indício que aflora é a perspectiva do oculto. O visível é apenas o fio da meada.....Acostumado a desvendar segredos, sabe que o universo cobra caro pela violação humana: fender a terra tem seu preço; dizimar florestas tem seu troco; solapar os rios tem revide; progredir a qualquer custo pode levar ao nada. Cada descoberta é uma nova chaga. Cada constatação, um sofrimento. Porque aí cessa o seu poder e começa um outro.”

Aos Hidrogeólogos – geólogos especialistas em águas, nossa homenagem especial. Notadamente no Brasil, com os avanços legais e institucionais na implementação da política de recursos hídricos, e pelo clamor das políticas sociais, seremos cada vez mais necessários como prestadores de serviços de alta relevância para a sociedade. Que seja dada a devida valorização a estes profissionais que, como as águas, vão fundo, em busca do entendimento das causas e dos efeitos de complexas e fundamentais combinações físicas e químicas, e vêm à tona desvendando segredos e tornando disponíveis, não só os conhecimentos gerados a partir de sua natureza instigativa, mas principalmente, o líquido que viabiliza a nossa vida na Terra.

Diretoria do Núcleo minas - abasmg@gold.com.br
Fone: (31) 351-6363 - Fax: (31) 250-1632

ABAS-SC em parceria com Rotary Club Itajaí Cidade do Porto

A ABAS-Núcleo Santa Catarina em dia com sua função social estabeleceu uma parceria com o Rotary Club Itajaí Cidade do Porto para atuar num pedágio beneficente que aconteceu no dia 10 de maio, véspera do Dia das Mães. A ação aconteceu na esquina do Supermercado Xande, em Itajaí, rota entre os município de Itajaí e Balneário de Camboriú. O objetivo do trabalho foi a aquisição de recursos para a compra de cestas básicas que serão distribuidas à população carente.

O slogan da campanha foi desenvolvido com o intuito de associar a idéia da ABAS na campanha SEDE ZERO e traz a frase: “SEM ÁGUA NÃO HÁ COMIDA”! Participe da campanha contra a fome e contra a sede.

O Núcleo ABAS-SC fez a doação das camisetas aos voluntários que trabalharam no movimento “Contra a Fome e Contra a Sede” e deslocou membros da diretoria para atuar junto aos integrantes da entidade. A ação foi um sucesso e os envolvidos ficaram satisfeitos com os resultados resultados.

Para o presidente da ABAS-SC, Álvaro Magalhães Júnior a iniciativa projeta o retrato dos novos caminhos da associação e vem ao encontro da razão de existência de uma associação, sem fins lucrativos e de utilidade pública, como é o caso da ABAS. Segundo ele, a associação deverá cada vez mais investir em propostas irreverentes, seja no incentivo à promoção da cultura como no Dia Mundial da Água, quando encerramos o II SAS com a apresentação do Coral da UnoChapecó, seja no esporte, como no caso do Núcleo/RS. Completa ainda, dizendo, que tudo isso já vem acontecendo aqui em nossa região e estou convicto que o investimento no terceiro setor é um ato nobre e muito importante em nosso país. “Nosso trabalho foi gratificante, fizemos a doação de 46 cestas básicas para famílias carentes e ainda ganhamos projeção com resportagens em tv, rádio e jornais. Só num programa de tv ficamos 45 minutos divulgando as águas subterrâneas”, disse satisfeira Heloisa Helena do Núcleo Santa Catarina.

Álvaro Magalhães Júnior
Presidente do Núcleo SC

Nova diretoria toma posse e inicia preparativos para o
Encontro de Perfuradores

“O XIII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços a ser realizado de 23 a 26 de setembro desse ano, em Petrópolis (RJ), contribuirá para alavancar o setor, da mesma forma que o I Simpósio de Hidrogeologia do Sudeste, no mesmo período, é da maior importância”. O prognóstico foi feito pelo geólogo André Luiz Mussel Monsores, ao ser empossado dia 9 de maio, em solenidade na sede do CREA/RJ, na presidência da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), Núcleo/RJ, juntamente com diretores e membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, para o período 2003/2004.

Trabalho - Monsores ressaltou que pela primeira vez o Estado do Rio de Janeiro foi escolhido pela ABAS Nacional para sediar em breve, em Petrópolis, eventos tão importantes para o setor de águas subterrâneas. “Isso reflete o trabalho que o Núcleo/RJ vem realizando desde sua criação, em 1998”, admitiu.

Após prometer “levar adiante a bandeira e continuar o trabalho” da gestão anterior presidida pelo engenheiro de minas Humberto José Tavares Rabello de Albuquerque, o novo presidente ressaltou a importância de se estreitar as parcerias e os laços com as demais associações que têm afinidades com o setor – no caso, a Associação Profissional de Geólogos-APG e a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia-ABGE. A nova diretoria também quer realizar um trabalho conjunto com o Governo do Estado do Rio de Janeiro e com o CREA/RJ, “Este é um parceiro antigo, quase um irmão, com quem o Núcleo trabalha desde que foi criado”.

Além do propósito de estreitamento dessas parcerias, Monsores defende que a ABAS/RJ realize um trabalho de conscientização, de base, voltado para a sociedade e o público em geral. “ Normalmente, as associações, as entidades trabalham mais voltadas para o meio técnico, para o meio político, se afastando um pouco da população”, reconheceu.

Balanço - Em breve balanço de sua gestão, o ex-presidente do Núcleo/RJ, Humberto José Albuquerque, lembrou que a criação do Núcleo do Rio de Janeiro, como de outros estados, somente foi possível com a mudança dos Estatutos da ABAS Nacional, permitindo o número mínimo de 25 sócios para funcionamento. Instituída com 28 sócios, a entidade reúne, hoje, mais de 100 associados, inclusive empresas, estando presente e participando de vários colegiados, como o Conselho de Recursos Hídricos do Estado do Rio; mantendo representação em comitês de bacias hidrográficas, como o do Rio Guandu; e realizando palestras, sempre levantando a bandeira de alerta da necessidade da preservação das águas subterrâneas. “Conseguimos realizar alguns cursos sobre águas subterrâneas, diversas palestras no Clube de Engenharia, no CREA-RJ e em vários municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro”, acrescentou.

“Isso tudo é muito pouco para o que precisamos promover de conscientização e de bandeiras de lutas em defesa desse recurso mineral e desse recurso ambiental. Continuamos preocupados, 20 anos depois de lutas dentro da ABAS, pela preservação do recurso água. Hoje, também alerto para que se preserve a saúde da população brasileira, quando verificamos o número de pessoas sem acesso à água e ao saneamento básico. Vemos fortunas sendo aplicadas em saúde pública, quando isso poderia ser bastante minimizado se fosse ofertada água de boa qualidade à população”.

Por fim, o ex-presidente fez um apelo ao novo presidente para que “empunhe nos próximos dois anos a bandeira da maior participação do poder público no desempenho de suas funções e de suas obrigações com relação à preservação ambiental e da oferta de alimentos e de água à população”.

Diretoria - Prestigiaram a posse da nova diretoria do Núcleo/R, representantes de órgãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro e de entidades de classe. Todos parabenizaram os empossados, externando o compromisso de apoio e a vontade de realizar parcerias e trabalho conjunto. Entre os presentes, encontravam-se o Sub-Secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo, geólogo Marco Aurélio Latgé; o Presidente do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro-DRM/RJ, geólogo Flávio Erthal; o Chefe do Departamento de Hidrogeologia da CPRM-Serviço Geológico do Brasil, José Emílio Peixinho; presidente da Associação de Profissionais de Geologia-APG/RJ, geólogo Ricardo Latgé, também da Federação de Associações Brasileiras de Geólogos-Febrageo; Vice-presidente da Associação Brasileira de Geologia de Engenharia-ABGE Nacional, geólogo Cláudio Amaral; Vice-presidente da ABGE-Núcleo/RJ, geóloga Elizaberth Nascimento Rocha.

O Engenheiro Florestal Glauber Pinheiro, representou o presidente do CREA/RJ, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho Reynaldo Barros, que no mesmo horário da posse encontrava-se na Região dos Lagos fluminense inaugurando, em Búzios, a Inspetoria da instituição. O vereador Ricardo Maranhão, ex-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras – AEPET, foi representado pelo engenheiro José Ibrahim.

A nova Diretoria da ABAS Rio de Janeiro ficou constituída da seguinte maneira: Presidente: Geólogo André Luiz Mussel Monsores (CPRM)
1º Vice-presidente:
Eng° de Minas, Humberto J. T. Rabello de Albuquerque (consultor)
2º Vice-presidente:
Geólogo Prof., Gerson Cardoso da Silva Junior (UFRJ)
Secretário Geral:
Geólogo Johannes H. Stein (Envirogeo)
Secretário Executivo:
Geólogo Aderson Marques Martins (DRM/RJ)
Tesoureiro:
Geólogo Flávio André Pereira (SOLUS)
Conselho Deliberativo:
Geólogo Egmont Bastos Capucci (CEDAE); Geóloga Flávia Gonçalves de Castro (BFU); Geólogo Lúcio Carramilo Caetano (consultor); Geólogo Luiz Carlos Goulart Dornelles (GONDWANA); Engº Civil Prof. Rodrigo Menezes Raposo de Almeida (UFF) e Geólogo Thiago de Carvalho Pizani (FUJB).

Conselho Fiscal:
Geólogo Prof. Décio Tubbs (UFF); Geóloga Kátia Mansur (DRM/RJ); empresário Rodrigo Ribeiro Ratto (TRANSTERRA); Engº Químico Lauro Oliveira Silva Junior (CPRM); Engº de Minas Raimundo Bezerra de Medeiros (consultor) e Engº Mecânico Rogério Cumplido (ARTHESIUM).

André Luiz Mussel Monsores
Presidente do Núcleo Rio de Janeiro
e-mail: monsores@cprm.com.br
Fone: (21) 2206-9662

A luta continua tchê

No Rio Grande do Sul, continuam os problemas contra a utilização de poços artesianos. Acatando denúncia da principal concessionária pública de água do estado, durante a gestão do governo petista, o Ministério Público acabou de fazer um ajustamento de conduta com a CORSAN, o DRH – Departamento de Recursos Hídricos e Vigilância Sanitária, incumbidos de impedir a utilização da água de poços para consumo humano onde houver a rede pública, baseado no artigo 87 do decreto estadual 23430 de 1974. Todos os proprietários de poços serão notificados à desligarem os mesmos até o mês de agosto, sendo a partir daí, penalizados com pesadas multas diárias.

O diretor do DRH, geólogo Rogério Dewes, informou à diretoria da ABAS/RS, que não serão fornecidas anuência prévia para perfuração e outorga de poços para fins de abastecimento humano onde houver rede pública no estado. Portanto, no Rio Grande do Sul, um decreto estadual, ultrapassado, mas vigente, tem maior poder do que todas as leis de gerenciamento de recursos hídricos vigentes no país. Embora a Constituição de 1988, tenha redirecionado todas questões legais relativos a usos e gerenciamento de recursos hídricos, inclusive prevendo a utilização de água subterrânea para consumo humano, conforme explicitado no artigo 12 da nova lei das águas, lei federal 9433, no Rio Grande do Sul prevalecem os interesses mercadológicos de um setor em detrimento dos direitos de toda a sociedade.

A Portaria 1469 do Ministério da Saúde, que normatiza a utilização de água para consumo humano no país, prevê duas possibilidades de abastecimento 1. O sistema de Abastecimento – sob responsabilidade do poder público e 2. Solução Alternativa de abastecimento, toda modalidade distinta do sistema público ( fontes, poços, instalações condominiais...). A utilização de Soluções alternativas exige sistemas de cloração das águas, a responsabilidade de técnico habilitado, análises periódicas etc.... Embora esta Portaria do Ministério da Saúde tenha entrado em vigor em janeiro de 2000, sendo válida para todo o território nacional, no Rio Grande do Sul ela não tem efeito, parece que as ideologias farroupilhas separatistas ainda estão vivas, até quando?

Atividades do Núcleo Gaúcho

A reunião da Cämara Setorial de Perfuradores foi realizada no dia 12 de abril, na cidade de Lageado, com a presença de 25 empresas. Na pauta das discussões, o Selo de Credenciamento da empresas perfuradoras, o gerenciamento de recursos hídricos e outorga, a reversão do panorama negativo das águas subterrâneas e poços no Rio Grande do Sul (em virtude da forte campanha do último governo do estado contra estas fontes), análise de atitudes a serem tomadas contra a proibição de uso de poços para abastecimento humano – em virtude da urgência deste assunto, já esta em andamento com nosso departamento jurídico, um estudo para impedir via judicial tais procedimento, além da avaliação do evento Desafio das Águas realizado pela ABAS/RS no Dia Mundial da Água.

Participação no 1º Fórum de Obras Públicas do Extremo Sul – A convite do Secretário de Obras do Estado Dr. Frederico Antunes, no dia 25 de abril em Porto Alegre, o presidente do Núcleo/RS, geólogo Claudio Oliveira, ministrou uma palestra com o seguinte tema “ÁGUA UM RECURSO ESTRATÉGICO”. O público era formado por secretários de obras públicas estaduais integrantes dos três estados do Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), além de secretários municipais, empresas de saneamento e afins, com excelente repercussão no meio técnico.

A luta continua tchê

No Rio Grande do Sul, continuam os problemas contra a utilização de poços artesianos. Acatando denúncia da principal concessionária pública de água do estado, durante a gestão do governo petista, o Ministério Público acabou de fazer um ajustamento de conduta com a CORSAN, o DRH – Departamento de Recursos Hídricos e Vigilância Sanitária, incumbidos de impedir a utilização da água de poços para consumo humano onde houver a rede pública, baseado no artigo 87 do decreto estadual 23430 de 1974. Todos os proprietários de poços serão notificados à desligarem os mesmos até o mês de agosto, sendo a partir daí, penalizados com pesadas multas diárias.

O diretor do DRH, geólogo Rogério Dewes, informou à diretoria da ABAS/RS, que não serão fornecidas anuência prévia para perfuração e outorga de poços para fins de abastecimento humano onde houver rede pública no estado. Portanto, no Rio Grande do Sul, um decreto estadual, ultrapassado, mas vigente, tem maior poder do que todas as leis de gerenciamento de recursos hídricos vigentes no país. Embora a Constituição de 1988, tenha redirecionado todas questões legais relativos a usos e gerenciamento de recursos hídricos, inclusive prevendo a utilização de água subterrânea para consumo humano, conforme explicitado no artigo 12 da nova lei das águas, lei federal 9433, no Rio Grande do Sul prevalecem os interesses mercadológicos de um setor em detrimento dos direitos de toda a sociedade.

A Portaria 1469 do Ministério da Saúde, que normatiza a utilização de água para consumo humano no país, prevê duas possibilidades de abastecimento 1. O sistema de Abastecimento – sob responsabilidade do poder público e 2. Solução Alternativa de abastecimento, toda modalidade distinta do sistema público ( fontes, poços, instalações condominiais...). A utilização de Soluções alternativas exige sistemas de cloração das águas, a responsabilidade de técnico habilitado, análises periódicas etc.... Embora esta Portaria do Ministério da Saúde tenha entrado em vigor em janeiro de 2000, sendo válida para todo o território nacional, no Rio Grande do Sul ela não tem efeito, parece que as ideologias farroupilhas separatistas ainda estão vivas, até quando?

Atividades do Núcleo Gaúcho

A reunião da Cämara Setorial de Perfuradores foi realizada no dia 12 de abril, na cidade de Lageado, com a presença de 25 empresas. Na pauta das discussões, o Selo de Credenciamento da empresas perfuradoras, o gerenciamento de recursos hídricos e outorga, a reversão do panorama negativo das águas subterrâneas e poços no Rio Grande do Sul (em virtude da forte campanha do último governo do estado contra estas fontes), análise de atitudes a serem tomadas contra a proibição de uso de poços para abastecimento humano – em virtude da urgência deste assunto, já esta em andamento com nosso departamento jurídico, um estudo para impedir via judicial tais procedimento, além da avaliação do evento Desafio das Águas realizado pela ABAS/RS no Dia Mundial da Água.

Participação no 1º Fórum de Obras Públicas do Extremo Sul – A convite do Secretário de Obras do Estado Dr. Frederico Antunes, no dia 25 de abril em Porto Alegre, o presidente do Núcleo/RS, geólogo Claudio Oliveira, ministrou uma palestra com o seguinte tema “ÁGUA UM RECURSO ESTRATÉGICO”. O público era formado por secretários de obras públicas estaduais integrantes dos três estados do Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), além de secretários municipais, empresas de saneamento e afins, com excelente repercussão no meio técnico.

Cláudio Oliveira
Presidente do Núcleo Sul
claudio@hidrogeo.com.br

Câmara Técnica de águas subterrâneas aprova novo zoneamento explotável dos aqüíferos da RMR

Por sugestão da ABAS/PE, representante das ONG’s do Estado, no Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH, criaram no ano de 2002, a Câmara Técnica de Águas Subterrâneas - CTAS, no âmbito daquele Conselho. Na última reunião do CERH do ano passado, ocorrida no mês de dezembro, o Conselho encarregou a recém criada CTAS de discutir e, se favorável, aprovar as recomendações contidas no Estudo Hidrogeológico do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe – HIDROREC II, executado pela COSTA Consultoria e Serviços Técnicos e Ambientais Ltda, para a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos.

A principal recomendação, alvo das discussões da CTAS, foi a que se referiu ao Mapa de Zoneamento Explotável das Águas Subterrâneas, que, como pode ser observado no desenho em destaque, representa um planejamento para o uso do importante manancial que se encontra em regime de sobre-explotação naquela região. Pelo mapa em questão, foram instituídas restrições ao uso indiscriminado das águas dos aqüíferos da região, inclusive com a proibição da perfuração de novos poços na zona mais crítica, onde o rebaixamento da superfície potenciométrica alcançou 40m, somente nos últimos 5(cinco) anos.

Esse novo zoneamento se constituiu numa atualização daquele já existente, elaborado no âmbito do estudo hidrogeológico efetuado pela mesma equipe técnica em 1995/97, que ficou conhecido como HIDROREC I. Esse zoneamento, realizado em caráter pioneiro no Brasil, vem se constituindo no mais importante instrumento de gestão das águas subterrâneas, pois permite à entidade gestora emitir a outorga de uso da água em função das reais condições de disponibilidade do aqüífero.

Após três reuniões consecutivas, os membros do CTAS aprovaram integralmente o zoneamento proposto pelo HIDROREC II, com a ressalva de que os volumes atualmente explotados pela COMPESA, concessionária dos serviços de água e esgoto no Estado, fossem mantidos no nível atual, sem a redução recomendada para os usuários particulares, que vêm explotando volumes superiores àqueles detectados pelo estudo.

A aprovação dessa importante medida de gestão, representou uma vitória também da ABAS, visto que o presidente da CTAS é o representante da ABAS no Conselho, hidrogeólogo Waldir D. Costa. O zoneamento apresenta as zonas a seguir identificadas, com respectiva situação de profundidade atual dos níveis d’água e condicionantes de explotação.

Zona “A”
Situação atual de profundidade: os níveis da água subterrânea no aqüífero Cabo encontram-se a profundidades variáveis entre 60 e 110 m.
Condicionantes de explotação: nenhum novo poço deve ser perfurado nesse aqüífero, os poços atualmente existentes deverão ter a sua vazão reduzida em 50% e um monitoramento contínuo deverá ser exercido.

Zona “B”
Situação atual de profundidade: os níveis da água subterrânea no aqüífero Cabo encontram-se a profundidades variáveis entre 50 e 65m e no aqüífero Beberibe, entre 50 e 70m.
Condicionantes de explotação: os poços a serem perfurados nesses aqüíferos deverão ter a vazão outorgada limitada em 30 m3/dia enquanto os poços atualmente existentes deverão ter a sua vazão reduzida em 30%; um monitoramento contínuo deverá ser exercido.

Zona “C”
Situação atual de profundidade: os níveis da água subterrânea nos aqüíferos Cabo e Beberibe encontram-se a profundidades variáveis entre 30 e 50m.
Condicionantes de explotação: os novos poços a serem perfurados nesses aqüíferos deverão ter a vazão outorgada limitada em 60 m3/dia enquanto os poços atualmente existentes deverão ter a sua vazão reduzida em 15%; um monitoramento contínuo deverá ser exercido.

Zona “D”
Situação atual de profundidade: os níveis da água subterrânea no aqüífero variam de um local para outro em função da explotação. Assim é que na área sul, onde vem ocorrendo uma intensa explotação para comercialização de água em carro pipa, na extremidade sudeste do aqüífero Barreiras, apesar de os níveis ainda não estarem a profundidades elevadas, deve-se adotar medidas de proteção, daí ter sido incluída uma área dessa formação na zona “C”. O restante da área apresenta menos problemas, a não ser a região de Aldeia, onde os níveis se acham mais profundos, entre 30 e 40m, necessitando um certo controle na sua explotação.

Condicionantes de explotação: os poços a serem perfurados nesses aqüíferos deverão ter a vazão outorgada limitada em 70 m3/dia enquanto os poços atualmente existentes deverão ter a sua vazão reduzida apenas no futuro a depender do comportamento do aqüífero; um monitoramento contínuo deverá ser exercido.

Zona “E”
Situação atual de profundidade: a profundidade da água nesses aqüíferos confinados situa-se, em geral, a menos de 30m.
Condicionantes de explotação: os poços a serem perfurados nesses aqüíferos deverão ter a vazão outorgada limitada em 100 m3/dia enquanto os poços atualmente existentes deverão ter a sua vazão reduzida apenas no futuro a depender do comportamento do aqüífero; um monitoramento contínuo deverá ser exercido.

Zona “F”
Situação atual de profundidade: a profundidade da água nesses aqüíferos livres situa-se, em geral, a menos de 30m.

Condicionantes de explotação: os poços a serem perfurados nesses aqüíferos assim como os atualmente existentes não necessitarão ter a vazão outorgada limitada, pois o próprio condicionante hidrogeológico já constitui uma limitação devido a sua baixa potencialidade; um monitoramento contínuo deverá ser exercido.
Núcleo pernambucano comemora dia da mundial da água em grande estilo

O Núcleo Pernambuco da ABAS, comemorou no dia 21 de março, em co-participação com a ABRH/PE, a realização da comemoração conjunta do Dia Mundial da Água no auditório da CHESF. O evento contou com uma programação ampla e a presença de autoridades, como o Secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Dr. Cláudio Marinho, do Diretor Administrativo da CHESF, além do Dr. João Bosco de Almeida, representando o Presidente, Dr. Dilton da Conti e outras autoridades.

Os trabalhos foram dirigidos pelo presidente do Núcleo Pernambuco, geolo Waldir Duarte Costa Filho e pela vice-diretora da ABRH de Pernambuco, enga Simone Rosa, representando o diretor, Prof. Ricardo Braga. O engenheiro Alexander Max de Sá, da CHESF, apresentou a palestra ‘O Rio São Francisco – Usos Múltiplos e Energia’.

No período da tarde os participantes integraram uma mesa redonda com tema: A Política de Recursos Hídricos diante da Reforma Institucional no Estado de Pernambuco, tendo como expositor o Secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Dr. Cláudio Marinho, e como debatedores o engenheiro José Almir Cirilo (Ex-presidente da ABRH) e o geólogo Waldir Duarte Costa (Ex-presidente da ABAS). Encerradas as apresentações, o tema foi posto em debate entre os mais de 130 participantes.

No início da noite aconteceu a sessão de encerramento, ocasião em que foi outorgado o prêmio PATRONO DAS ÁGUAS, ao Engenheiro José Almir Cirilo, como homenagem ao intenso trabalho que desempenhou em prol dos recursos hídricos no Estado de Pernambuco, quando dirigiu no período 1995/98, a Diretoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Essa comenda vem sendo conferida na comemoração do Dia Mundial da Água em Pernambuco, pelas entidades ABAS e ABRH.
Em seguida, o Núcleo/PE serviu um delicioso coquetel a todos os presentes.

Waldir Duarte Costa Filho
Presidente do Núcleo Pernambuco
inform@abaspe.org.br
wdcfilho@costa.com.br

 
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