Hidrogeologia virtual: um convite à era da informação on line

A informação globalizada está em alta. Estamos vivendo a era da comunicação on line, que por sua vez, mudou nossos conceitos de tempo físico-cronológico e de espaço geográfico. Porém, a informação por si só não basta. É preciso que a avalanche de informações que temos acesso em nossos dias transforme-se em conhecimento e possa ser colocada em prática contribuindo para o enriquecimento cultural humano. Este novo paradigma da informação conduz a uma profunda mudança na organização da sociedade mundial, da economia e do saber. É um fenômeno global que apresenta um potencial transformador das dimensões da forma de aquisição dos conhecimentos, em virtude das melhorias a cerca da socialização das informações, através das redes cooperativas de comunicação, ao reduzir significativamente as distâncias entre pessoas, aumentando o seu nível de acesso.

Educar, conhecer e aprender em uma sociedade da informação é muito mais do que treinar pessoas para o uso das novas tecnologias; trata-se de formar cidadãos para “aprender a aprender” de forma a prepará-los para uma contínua e acelerada transformação de base tecnológica, que vem batendo em nossas portas numa velocidade quase inexplicável. No mundo atual, ao observarmos o modo de vida das pessoas, percebemos que cada vez mais as novas formas de comunicação e saber fundamentam as relações sociais e, é a educação o elemento básico para construção e ampliação de uma sociedade da informação, caracterizando-se como a condição essencial para que as pessoas e organizações estejam aptas a lidar com o novo.

Em 1999 Pierre Lévy, considerado o filósofo da cibercultura, anunciou que o futuro dos sistemas de educação seriam assentados nas bases da cibercultura, fundamentados em uma profunda análise das mutações contemporâneas com relação ao saber. Sua reflexão vai além, sustentando que pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no início de sua trajetória profissional, será alterada rapidamente, na forma de memórias dinâmicas que aumentam a inteligência coletiva dos grupos humanos.

Neste sentido, os veículos de informação que dispomos na área de Hidrogeologia, como por exemplo o portal www.perfura-dores.com e o site institucional www.abas.org caracterizam-se como agentes multiplicadores que propiciam a socialização dos conhecimentos, através de publicação de informações em rede de internet. Aderir a prática de acesso às informações nestes sistemas on line, são atitudes que inauguram um aprendizado continuado e permanente de acesso à distância em redes cooperativas de informação, visto que, estabelecem novas formas de auto-aprendizado com práticas na utilização da tecnologia computacional.

A informação on line, publicada nos sistemas descritos a priori, adequa-se a esse paradigma, seja através da publicação de textos jornalísticos, textos com conhecimentos técnicos ou científicos e notícias em áreas correlatas, cujo principal aspecto se dá em disponibilizar à sociedade, o conhecimento sobre o que acontece em todo mundo. Tal situação tem se apresentado em nossa sociedade como um modelo de aprendizagem colaborativa capaz de ampliar a dimensão espaço-temporal dos espaços de informação tradicionais, por estarem democratizando o acesso à cultura, à informação e ao conhecimento.

Se entendermos o conhecimento, como sendo a ação dos sentidos num exercício prático de entender o mundo que nos cerca, ele não poderá, pois, ser um bibelô decorativo que figura em nossa mente, mas sim, um mecanismo de ação para fazer com que a vida se torne mais satisfatória. Nessa perspectiva o conhecimento engavetado, guardado em sete chaves nas instituições de ensino ou pesquisa, necessitam ser disponibilizados em meios multimídia de acesso em massa.

Quando um viajante da rede pretende obter informações sobre Hidrogeologia, por exemplo, ele pode conectar-se a internet, utilizar-se de um motor de busca (sites de procura), digitar a palavra chave de seu interesse, que em frações de segundos, um elenco de protocolos contendo informações sobre o tema de sua consulta irá ser exibido e, a partir de então, uma leitura passeio lhe é permitida.

Destaca-se, porém, que os documentos exibidos na tela do computador conectado, possui nós conectivos, apresentados na forma de hipertextos, produzindo uma atividade de leitura que quebra a linearidade existente nos modelos impressos. Essa atitude de navegação é caracterizada na literatura da tecnologia de informação como sendo a atividade de pilhagem, pois possibilita ao viajante uma escolha otimizada de suas preferências, uma vez que organiza protocolos num modelo de raiz, em pastas, que contém arquivos de interesse próprio no seu computador.

Nesse caso, quando um estudante de Geologia, desejar estudar e, uma vez efetuada a pilhagem inicial, ele poderá acessar a qualquer momento o index que endereça ao protocolo, seja da ABAS, do perfuradores ou de outros sites de sua preferência. Com essa condição, monta sua própria biblioteca virtual de pesquisa para o atendimento das suas necessidades de estudo, contando sempre, com a garantia de que a cada novo acesso, automaticamente, lhe será exibido a atualização dos materiais publicados.

Todavia, existe uma enorme preocupação com a qualidade do que está publicado na internet, ainda que não seja o caso dos sistemas de informação que está se fazendo referência, importa-se considerar esta questão. Sobre isto apresenta-se a seguir uma breve explanação das características informacionais do portal www.perfuradores.com e do site www.abas.org

O portal www.perfuradores.com possui um esquema semanal de atualização de informações, seguindo critérios éticos que depositam os créditos para a autoria do que esta sendo publicado. Conta ainda, com colunistas de reconhecimento na área, que por sua vez, produzem publicações de alto nível. Em seu acervo técnico, disponibiliza informações de respeitosas fontes e, no caso, da cooperação de informações, permite uma navegação às páginas das empresas patrocinadoras, visando não só um serviço de e-business, mas principalmente, uma idéia de biblioteca colaborativa. Quanto às ferramentas de comunicação virtual, o portal, conta com o correio eletrônico personalizado, o fórum de discussão e o chat para conversação.

No caso do site www.abas.org há uma característica que personaliza o sistema como a mídia digital oficial da instituição. O site contém informações sistematizadas que apresentam textos sobre a associação, orientando os internautas em questões do tipo: o que é a ABAS; seus associados; o estatuto em vigência; como se associar; orienta a uma complexa pesquisa sobre Hidrogeologia, a comunidade científica envolvida, os hidrogeólogos e muito mais. O caráter informativo da associação é marcado pela publicação mensal do Jornal ABAS informa. Essa condição provoca um marco democrático informacional, na perspectiva de possibilitar a todas as pessoas as diretrizes e ações da associação, dos núcleos regionais, do mercado de poços e da ciência que engloba.

Sobre tais condições é importante reconhecer que os sistemas apresentados condicionam a uma auto-aprendizagem que permite o gerenciamento do tempo que sem tem disponível para a leitura e internalização de informações, obedecendo aos ritmos de cada um. Seguindo o princípio de que qualquer pessoa é capaz de aprender, conhecer e informar-se, por si só, com a mediação de recursos organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, veiculados por meios de comunicação digital.

Nesse sentido, promover e incentivar novos fazeres da prática de leitura em forma de uma sociedade da informação se constitui na ação de minimizar o impacto causado pela tecnologia sobre a sociedade, oferecendo novas possibilidades de promover o conhecimento da informação. Os cidadãos integrados a este modelo devem conseqüentemente, ser capazes de reformular conhecimentos, expressar-se criativa e apropriadamente. Diante dessa perspectiva, convida-se os que desconhecem o que aqui se discute, para um passeio interativo e potencializador de sentidos.

Heloisa Helena Leal Gonçalves é Secretária Geral do Núcleo/SC, está concluindo o Mestrado em Ciências da Linguagem com Área de Concentração em Tecnologia da Informação. É diretora de conteúdos do Perfuradores.com, e é docente da Fundação Educacional de Brusque/SC, atuando no Laboratório de Informática.
heloisa@perfuradores.com.br ou heloisa@febe.edu.br

 

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