ABAS integra comissão brasileira para programas hidrológicos

A Cobraphi busca a discussão e o intercâmbio internacional relativo a temas universais, tais como problema e o controle de perdas de água em grandes reservatórios, a interação entre a água superficial e subterrânea, entre outros...

A Cobraphi - Comissão Brasileira Para Programas Hidrológicos – realizou no dia 20 de janeiro a sua primeira reunião, na sede da ANA, em Brasília. A reunião contou com a presença do Cap. Carlos Wagner Gomes (Min. Marinha); Cap. Renato Batista de Melo (Min. da Defesa); Prof. Oscar Cordeiro Neto (Região Centro Oeste); Dr. José Nilson Campos (Região Nordeste); Vânia Azevedo Venâncio (Min. Transportes); Sanderson Leitão (MCT); Secr. João Mauricio de Mello (MRE); Dr. Benedito Braga (ANA - pres. do Cobraphi); Dr. Henrique Chaves (ANA) e o presidente da ABAS Joel Felipe Soares. A discussão teve como base a apresentação dos membros do comitê; definição, objetivos e ações do Programa Hidrológico Internacional da Unesco; apresentação do informe final da reunião dos comitês nacionais do PHI (Conaphis) da América Latina e Caribe, realizada em novembro do ano passado, em Guayaquil, no Equador.

Durante a reunião, Benedito Braga, presidente da Cobraphi, fez um breve histórico sobre o Programa Hidrológico Internacional (PHI) da Unesco. “O programa é fruto da década hidrológica internacional e no início era dedicado principalmente aos aspectos científicos e técnicos relativos à hidrologia”, disse ele. Braga também destacou o Decreto Presidencial s/nº, de 2/9/99, até sua oficialização, através da portaria ministerial (MMA) nº 428/2003.

Objetivos – Dentre os principais objetivos do PHI estão a discussão e o intercâmbio internacional relativo a temas universais, tais como problema e o controle de perdas de água em grandes reservatórios, a interação entre a água superficial e subterrânea, entre outros. A Cobraphi poderá, dentro do intercâmbio técnico do sul-sul (entre países em desenvolvimento), contribuir para transferência de tecnologia brasileira para países em desenvolvimento.

“O gerenciamento costeiro poderia estar incluído dentro do Programa Hidrológico Internacional”, sugeriu Oscar Cordeiro Neto. Já o presidente da ABAS Joel Felipe Soares sugeriu como tema o controle de desperdício da água na agricultura. “Essa discussão seria de fundamental importância na proposta brasileira”, afirmou. Henrique Chaves aproveitou a oportunidade e disse que o tema já está sendo implementado pela ANA. “Esse é um tema de abrangência universal que afeta as grandes metrópoles e o abastecimento público. Este assunto é particularmente dramático na cidade se São Paulo”, insistiu Joel.

O diretor da ANA lembrou que ainda persistem enfoques pouco integrados relativos a questão do abastecimento, ou seja, questão da oferta x gestão da demanda. No caso da região metropolitana de São Paulo, a primeira se dá principalmente através de transposições de bacias e reversões de fluxo, e a segunda pelo racionamento. Mencionou que a solução mais eficaz poderia se dar com a gestão integrada do abastecimento e a disposição de resíduos, o que permitiria aumentar, de forma significativa, a oferta de água a nível local.

CMA discute políticas de recursos Hídricos

Criado em 1996 pelo Banco Mundial, ONU e Associações Profissionais, o Conselho Mundial da Água (CMA) é uma organização guarda-chuva internacional, sem fins lucrativos. O CMA é composto por mais de 300 profissionais de aproximadamente 55 países, que buscam responde as necessidades de ação integrada entre as diferentes agencia e organizações envolvidas na gestão de recursos hídricos.

O conselho tem como missão o desenvolvimento de fóruns para a discussão de temas controversos, compartilhamento em rede de informações, inclusão de temas hídricos na agenda política e aumento da conscientização do público em geral.

Os associados da ABAS estão convidados a integrar o CMA através da participação em um dos grupos do conselho, acompanhando ações preparatórias para o 4º Fórum Mundial da Água, além da participação em fóruns regionais e acompanhamento das atividades do mesmo na home page: www.worldwatercouncil.org.

Problemas Relacionados a Água:

- 6 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrencia de doenças de veiculação hídrica.
- 6,4 bilhão de pessoas não tem acesso a fontes seguras de água.
- Desde 1990, 50% das várzeas desapareceram, a população mundial triplicou e aumentará em 50% até 2050.

As maiores pressões sobre recursos hídricos são: crescimento explosivo da irrigação, poluição generalizada, grandes rios secando.

Outro dado alarmante é que até 2025, 2/3 da população mundial viverão em países com escassez hídrica. Há uma necessidade de investimentos da ordem de US$ 180 bilhões em vários tipos de infra-estrutura hídrica. Os níveis atuais de investimento estão na faixa de US$ 70 - 80 bilhões por ano. É bom lembrar que para atender apenas ás necessidades básicas de uso de água das pessoas, é preciso um investimento mínimo de US$ 23bilhões anuais, maior que os atuais US$ 16 bilhões.

 
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