Águas Passadas

Por Euclydes Cavallari

Normando Roldão Costa - Engenheiro do antigo DOS – Departamento de Obras Sanitárias do Estado de São Paulo e, depois, da SABESP. No terceiro quartel do século passado era o engenheiro “boca do sertão”. Fazia pião em São José do Rio Preto, aonde chegava de manhã pela então Companhia Paulista de Estrada de Ferro, tendo passado a noite no vagão restaurante, bom acepipeiro e bebericador. Trabalhava duro, enfrentando as precárias condições de transporte e hospedagem da época. A VAP, Viação Aprazível Paulista, ligava em estradas de terra, asfalto não havia, as cidades onde Normando orientava e fiscalizava a implantação de serviços de águas e esgotos. Os ônibus levavam correntes que eram amarradas às rodas nas estradas lamacentas e subiam rabeando as ladeiras íngremes. Muitas vezes ele e os demais passageiros tiveram de descer e ajudar a empurrar.
Solteirão, dizia que não se casava porque não sabia conversar com mulher honesta. Gozava a vida, mas era engenheiro eficientíssimo. Nunca houve necessidade de algum prefeito vir a São Paulo procurar os diretores por causa de alguma falha ou negligência sua. Os problemas eram todos resolvidos nas cidades atendidas. No endereço da Prefeitura de Caraguatatuba, na Internet, ainda hoje se lê:
“Tromba D’água - Caraguatatuba ficou mundialmente conhecida pela dramática catástrofe ocorrida em 18 de março de 1967, quando uma tempestade de poucas horas provocou centenas de deslizamentos nas vertentes escarpadas da Serra do Mar. A serra avançou sobre Caraguatatuba despejando milhares de toneladas de lama e vegetação. Mais de duas décadas após a maior tragédia já ocorrida no Litoral Norte Paulista, Caraguatatuba recuperou-se e cresceu. A dor deu lugar ao esforço de recuperação, os turistas retornaram, a vida voltou ao seu curso normal”.
O DOS encarregou-se do restabelecimento do serviço de abastecimento de água da cidade, seriamente danificado. Foram enviados ao local os engenheiros Normando Roldão Costa e Newton Deléo de Barros, este químico, aquele civil. Foram de helicóptero, já que era impossível o acesso por terra. Levaram diversos equipamentos e bombonas de hipoclorito para a desinfecção. Chafurdando na lama das ruas, onde enfiavam as pernas até acima dos joelhos, topando aqui e ali com cadáveres nela submersos, conseguiram chegar ao local da destruída captação. Depois de vários dias de esforços sobre-humanos, auxiliados nos trabalhos por alguns infelizes moradores voluntários, conseguiram improvisar uma barragem de pedras sobrepostas onde reservaram a água de uma mina da encosta da serra.
Todas as noites comunicavam o andamento das providências por rádio, operado no local por um rádio amador que havia milagrosamente escapado da tragédia. Na noite do dia em que terminaram a barragem, falaram por rádio com o engenheiro Antonio de Oliveira, rádio amador assistente da Secretaria de Obras, ouvida a conversa pelo Secretário de Obras, engenheiro Eduardo Riomey Yassuda e Diretor Geral do DOS, engenheiro José Chiara, vivamente interessados e preocupados. - Como está a captação, Normando? Conseguiram restabelecer o fornecimento de água?
- Sim, Oliveira, a água está armazenada e tratada pelo hipoclorito do Newton. As pessoas vão até lá e apanham a água em recipientes, já que a rede está toda danificada e levam para casa.
- E a qualidade?
- Muito boa. Perfeitamente potável. Estamos fazendo análises freqüentes. Nesse aspecto a população está bem atendida.
Prosseguiram a conversa por mais algum tempo e, ao final, Oliveira perguntou:
- De que você precisa para continuar os trabalhos?
Normando enumerou uma série de equipamentos, mais bombonas e diversas outras coisas.
- Só?
E, totalmente esquecido da presença do Secretário e do Diretor Geral:
- Não. Vê se manda umas duas dúzias de cerveja, que a água de beber aqui está uma porcaria!

 

Especialista afirma: ante-projeto de lei pode inviabilizar saneamento

Segundo o conselheiro da Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária, José Aurélio Boranga, excesso de minúcias dificultará abastecimento nacional

“O ante-projeto de lei do executivo federal para a Política Nacional de Saneamento Ambiental, elaborado pelo Ministério das Cidades, tem excesso de minúcias. Foi encaminhado para aprovação da Câmara com 83 itens, quando apenas 20 seriam necessários. Isso pode inviabilizar o processo de saneamento ambiental em algumas localidades.” Essa é a opinião do conselheiro da Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária, José Aurélio Boranga.
De acordo com o especialista, o setor precisa de diretrizes, regulamentação e investimentos: “É necessário haver mais discussão, com todo o setor, a respeito do ante-projeto de lei antes que ele seja enviado à Câmara dos Deputados”. Boranga acredita que é preciso mais discussão em torno do ante-projeto de lei antes de enviá-lo a votação na Câmara Federal. “Atualmente, 90 milhões de brasileiros não têm sistema de esgoto. É preciso fazer algo. Mas essa lei não abre brechas para as regionalizações. São cidades, Estados diferentes”, diz.

Consórcios - Pelo ante-projeto de lei, serão instituídos consórcios municipais para gerenciar os serviços onde existam redes compartilhadas. O ponto gerou polêmica, já que, pela Constituição, os governos estaduais são os responsáveis pela seleção dos municípios que devem se associar. “Essa lei abrirá uma brecha para que se incluam apenas cidades que gerem receita, e não despesas, como é o caso de muitos municípios”, diz o especialista.
Os municípios, segundo o texto, são obrigados a fazer planejamentos de oito anos para investimentos em água, esgoto, drenagem e resíduos. O ante-projeto prevê, ainda, que as companhias prestadoras de serviço assinem contrato de concessão, onde serão estipulados a fórmula de reajuste da tarifa, o subsídio e os investimentos. Estes últimos estão a cargo das autoridades locais.

Importância do saneamento - A cada real investido no saneamento ambiental são economizados três reais em saúde. Mesmo assim, apenas 52,2% dos municípios brasileiros são atendidos por redes de esgotos. Pesquisas do Ministério da Saúde mostram que, a cada ano, são contabilizadas cerca de 700 mil internações hospitalares provocadas por doenças ligadas a deficiências de saneamento básico. Para universalizar o atendimento da população urbana e rural com água e esgotamento sanitário até 2020, segundo pesquisas recentes do Ministério das Cidades, serão necessários recursos da ordem de R$ 178 bilhões, dos quais R$ 111 bilhões para a expansão dos serviços e R$ 67 bilhões para a reposição dos sistemas.

Debate - O debate sobre concessão de saneamento será um dos temas de mesa-redonda do XIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, que será realizado entre os dias 19 a 22 de outubro, em Cuiabá (MT). Estarão presentes no evento os maiores especialistas brasileiros em águas subterrâneas, abastecimento e saneamento.

O Serviço Geológico do Brasil vai levantar riquezas minerais em 30% do território até 2007. Será o maior estudo das últimas três décadas. Objetivo: encontrar desde metais preciosos a insumos para construção...
Em solenidade no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o maior programa de mapeamento geológico dos últimos 30 anos. O projeto tem como finalidade localizar, entre outros, veios de ouro, silício e diamante para exportação; de ferro, argila, brita e areia para construção civil; de fósforo, potássio e sódio para uso agrícola. O governo espera que, entre 2004 e 2007, os novos mapas viabilizem investimentos de US$ 12,6 bilhões em mineração. Atualmente, a mineração é responsável pol 6,2% do Produto Interno Bruto do país (excluindo petróleo e gás). A idéia do governo é, literalmente, mostrar com detalhes inéditos o “mapa da mina” a empresários brasileiros e estrangeiros interessados em retirar do subsolo bilhões de dólares em riquezas escondidas. A partir da localização feita pelo governo em mapas digitais elaborados com a mais moderna tecnologia, as áreas serão “fatiadas” e oferecidas à iniciativa privada por meio de licitações. Esse processo é comum em países como o Canadá, em que 100% do território já foi mapeado minuciosamente com pesquisas de campo e levantamentos aerogeofísicos. “As jazidas atuais foram descobertas em levantamentos realizados 20 ou 30 anos atrás. É um absurdo um país com um subsolo tão rico quanto o nosso não se conhecer”, diz a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. O mapeamento será realizado entre 2004 e 2007, consumirá recursos da ordem de R$ 360 milhões e abrangerá 2,7 milhões de quilômetros quadrados (30% do território do país), com foco nas regiões em que os indícios de riquezas minerais são mais fortes, conforme estudos anteriores.

 

Escala Adequada

Entre 2004 e 2007, serão gerados 377 mapas geológicos nas escalas 1:100.000 (em que cada centímetro do mapa representa um quilômetro na realidade) e 1:250.000 (em que cada centímetro equivale a 2,5 quilômetros). São essas as escalas necessárias para fundamentar tecnicamente a decisão de investir ou não em determinada área. “Atualmente, apenas 12% do território brasileiro está mapeado em escala adequada para atrair investimentos em exploração mineral”, lamenta o secretário de Minas e Metalurgia do Ministério de Minas e Energia, Giles Carriconde Azevedo. Na solenidade de lançamento batizado de “Redescobrindo o Brasil”, o salão principal do Palácio do Planalto exibirá um mapa de mais de cem metros quadrados de todo o território brasileiro, elaborado na escala 1:1 milhão (em que cada centímetro representa dez quilômetros). O mapão de 1:1 milhão é resultado de três anos de trabalho e foi recentemente concluído pelo Serviço Geológico do Brasil, empresa pública que substituiu a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (embora ainda mantenha a sigla CPRM). Pela primeira vez, o mapa trará informações sobre possíveis jazidas de diamantes (foram encontradas cerca de 1,2 mil pontos em que a pedra possivelmente seria encontrada).

Informação escassa - A primeira etapa do trabalho começará nos estados de Goiás, Amapá e Pará ainda em junho. Aviões vão começar a registrar imagens dos três estados com equipamentos especiais, que obtêm imagens digitalizadas por meio de sinais magnéticos. Essas imagens são refinadas em computadores e complementadas com exames laboratoriais de rochas recolhidas nos terrenos “fotografados”. O resultado é um mapa digital, de alta definição geológica, que será oferecido a investidores e disponibilizado nos sites do governo na Internet.

Fonte: Correio Braziliense

 

Minas Gerais exporta modelo de gestão

O presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Mauro Ricardo Machado Costa esteve em Belém, no Pará, apresentando o modelo de gestão da empresa a diretores e gerentes da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). A reunião ocorreu após um pedido formulado diretamente ao Governo do Estado para seguir o exemplo de Minas e universalizar os serviços de água e esgoto no Estado do Pará.
Durante o encontro a Copasa e a Cosanpa assinaram Termo de Colaboração Técnica, com o objetivo de prestar apoio na definição de estratégias para implementação do desenvolvimento institucional da companhia paraense, visando a melhoria dos serviços de saneamento do Pará.
A idéia de formar a parceria surgiu a partir dos resultados obtidos pela Copasa, nos últimos meses, com a instituição do planejamento como instrumento de gestão de indicadores de desempenho com metas trimestrais e a remuneração variável vinculada ao alcance de metas estabelecidas. Outras ações que despertaram interesse foram o combate a perdas de água, aumento da receita e diminuição das despesas e a capacitação de recursos humanos.

Fonte: Água Online

Água britânica contém traços de Prozac

Traços do anti-depressivo Prozac estão sendo encontrados na água bebida na Grã-Bretanha, segundo um estudo. O relatório da Agência para o Meio Ambiente sugere que tanta gente toma o remédio que resíduos estão se concentrando em rios e na água encontrada em solo britânico. E um porta-voz da Inspetoria de Água Potável (DWI na sigla em inglês) disse que muito provavelmente o Prozac encontrado está extremamente diluído.

O estudo da Agência do Meio Ambiente concluiu que o Prozac encontrado na água pode ser potencialmente tóxico. A DWI declarou que é pouco provável que o Prozac encontrado na água represente algum risco, porque está “muito diluído”. A preocupação é de que o remédio esteja sendo amplamente receitado pelos médicos. Entre 1991 e 2001, o número de receitas médicas para anti-depressivos aumentou de 9 milhões por ano para 24 milhões por ano, informa o jornal.
Não se sabe qual a quantidade exata de Prozac encontrada na água britânica.

Fonte: BBC Brasil

XIV Encontro Nacional de Perfuradores De Poços

Atenção! O XIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços que ocorrerá em Ribeirão Preto no mês de outubro de 2005, será lançado oficialmente no XIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas. As empresas nteressadas em adquirir seus espaços, deverão visitar o estande da ABAS durante o CABAS preenchendo o formulário de reserva.
Importante: A ABAS quer saber quais os temas que você gostaria que fossem abordados nas palestras, mesas redondas e cursos . Sua opinião é de fundamental importância , envie-nos sugestões pelo e-mail: info@abas.org .

São José dos Campos atua contra o desperdício de água

A escassez da água há muito deixou de ser uma preocupação de ambientalistas e passou a ser uma realidade de toda a sociedade. Por conta disso, economizar este precioso líquido tornou-se palavra de ordem em todo o mundo. Em São José dos Campos, a população está sendo incentivada a combater o desperdício através da informação e da mudança de alguns hábitos.

“A Sabesp está atenta à necessidade de se economizar água. Por isso, em todo o Estado adotamos uma política de incentivo ao uso racional, que procura mobilizar a sociedade para mudanças culturais, buscando a conscientização da população, através de programas específicos e permanentes, dentre os quais destaca-se o PURA - Programa de Uso Racional da Água”, comenta Benedito Felipe Oliveira Costa, superintendente da Unidade de Negócio da Sabesp no Vale do Paraíba.

Além das campanhas publicitárias e das palestras realizadas em escolas, a Unidade de Negócios ministra cursos compactos de pesquisa de vazamento em grandes empresas, como a EMBRAER. De acordo com Costa, a Sabesp tem desenvolvido diversas ações no sentido de reduzir as perdas por causa de vazamentos, dentre elas, a redução no tempo de reparo e o remanejamento de redes antigas de ferro fundido, por redes novas em PVC. Ainda com relação aos vazamentos, outro fator que deve ser ressaltado é a importância da colaboração da população, que ao encontrar um vazamento nas ruas deve entrar em contato com a Central de Atendimento Telefônico da Sabesp, através do número 195 e fornecer ao atendente o endereço do vazamento. Após o comunicado, uma equipe técnica será destacada para fazer os reparos e sanar o vazamento.

Caso o vazamento seja dentro do imóvel, seu reparo é de total responsabilidade dos proprietários. Quanto mais rápido o conserto for efetuado, menor será o prejuízo, uma vez que um pequeno buraco de 2 milímetros num encanamento desperdiça até 3.200 litros de água em um dia. Com informação e conscientização com relação ao uso racional da água, sem desperdícios, todos teremos a ganhar.

 
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