NACIONAIS

Encontro ambiental aponta Brasil como crucial no futuro

Uma conferência realizada em Nova York colocou o Brasil no centro dos riscos, desafios e oportunidades ambientais contemporâneos. Num mundo cada vez mais interdependente, o futuro do Brasil, que possui a maior floresta e o maior número de espécies vivas do planeta é preocupante para todo o mundo”, disse o zoólogo Edward Wilson, professor da Universidade de Harvard”. “Precisamos elaborar uma estratégia completa de desenvolvimento sustentável para a Amazônia”, acrescentou Jeffrey Sachs, diretor do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, e organizador da conferência, intitulada “O Estado do Planeta”. “É preciso que o Brasil e seus países vizinhos da Amazônia formulem uma política que contemple as necessidades dos milhões de habitantes da bacia, além de preservar os ciclos hidrológicos e seus ecossistemas. E é justo dizer que tal estratégia nunca existiu”, disse Sachs. O evento reuniu a elite das ciências ambientais, além de representantes de governos, empresas privadas, ONGs e organismos multilaterais, tendo se concentrado em quatro áreas: energia, alimentação, água e saúde. Causado pela crescente emissão de combustíveis fósseis na atmosfera, o aquecimento terrestre ocupou boa parte dos debates. De acordo com Robert Watson, cientista-chefe do Banco Mundial, a temperatura do planeta vai aquecer significativamente no próximo século, causando inundações, secas, além do aumento de pragas, quebra de safras e doenças tropicais, como dengue e malária. “No Brasil estamos prevendo um aquecimento médio entre 2ºC e 5ºC nos próximos anos”, disse Watson. Ele afirmou que o aumento da temperatura deverá agravar as secas no Nordeste brasileiro, mas que, a grande incógnita sobre o país é o impacto do aquecimento no regime de chuvas da Amazônia. Do ponto de vista político, Watson disse que “o Brasil é extremamente bem integrado.” Trata-se de um país com uma atuação das mais importantes em termos da contenção das mudanças climáticas. Por outro lado, o governo de George W. Bush foi duramente criticado durante a conferência por abandonar o Protocolo de Kyoto, a convenção climática assinada por 160 países em 1997 no Japão, com o objetivo de limitar as emissões de gás carbônico.

Soluções: De acordo com os cientistas, preservar o planeta é um investimento relativamente barato. “Se resolvêssemos preservar todos os ecossistemas mais ameaçados do planeta, isso representaria um desembolso único de US$ 38 bilhões”, disse o zoólogo Edward Wilson. “Neste ano, os Estados Unidos estão gastando US$ 450 bilhões com seu orçamento militar e apenas US$ 13 bilhões em assistência ao desenvolvimento de países pobres,” afirmou Sachs. “Essa política é extremamente perigosa para a nossa própria segurança”. “É preciso usarrmos a razão, recursos tecnológicos e vontade política, e vencermos o medo que os países ricos - principalmente os Estados Unidos - têm dos demais povos,” concluiu.
Fonte: BBC Brasil

INTERNACIONAIS

Negócios obscuros com a água límpida

Berkeley - Com uma insaciável sede de novos mananciais, os gigantes da indústria multinacionais de alimentos e bebidas estão drenando rapidamente as reservas públicas de água potável dos quatro cantos do mundo para convertê-las em líquido engarrafado. Ao mesmo tempo em que fazem propaganda de seu produto anunciando-o como a alternativa saudável para os refrigerantes, companhias transnacionais como a Perrier/Nestlé (com 30% do mercado), Danone (15%), Pepsi e Coca-Cola criaram uma indústria global de US$ 35 bilhões, que se prevê crescerá 30% ao ano durante um futuro indefinido. A água engarrafada se tornou tão cara que atualmente supera o petróleo, com relação ao preço, em uma proporção de três para um: nos Estados Unidos a água custa cerca de US$ 4,00 o galão, enquanto o galão de gasolina custa US$ 1,50, a água filtrada US$ 0,18 e a água corrente US$ 0,003. Com estes preços, a água engarrafada custa 13.200 vezes mais do que a água da torneira, o que constitui uma margem de lucros sem precedentes na história. As companhias só necessitam comprar ou alugar a terra onde está situada a fonte e pagar um direito nominal para obter um acesso ilimitado aos mananciais subterrâneos de água doce. Na zona rural de Wisconsin, Estados Unidos, o governo estatal concedeu à Perrier uma licença para um bombeamento ilimitado de mais de 500 galões por minuto durante as 24 horas do dia, em troca de um valor simbólico de US$ 100,00. Atraído pela promessa de criação de postos de trabalho, o Estado de Wisconsin também ofereceu à Perrier US$ 10 milhões de incentivos e 12 anos de isenção do pagamento de impostos escolares. O Texas e outros cinco Estados - unidenses ainda aplicam uma “norma de captação” que data da época da chamada conquista do oeste e que permite a qualquer preposto bombear água para sua propriedade, ainda que isto signifique deixar seus vizinhos sem suprimento de água, não incorrendo em responsabilidade legal alguma. Os críticos da indústria citam uma doutrina diferente e mais antiga que impõe aos governos o dever de assegurar o acesso universal aos componentes essenciais da vida, incluindo o ar e a água. A indústria da água engarrafada não está confinada às ricas nações ocidentais. Desde Gana à Índia, a Coca-Cola e outras empresas transnacionais estão encontrando forte resistência de parte dos residentes locais, que denunciam que seus poços estão secando, os cultivos estão morrendo e a saúde das pessoas está decaindo por falta de água devido a que aquelas companhias estão esgotando suas fontes ancestrais. Mas levantar dúvidas sobre o custo e a qualidade de algumas águas engarrafadas, assim como de seu impacto nas reservas, não é condenar a toda a indústria. Assim como com outras indústrias, há os que obedecem às regras e as que não fazem.

SUBTERRÂNEAS

Instituto Guaru promove evento em comemoração ao mês do meio ambiente

A Câmara Municipal de Guarulhos, na Grande São Paulo promoveu um seminário sobre ocupações desenfreadas de áreas, construção da terceira pista do Aeroporto de Guarulhos e suas influências sobre o meio ambiente e o saneamento básico do município. O evento realizado no dia 29 de julho foi em comemoração ao mês da consciência sobre o Meio Ambiente.

Dentre as Palestras apresentadas ressaltamos a construção de poços tubulares profundos em Guarulhos – expectativa, vulnerabilidade e exploração, do geólogo Sakae Yagui; gerenciamento de recursos hídricos subterrâneos e operação de poços - uma política para o município, ministrada pelo geólogo Carlos Eduardo Q. Giampá; e eficiência e eficácia no setor de saneamento – realidades e metas, feita pelo engenheiro Adalberto Cunha, ex-diretor do SAAE – Guarulhos.


Geólogo Carlos Giampá durante sua apresentação.

UTILIDADE PÚBLICA

Rio será palco do Encontro Verde das Américas

Doze anos depois de sediar a Eco 92, o Rio de Janeiro vai ser palco do IV Encontro Verde das Américas,Conferência das Américas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que acontece nos dias 14, 15 e 16 de setembro.

Durante os três dias do evento, especialistas e lideranças ambientais e governamentais de vários países vão discutir o equilíbrio sócio-ambiental e a melhoria da qualidade de vida das Américas e do planeta. Em pauta, temas importantes e polêmicos como biotecnologia (leia-se principalmente transgênicos), mudanças climáticas, recursos hídricos e a preservação da Amazônia, entre outros. A participação no IV Encontro Verde das Américas é gratuita e as inscrições estão sujeitas à seleção da secretaria geral do evento.
http://www.greenmeeting.org/

Manual leva ação ambiental a microempresa

Está previsto para ser lançado neste ano, pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e pelo Ministério do Meio Ambiente, o Manual de Implementação de Sistema de Gestão Ambiental em Pequenas Empresas. A publicação é resultado de um convênio de quatro anos em que as duas instituições desenvolveram e testaram uma metodologia para incluir a variável ambiental no planejamento empresarial.

O convênio foi desenvolvido dentro do projeto Apoio às Políticas Públicas na Área de Gestão e Controle Ambiental, implementado pelo ministério e pelo PNUD. O objetivo era que as empresas tivessem procedimentos de responsabilidade ambiental semelhantes aos que as grandes empresas seguem para obter a certificação ISO 14000.

As pequenas empresas têm dificuldades financeiras demais para cumprir todos esses requisitos [da ISO 14000], têm a legislação em cima. Então, tivemos de adaptar o sistema para elas, afirma Damião Maciel Guedes, assessor técnico da Secretaria de Qualidade Ambiental do Ministério.

Parte dos procedimentos da ISO 14000 foi mantida na metodologia batizada de Plano de Melhoria de Desempenho Ambiental (PMDA): a empresa define uma política ambiental, identifica os impactos ambientais que produz e prevê ações para controlar e reduzir cada impacto significativo. Contudo, segundo Guedes, para as pequenas empresas foram bastante simplificadas as obrigações com documentação e treinamento de pessoal.

Um exemplo do benefício de aderir ao PMDA, segundo o assessor, vem de uma empresa de torrefação de café em Brasília. A fábrica tinha dois turnos – começava a funcionar de manhã, parava na hora do almoço, e voltava à tarde. A fornalha que torrava o café demorava cerca de uma hora para esquentar no início de cada turno. O gasto de energia era alto demais para os padrões da empresa.

Eles investiram em gestão, se organizaram e fizeram um turno único. Com isso, o consumo de energia caiu 30%. Além disso, a contribuição para o ambiente é reduzir significativamente a emissão de gás carbônico.

Hidro Personalidades

Esta coluna está homenageando pessoas que prestaram ou ainda prestam relevantes contribuições ao Desenvolvimento da Hidrogeologia, Água Subterrânea e da Perfuração de Poços Tubulares Profundos no Brasil. Esses ícones de nosso segmento receberão nossa singela lembrança, reverência e reconhecimento, através da MENÇÃO HONROSA instituída por esta coluna.

Ao nosso homenageado, professor, pioneiro, incentivador e colega das Águas Subterrâneas e da ABAS, ainda sempre apoiando e sugerindo ações para nosso desenvolvimento, nosso preito de gratidão, amizade e consideração:

Euclydes Cavallari
Nascido em São Paulo – SP em 19 de dezembro de 1928,
Casado, com quatro filhos e oito netos.
Formação:
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (turma de 1953) – Engenharia Civil.
Atividades profissionais
1953 – 1.956: Escritório Técnico Julio Kassoy e Mario Franco, projetistas estruturais de concreto armado.
1956 – 1970: Engenheiro estatutário (CLF) do DOS – Departamento de Obras Sanitárias da então Secretaria de Obras do Estado de São Paulo, admitido por concurso onde obteve 1º lugar em Transportes, 2º lugar em Pontes e 2º lugar em Saneamento.
1970 – 1988: Engenheiro do DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, para onde foi transferido por ocasião da extinção do DOS.
Atividades didáticas
1958 – 1970: Professor assistente da Escola Politécnica – Departamento de Física.
1962 – 2002: Professor da Escola de Engenharia Mauá, nas disciplinas de Física, no Departamento Fundamental e de Saneamento e Hidrogeologia, nos Departamentos de Engenharia Civil e Sanitária.
Atividades ligadas às águas subterrâneas

¨ No DOS incentivou a pesquisa, exploração e preservação das águas subterrâneas.
¨ No DAEE propôs à Superintendência a realização de um levantamento geral no Estado, das condições de ocorrência, uso e preservação das águas subterrâneas. Foi o coordenador desse levantamento, realizado em parceria pelo DAEE e o IPT e com assistência técnica da firma Tahal, de Israel.
¨ Foi o coordenador do Serviço de Águas Subterrâneas do DAEE, Departamento que se tornou orientador e incentivador da pesquisa, exploração e preservação dos aqüíferos subterrâneos do Estado.
¨ Foi idealizador e fundador da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas – ABAS – tendo sido seu vice-presidente na primeira gestão e presidente na segunda. É atualmente membro nato do seu Conselho Diretor.
¨ Participou como representante da Escola de Engenharia Mauá, da Comissão do MEC, que estabeleceu o currículo mínimo do curso de Engenharia Sanitária. Teve aprovada sua proposta de inclusão no currículo da disciplina Hidrogeologia de cuja ementa foi autor.

RECORDAR É VIVER


Sonda Perfuratriz à Percussão Prominas, Modelo P-200-S, em 1.977.


5º Congresso da ABAS em São Paulo – SP, 1.988, com presença dos colegas Lãs Casas – presidente na época; Mário Tinoco, Valter Gonçales e Geraldo Gonçalves.

Ministérios lançam edital para projetos no Cerrado

O MMA - Ministério do Meio Ambiente e o MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário estão lançando um edital para apoiar projetos em atividades florestais junto a agricultores familiares, no Cerrado. O edital é fruto de uma parceria entre o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Programa Nacional de Florestas do MMA e a Secretaria de Agricultura Familiar do MDA.

O anúncio do lançamento do edital foi feito pela ministra Marina Silva, no dia 10 de setembro, durante as comemorações do Dia do Cerrado. O bioma é o segundo maior da América do Sul. Ocupa cerca de 23% do território nacional (1,97 milhões de km2) e é considerado a savana mais rica do mundo em biodiversidade, com a presença de diversos ecossistemas. No entanto, depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais sofreu com a ocupação humana e a expansão da fronteira agrícola.

O edital tem por objetivo selecionar projetos que:

a) promovam o desenvolvimento rural sustentável no bioma Cerrado, por meio da formação de agentes multiplicadores de técnicas de plantio e manejo adequados dos recursos naturais, com ênfase na produção florestal;

b) prestem assistência técnica e extensão rural em atividades florestais a agricultores familiares por intermédio da elaboração, implantação e acompanhamento de projetos de manejo sustentável de uso múltiplo, silvicultura e sistemas agroflorestais.

Ele conta com recursos de 5 milhões de reais, por intermédio de apoio financeiro a projetos em duas chamadas:
Chamada I Chamada II Formação de agentes multiplicadores no bioma cerrado Assistência Técnica e Extensão Rural em atividades florestais a agricultores familiares do bioma cerrado Com o prazo máximo de execução de 8 a 12 meses Com o prazo máximo de execução de 48 meses.

A data limite para recebimento de projetos é 28/01/2005. O edital está disponível na página eletrônica do FNMA, www.mma.gov.br/fnma e também pelo e-mail fnma@mma.gov.br .
Fonte: Ascom MMA

 
Voltar Imprimir

Copyright © - Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
Todos os direitos reservados