- NACIONAIS
DNPM nega ter autorizado Nestlé a desmineralizar
água
O diretor do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNMP), João César Pinheiro, negou em audiência
pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara
dos Deputados, realizada no dia 1º de julho, que a empresa Nestlé
tenha sido autorizada a desmineralizar a água retirada do poço
Primavera, no circuito de águas de São Lourenço,
no Sudeste de Minas Gerais. Foi consenso entre os representantes do
Ministério Público de Minas Gerais, do Departamento Nacional
de Pesquisas Minerais e do Movimento Ambiental Circuito das Águas
que a Nestlé, ao alterar a fórmula original da água
do poço São Lourenço, cometeu uma irregularidade.
O diretor do DNPM lembrou que há um processo na Justiça
contra a Nestlé, cobrando a licença para a exploração
da água do poço Primavera. Com a água desse poço
a Nestlé industrializa a água mineral “Pure Life”,
cuja qualidade está sendo questionada. O diretor da Nestlé,
Carlos Faccina, disse que a empresa recebeu a autorização
do DNPM em 1998, com autorização retroativa a 1996 para
perfuração do poço. Faccina disse também
que fez um pacto para reordenar a produção e fechar a
fábrica da água Pure Life em outubro. A Nestlé
discute na justiça a legalidade da licença para a exploração
da fonte Primavera e a desmineralização da água.
O diretor da empresa, Carlos Faccina, alega que a água original
não é própria para consumo.
A Nestlé, segundo ele, vai ter que transferir
um equipamento que custa 25 milhões de dólares e deixar
a fonte disponível, se tiver de deixar a produção.
O fechamento da fábrica, segundo Faccina, provocará a
demissão de 40 pessoas. O diretor da Nestlé explicou que
a empresa fez um acordo com a sociedade e com organizações
não-governamentais (ONGs) para fechar a fábrica em outubro
e interromper a exploração. Foi ainda alertado que pode
ter havido corrupção, já que não há
possibilidade legal de uma autorização retroativa. João
César Pinheiro comprometeu-se a averiguar de onde veio a autorização,
porque não houve estudo de impacto ambiental (EIA). Segundo o
DNPM, o contrato da Nestlé para explorar as águas minerais
do Parque São Lourenço não prevê a ampliação
de poços, o que exigiria um novo estudo de impacto ambiental,
que não foi realizado. O diretor do DNPM disse também
que a desmineralização da água contraria princípios
fundamentais do Código de Águas Minerais, que prevê
a proteção integral dos sais minerais, ou seja, a fórmula
original da água. O Poço Primavera é rico em ferro,
manganês e lítio.
Privatizado serviço de água e esgoto
O sistema de distribuição de água e tratamento
de esgoto de Itapema passa a ser gerido pelo consórcio Águas
de Itapema, formado pela Construtora Nascimento e Linear Participações
e Construções de Cuiabá (MT), a partir de segunda-feira.
O desembargador e primeiro vice-presidente do Tribunal de Justiça
(TJ) do Estado, Anselmo Cerello, suspendeu a liminar concedida no Fórum
local que impedia a continuidade do processo de privatização
do serviço. O consórcio foi o único participante
da licitação, que tem como principal exigência resolver
os problemas de balneabilidade da praia no prazo de um ano. A ação
popular contra a prefeitura, denuncia o favorecimento à empresa
vencedora da licitação e o não-cumprimento de prazos
do processo licitatório. Uma ordem de serviço foi emitida
na quinta-feira autorizando as Águas de Itapema a administrar
o serviço. Segundo o procurador-geral do município, Fabiano
Elias Soares, as empresas consorciadas terão prazo de um ano
para garantir a balneabilidade da praia e ampliar a capacidade do reservatório
de Itapema de 700 metros cúbicos para 6,7 mil metros cúbicos.
No mesmo período, segundo Soares, o consórcio terá
que ampliar o diâmetro da tubulação da cidade. “Esta
nova decisão do TJ só vem comprovar a transparência
do processo licitatório”, diz. Na prática, o consumidor
pagará a partir de segunda-feira R$ 1,40 por metro cúbico
de água fornecida, cinco centavos a menos do que vem sendo praticado.
O serviço vem sendo gerido provisoriamente pela prefeitura desde
dezembro de 2002, quando o município rescindiu o contrato com
a Casan. O corte se deu em razão do não-cumprimento da
cláusula contratual que previa o início das obras de saneamento
básico.
- INTERNACIONAIS
Brasil na mira do investidor estrangeiro
Entre os mercados emergentes globais, o Brasil é considerado
um dos destinos mais atraentes ao ingresso investimentos institucionais
externos. A constatação foi feita pelo banco de investimentos
Merrill Lynch durante um fórum que reuniu executivos-chefes e
diretores financeiros, em Laguna Niguel, na Califórnia. De acordo
com o relatório produzido pelo diretor de estratégia para
América Latina do banco, Roberto Berges, o Brasil tem 27,3% da
preferência dos investidores que pretendem aumentar sua exposição
nos mercados emergentes nos próximos três meses. O país
mais citado pelos executivos foi à África do Sul (53,8%).
Em segundo, a Rússia (45,5%) seguida pela Turquia (33,3%).
Em relação aos próximos 12 meses, o levantamento
da Merrill Lynch informa que o Brasil é identificado como terceiro
país com melhor potencial de atração de investimentos
(13,8%). Os outros citados são: Coréia do Sul (20,7%),
Turquia (17,2%) e Rússia (10,3%).
A evolução das condições macro-econômicas
internas foi apontada pela maioria dos investidores como determinante
para o bom desempenho do mercado acionário brasileiro no prazo
de um ano. O corte gradual nas taxas de juros é lembrado por
24,1% dos executivos como uma das indicações mais evidentes
desse quadro, informa o relatório.
- SUBTERRÂNEAS
Fim do desperdício leva emprego e renda
no Piauí
A utilização racional do poço jorrante Capim Grosso,
localizado no município de São João do Piauí,
a 486 km de Teresina, está mudando a realidade do primeiro assentamento
de reforma agrária do Estado. A água que era desperdiçada,
há 20 anos, está sendo utilizada, agora, para irrigar
20 hectares para a produção de horticultura e fruticultura.
A implantação do projeto piloto de irrigação
da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e
do Parnaíba (Codevasf) beneficia uma comunidade de 423 pessoas,
no assentamento Marrecas. O fortalecimento da fruticultura é
meta do projeto piloto que prevê o plantio de manga, goiaba, figo,
atemóia e limão.
Aberto em 1982, o poço profundo jorrava uma vazão de 120
m³ por hora, o que produzia o jorramento de água que atingia
40 metros de altura. Os números do desperdício impressionam:
diariamente, 2880 m³ de água eram jogados fora. Lembrando
que uma caixa d’água padrão corresponde a mil litros,
eram 2,8 delas indo pelo ralo todos os dias. Da abertura do poço,
até o início do trabalho da Codevasf, há 18 meses,
foram desperdiçados mais de 21 milhões de m³ de água.
Isso numa região do semi-árido, onde a população
tem escassez de água e poucas alternativas de renda.Utilizando
a água, a Codevasf implantou, este ano, 3.600m de adutora com
quatro reservatórios de 10 mil litros, além de um chafariz,
utilizado para abastecer as comunidades vizinhas. Também foram
instalados 2.450m de rede de energia elétrica rural. Em 20 hectares
irrigados, já estão sendo colhidos abóbora, batata
doce, feijão, melancia e banana.
A Codevasf oferece assistência técnica
e, no próximo mês, um grupo de produtores de Marrecas vai
aprender com a experiência de Petrolina (PE). Eles passarão
por treinamento no perímetro irrigado Nilo Coelho. A região
é responsável pela produção de 98% da uva
exportada pelo Brasil. Até o próximo ano, a Codevasf vai
domar mais três poços jorrantes existentes na região,
cuja água será suficiente para irrigar toda a área
prevista. O assentamento Marrecas está localizado numa área
de 10.560 hectares e a única fonte de renda da população
era a criação de caprinos e ovinos. O projeto piloto de
Marrecas é o segundo que a Codevasf implanta no Vale do Parnaíba.
No ano passado, começou o plantio de uva na cidade de Santa Rosa.
- UTILIDADE PÚBLICA
PR: Responsabilidade social rende prêmio
a Sanepar
A Sanepar recebeu ontem, no Rio de Janeiro, o Prêmio Mário
Henrique Simonsen - Excelência em Balanço Social - concedido
pela Fundação Nacional de Apoio Gerencial (Funager), Brasil
Rotário e Associação Comercial do Rio de Janeiro
(ACRJ).
De acordo com a diretora de meio ambiente e Ação Social
da Sanepar, Maria Arlete Rosa, que recebeu o prêmio em nome da
companhia de saneamento, este prêmio é um reconhecimento
às políticas sociais da empresa. Segundo a diretora, estar
entre as seis empresas que melhor exercem a sua responsabilidade social,
de acordo com os critérios do Prêmio Mario Henrique Simonsen,
é privilégio não só para nós da Sanepar,
mas também para os paranaenses.
Atuação social A Sanepar foi escolhida em função
da sua política de inserção social das famílias
pobres, por meio da tarifa social e pelos programas de educação
ambiental e de proteção dos mananciais, entre outras ações,
executadas no ano passado. Em 2004, estas ações já
foram significativamente ampliadas, o que credencia a Sanepar a continuar
sendo considerada uma das empresas que melhor cumprem a sua missão
de empresa pública, com responsabilidade social, enfatiza Maria
Arlete. Um dos programas de maior repercussão, a Tarifa Social,
em 2003, concedeu desconto nas tarifas de água e de esgoto para
43 mil famílias. Em 2004, com a mudança nos critérios
de acesso, o total de beneficiados deve ser a 360 mil famílias.
A missão da empresa é consolidar a Sanepar como empresa
pública, com atuação social e ambiental responsável,
comprometida com a universalização do acesso aos serviços
de saneamento.
Água potável – ainda falta muito!
Cerca de 10 mil pessoas morrem diariamente no mundo devido à
falta de água potável e saneamento básico, declarou
o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, por ocasião da
abertura de um comitê especial sobre Água e Saneamento,
em Nova Iorque. Dados das Nações Unidas indicam que 1
em 3 pessoas no mundo não tem acesso a saneamento básico,
e que 1 em cada 6 pessoas é obrigada a beber água contaminada.
De acordo com As Metas do Milênio, estabelecidas na cúpula
da ONU em 2000, os países devem reduzir pela metade as suas populações
sem acesso Água tratada e a saneamento básico até
o ano 2015. Segundo o Secretário-geral, embora essas metas sejam
possíveis, os avanços nesse sentido tem sido muito lentos.
Kofi Annan disse que é necessário maior vontade política
dos governos, assim como maior mobilização pública
e um uso mais efetivo de recursos no setor.
Fonte: Central de Informações ONU |