Novo
diretor da ANA quer avançar na gestão da água
Machado quer implementar um sistema nacional
de gerenciamento do uso da água
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deu posse
ao novo diretor-presidente da ANA, Agência Nacional de Águas,
o economista José Machado, no auditório Comandante Roy
– bloco A, na sede da ANA. O atual diretor-presidente da ANA,
Jerson Kelman, assumiu no mesmo dia o cargo de diretor-geral da ANEEL,
Agência Nacional de Energia Elétrica.
O economista José Machado é ex-prefeito de Piracicaba/SP,
foi indicado pela Presidência da República para a ANA no
dia 1º de dezembro e teve seu nome aprovado pela Comissão
de Serviços de Infra-Estrutura no dia 14 de dezembro e pelo plenário
no Senado, no dia 22 de dezembro. O economista foi duas vezes prefeito
de Piracicaba, cargo que deixou no último dia 31. Também
foi deputado estadual e federal por São Paulo, quando atuou como
titular das comissões de Economia, Indústria e Comércio
e de Constituição, Justiça e Meio Ambiente. Na
área dos recursos hídricos, Machado foi o primeiro presidente
do Consórcio Intermunicipal das Bacias Hidrográficas dos
Rios Piracicaba e Capivari e colaborou como relator de projetos de lei
que instituíram a Política Nacional de Recursos Hídricos
e a ANA. “Em minha gestão será preciso vencer algumas
resistências quanto à cobrança pelo uso da água,
demonstrada por alguns setores. Além disso, é preciso
intensificar o trabalho para racionalizar o uso dos recursos hídricos,
reduzir os índices de poluição e evitar a escassez
e as inundações. É preciso avançar na implementação
do sistema nacional de gerenciamento do uso da água. O desafio
é enorme”, disse o novo diretor presidente da ANA.
O ex-prefeito de Piracicaba (SP) salientou que manterá todo o
quadro técnico da Agência, de forma a dar continuidade
e a ampliar o trabalho desenvolvido pela autarquia. Machado classificou
a água como um recurso estratégico para o desenvolvimento
sustentável do país, daí a necessidade de se investir
na preservação e na despoluição dos mananciais.
Depois de assinar o termo de posse do novo diretor-presidente da ANA,
a ministra Marina Silva salientou que a gestão da água
no Brasil deve se dar de forma compartilhada, entre União, estados,
municípios e sociedade civil. Dessa forma, de acordo com a ministra,
será possível avançar ainda mais na consolidação
do sistema brasileiro de gerenciamento da água.
Machado assumiu a diretoria da ANA durante cerimônia que contou
com a presença dos ministros de Minas e Energia, Dilma Roussef,
do Planejamento, Nelson Machado, e da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Também participaram o novo diretor da Aneel - Agência Nacional
de Energia Elétrica e ex-diretor da ANA, Jerson Kelman, além
do presidente do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis, Marcus Barros, e representantes
da Casa Civil, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, do
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, da ong
WWF/Brasil, de governos estaduais e de outros órgãos governamentais.
Aneel - Jerson Kelman, que ocupou a diretoria da ANA
desde a sua criação, há quatro anos, assumiu a
diretoria da Aneel. Foi indicado para o cargo de diretor-presidente
da ANEEL, no dia 1º de dezembro e foi aprovado por unanimidade
pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura, após
ser sabatinado, no último dia 14 de dezembro. No dia 22, o nome
de Kelman foi aprovado pelos senadores em plenário para o cargo
de diretor-geral da ANEEL, para um mandato de quatro anos. Kelman vai
substituir José Mário Abdo, cujo mandato terminou em 1º
de dezembro de 2004. Ele afirmou que, à frente da instituição,
contribuirá para que a regulação do setor elétrico
seja transparente, eficaz e estável, equilibrando os interesses
de consumidores, agentes e do Governo. Sobre o licenciamento ambiental
para a infra-estrutura do setor, Kelman lembrou que no passado às
concessões eram emitidas sem a licença prévia ambiental,
modelo em que havia equívocos. “O tema ambiental era enfrentado
muito tarde, depois de tomada a decisão em favor do empreendimento”,
lembrou. Segundo ele, “o órgão de licenciamento
ambiental se comportava como se o que estivesse em jogo fosse apenas
o interesse de algum empreendedor visando o lucro, sem atentar que a
infra-estrutura serviria para viabilizar a prestação de
um indispensável serviço público”. Kelman
afirmou que, nas atuais condições, “é razoável
esperar” que a aprovação da construção
de um conjunto de usinas e de linhas de transmissão que atendam
ao incremento da demanda energética, e que cause impacto ambiental
mínimo, “seja uma responsabilidade compartilhada entre
o ministério de Minas e Energia e o do Meio Ambiente”.
Jerson Kelman é carioca, tem 56 anos, é engenheiro civil
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Engenharia Civil
COPPE-UFRJ e doutor em Hidrologia e Recursos Hídricos pela Colorado
State University (EUA). Participa do Conselho Nacional de Política
Energética - CNPE, do Governing Board do UNESCO - Institute for
Water Education, Delft, Holanda, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos
- CNRH , do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Também
foi coordenador da Comissão de Análise do Sistema Hidrotérmico
(2001-2002) e do Comitê Gestor da Crise Energética (2001-2002).
Participou da elaboração da Lei 9.433/97 (lei das Águas)
e, a partir de 99, da criação da ANA. É diretor-presidente
da Agência desde a implantação, em dezembro de 2000.
Tendo participado anteriormente nas discussões sobre o texto
da Lei das Águas (lei nº 9433/97), a qual deu ao Brasil
uma legislação moderna e inovadora que definiu novos conceitos
para os recursos hídricos e para sua gestão. Kelman participou
ainda da idéia inicial e da necessidade de criar uma agência
com a missão de implantar a nova Política Nacional de
Recursos Hídricos. Nesse contexto, a ANA recebeu atribuições
sem precedentes na tradição da gestão de recursos
hídricos do país, para as quais Kelman balizou os novos
caminhos.
ANA - A ANA é uma autarquia especial, vinculada
ao Ministério de Meio Ambiente, que tem como missão regular
o uso da água dos rios e lagos de domínio da União,
assegurando quantidade e qualidade para usos múltiplos, e implementar
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - conjunto
de mecanismos, jurídicos e administrativos, que visam o planejamento
racional da água com a participação de governos
municipais, estaduais e sociedade civil.
Oscar Cordeiro é o novo diretor da área
de articulação institucional
Já Oscar de Moraes Cordeiro Netto assumiu como
novo diretor da ANA, Agência Nacional de Águas, depois
de uma rápida cerimônia no Ministério do Meio Ambiente,
no qual assinou, junto com a ministra Marina Silva, o termo de posse.
O professor Oscar vai exercer o cargo de diretor da área de articulação
institucional por quatro anos. Ele teve o nome indicado pela Presidência
da República, aprovado por unanimidade após ser sabatinado
por mais duas horas pelos parlamentares e membros da Comissão
de Serviços de Infra-estrutura.
O novo diretor falou dos planos para o futuro, da contribuição
que pode dar ao trabalho da ANA e duas grandes preocupações:
o grande volume de esgoto não tratado no País e a necessidade
de conscientizar à população de que a água
deve ser efetivamente usada como riqueza. “Compatibilizar e harmonizar
todos esses usos, funções e vocações da
água é tarefa complexa”. E acrescentou que com o
aumento de usos múltiplos da água, com os conflitos já
existentes e, pelos interesses envolvidos e assimetria de poder entre
os interessados, “corre-se até o risco de se criar uma
nova categoria de injustiça social no País: a da exclusão
hídrica”.
Segundo Oscar, ser diretor da ANA é um grande desafio profissional
pela importância da instituição e da água
no Brasil.“A ANA tem questões complexas pela frente. É
uma instituição a ser construída a cada dia. Não
há tradição nesta área”, finalizou
o diretor. Ele é Engenheiro Civil, com doutorado em Ciências
e Técnicas Ambientais da ENPC – École Nationale
des Ponts et Chaussées, França, e mestrado – DEA
(Diplôme d’Études Approfondies) TGE-Técnicas
e Gestão do Meio Ambiente. Atualmente, é professor no
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília,
onde atua desde 1996. Em sua experiência profissional destaca
a presidência da ABRH – Associação Brasileira
de Recursos Hídricos e o trabalho realizado no DAEE, Departamento
de Águas e Esgoto (SP) e na Caesb - Companhia de Saneamento (DF),
além da consultoria a diversas instituições, como
Unesco, Banco Mundial e ministérios do Meio Ambiente e das Cidades.
O economista José Machado é ex-prefeito
de Piracicaba (SP) e foi indicado pela Presidência da República
para a ANA no dia 1º de dezembro e teve seu nome foi aprovado pela
Comissão de Serviços de Infra-Estrutura no dia 14 de dezembro
e pelo plenário no Senado, no dia 22 de dezembro. O economista
foi duas vezes prefeito de Piracicaba, cargo que deixou no último
dia 31. Também foi deputado estadual e federal por São
Paulo, quando atuou como titular das comissões de Economia, Indústria
e Comércio e de Constituição, Justiça e
Meio Ambiente. Na área dos recursos hídricos, Machado
foi o primeiro presidente do Consórcio Intermunicipal das Bacias
Hidrográficas dos Rios Piracicaba e Capivari e colaborou como
relator de projetos de lei que instituíram a Política
Nacional de Recursos Hídricos e a ANA.
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