NACIONAIS
Lula gasta mais com avião que com saneamento
O governo federal mais gastou com o “AeroLula” o novo avião
presidencial do que investiu em saneamento ambiental urbano durante
2004. O valor já pago para a compra do Airbus é mais que
o dobro do que foi investido em saneamento urbano. Segundo dados do
Siafi (sistema informatizado de acompanhamento de gastos federais),
foram gastos R$ 53,6 milhões com o programa de saneamento ambiental
urbano em 2004. Já para o “AeroLula” foram desembolsados
US$ 46,7 milhões. Dos grandes investimentos previstos para 2004,
também deixou uma grande fatia no papel o programa de saneamento
ambiental urbano. Dos R$ 818,8 milhões autorizados por lei, apenas
R$ 53,6 milhões (6,6%) haviam sido pagos até o fim do
ano e outros R$ 454,7 milhões são objeto de promessas
de gastos. Em abril passado, o presidente Lula acusou a administração
Fernando Henrique Cardoso pela morte de 300 mil crianças por
falta de saneamento básico no governo anterior. No discurso,
feito no Acre, disse que não faltaria dinheiro para a área
em 2004.
USP desenvolve processo de captação
de Água da chuva
Pesquisa FAPESP - A cena é bastante conhecida dos paulistanos.
As chuvas de verão provocam alagamentos em vários pontos
da cidade, mas muitos bairros não têm água nas torneiras
por conta da escassez nos reservatórios. Se parte desse líquido,
em vez de escorrer para as galerias pluviais for coletada, armazenada
e utilizada para regar plantas, lavar calçadas, pátios
e veículos ou ainda como descarga em vasos sanitários,
o fluxo de água para os córregos e rios vai diminuir.
Dessa forma, o número de enchentes e de alagamentos seria, com
certeza, menor.
Partindo desse princípio, pesquisadores da Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo (USP), coordenados pelo professor
Racine Tadeu Araújo Prado, sentiram-se motivados. A equipe resolveu
projetar e montar um sistema de coleta e aproveitamento de água
de chuva no Centro de Técnicas de Construção Civil
da universidade. O sistema pode ser usado em vários tipos de
construção, com poucos investimentos. Para eliminar a
primeira água de lavagem do telhado, os pesquisadores da Poli
montaram um sistema que possui dois reservatórios, um pequeno,
que coleta e despreza automaticamente a chuva suja dos primeiros minutos,
e um grande, utilizado para armazenar efetivamente o líquido.
Assim que o pequeno fica cheio é fechado por uma bóia
e o maior começa a receber a água.
Um filtro colocado nas calhas retém folhas, galhos e outras sujeiras
e impede o entupimento das tubulações. Se não for
possível colocar os reservatórios diretamente no forro
do edifício, é necessário a instalação
de um reservatório no térreo, que fica enterrado, e outro
no forro, para bombear a água. O emprego de dois reservatórios
aumenta a capacidade de suprimento ao longo da estação
seca. E a energia despendida para o bombeamento é muito pequena
e não onera o sistema. Além disso, os testes mostraram
que a qualidade da água armazenada também é boa.
INTERNACIONAIS
Entidades fazem denúncias contra multinacionais de bebidas
Nem mesmo o calor de mais de 30 graus afastou os participantes que lotaram
a sala E 105 do FSM onde o inglês foi a língua dominante
e a platéia formada predominantemente de europeus, entre eles
jornalistas ingleses franceses suíços. O tema, com o título
sugestivo de ´Por Dentro da Garrafa´, analisou inúmeras
denúncias contra as quatro principais corporações
que dominam a indústria de refrigerantes e água engarrafada.
Entre os dados apresentados está o que afirma que a indústria
de água engarrafada está explodindo nos Estados Unidos.
Esse mercado é o setor que mais cresce na indústria de
bebidas. Na década passada o consumo nos Estados Unidos praticamente
dobrou; no Canadá a água engarrafada passou o consumo
de café, chá, suco de maçã ou leite.
Um dos participantes do painel, Amit Srivastava, do India Resource-
falou sobre como a Coca-cola está se comportando na India e seu
“movimento de resistência”. Ele disse que foram detectados
resíduos de bromato e pesticidas nos refrigerantes e na água
engarrafada pela Coca-Cola em seu país e narrou as atividades
de resistência dos ambientalistas que em sua ótica impuseram
uma derrota comercial sem precedentes à empresa.
SUBTERRÂNEAS
IGAM monitora águas
Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) começa
a estudar e monitorar, numa iniciativa inédita, as águas
subterrâneas do Estado, até então desconhecidas.
Inicialmente, o projeto piloto que faz parte do Programa Águas
de Minas vai atuar em áreas identificadas como mais vulneráveis
e com riscos reais de contaminação e poluição.
Os trabalhos experimentais começam pela bacia do Rio São
Francisco, onde o uso dos recursos hídricos subterrâneos
é de extrema relevância social, econômica e ambiental.
Para o diretor do Igam, Paulo Teodoro de Carvalho, o programa é
importante, uma vez que Minas não conhece suas reservas de águas
subterrâneas. “Não temos mapeamento e ninguém
sabe o que está acontecendo lá em baixo, se a reserva
que temos está em boas condições ou não;
se está havendo poluição e contaminação”,
preocupa-se. Segundo Carvalho, o Igam tenta um convênio com a
Copasa, que já tem mapeados vários poços artesianos,
principalmente de estabelecimentos como hotéis, clubes de recreação
e condomínios residenciais, que fazem exploração
da água subterrânea. “Esse é um grande desafio
para a agenda do Igam este ano”, diz.
Segundo informações da coordenadora do projeto, Zenilde
Guimarães, no trecho norte da bacia do São Francisco,
especialmente nas sub-bacias dos rios Verde Grande, Riachão e
Jequitaí já se configuram conflitos de uso devido à
escassez dos recursos hídricos superficiais. Na região,
o uso das águas subterrâneas para abastecimento urbano
e irrigação é intenso, oferecendo riscos de contaminação
por agrotóxicos. Nesta área, cerca de 40 poços
artesianos estão sendo selecionados para amostragem. Depois de
coletadas amostras, serão feitos ensaios físico-químicos,
incluindo metais pesados e pesticidas, e bacteriológicos. O programa
de monitoramento de águas subterrâneas vai passar por auditorias
periódicas que indicarão a necessidade de se incluir novos
parâmetros, alterar a freqüência adotada e, até
mesmo, excluir variáveis que, em função dos resultados
alcançados, se mostrarem desnecessárias. O primeiro relatório
deve estar pronto ainda no primeiro semestre deste ano. O projeto piloto
está sendo viabilizado com recursos financeiro da Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba
– Codevasf.
Coletas - Em execução desde 1997, o Projeto Águas
de Minas vem fazendo estudos sobre a qualidade e as tendências
de comportamento dos principais cursos d’água que drenam
o território de Minas Gerais. O monitoramento feito trimestralmente
já abrange 98% do território estadual e inclui as oito
principais bacias do Estado. Os resultados obtidos nas análises
estão disponíveis trimestralmente no site do Igam (www.igam.mg.gov.br)
e qualquer pessoa pode acessá-los. O monitoramento das águas
superficiais, feito por meio da coleta e amostra de água em 244
pontos em Minas, também será ampliado este ano. Novos
pontos de monitoramentos estão sendo selecionados nas sub-bacias
dos rios Verde Grande, Riachão e Jequitaí.
SANEPAR utiliza águas subterrâneas
Apenas no ano de 2004, a Sanepar construiu 156 poços para extrair
água subterrânea e, com ela, abastecer a população
paranaense, residente em zona urbana e rural. Este número é
o maior da história da empresa, uma vez que, na média,
nos últimos 20 anos, foram construídos 50 poços
ao ano. O investimento foi de R$ 7 milhões. “Os 156 poços,
perfurados em 101 municípios do Paraná fornecerão
água de excelente qualidade para até 456 mil pessoas”,
garante o geólogo João Horácio Pereira, responsável
pela Unidade de Serviços de Hidrogeologia da Sanepar. Segundo
Pereira, com os novos poços a empresa consolida sua posição
no gerenciamento de mananciais subterrâneos. Ele explica que,
para interligar os poços, a Sanepar necessita, agora, fazer os
projetos e obras de engenharia que permitam levar a água até
o consumidor.
O aproveitamento da água subterrânea decorre de uma série
de motivos, entre eles, as pesquisas que a Sanepar desenvolve nos aqüíferos
do Paraná. `Por meio dos estudos técnicos, a empresa vem
conseguindo resultados muito positivos em volume e em qualidade`, afirma
Pereira. Atualmente, a Sanepar mantém em operação
835 poços em 277 municípios. Eles são operados
pela empresa e, de acordo com Pereira, abastecem com água de
excelente qualidade para 1,3 milhão de paranaenses. A água
extraída dos aqüíferos está atendendo moradores
de sedes e distritos municipais. A Sanepar também disponibilizou
às prefeituras cerca de 1.450 poços para suprir as comunidades
rurais do Estado, o que representa 76% das águas que abastecem
sistemas rurais.
Perspectiva – Para 2005, a previsão é construir
mais 150 poços, em áreas urbanas e rurais. Somente no
Aqüífero Guarani, os investimentos com recursos próprios
e da Caixa Econômica Federal serão de R$ 6,5 milhões
e R$ 7,8 milhões, respectivamente.
UTILIDADE PÚBLICA
Ziraldo lança livro sobre as Águas
O Centro Cultural das Águas, mantido pela Serla (Superintendência
Estadual de Rios e Lagoas), da Secretaria de Meio Ambiente do Rio de
Janeiro, promoveu o lançamento do livro ‘A água
nossa de cada dia‘, do desenhista e escritor Ziraldo. Tendo como
tema central a limpeza das águas do mar, o livro transmite noções
de preservação ambiental para crianças e adultos.
A tiragem dos 25 mil exemplares do livro foi patrocinada pelo Instituto
Vivo. Promotores especialmente treinados já estão distribuindo
os exemplares para os freqüentadores das praias do Rio, além
de sacos de plástico que informam o tempo de decomposição
de cada material descartado.
O evento faz parte da programação do projeto Água
Viva, uma parceria entre a Serla, o Instituto Vivo e a ONG Produção
Solidária. O Centro Cultural das Águas é o espaço
ideal para a discussão de temas relacionados à preservação
das águas e à prática da educação
ambiental. Centro Cultural das Águas: Parque dos Patins, Lagoa
Rodrigo de Freitas (próximo à Colônia de Pescadores
Z-13). Informações: (21) 2540-6855.
RECORDAR É VIVER
1 – Bomba de Eixo Prolongado Marca Pluvius (Argentina) –
com capacidade para bombeamento superior a 500 m3/h – Contep –
SP - 1995.
2 – Sonda Rotativa marca Mayhew – modelo 500 – Hidrogesp
– SP – 1.996.
Hidro-Personalidade
Esta coluna está homenageando pessoas que prestaram ou ainda
prestam relevantes contribuições ao desenvolvimento da
Hidrogeologia, Água Subterrânea e da Perfuração
de Poços Tubulares Profundos no Brasil. Esses ícones de
nosso segmento receberão o merecido reconhecimento intitulado
HIDRO-PERSONALIDADES.
JOSÉ ANDRÉ MINARI
Apesar das poucas informações conseguidas a lembrança
é justa e a homenagem válida. Atuou durante quase 40 anos
na empresa José Passarelli e Cia.Ltda, localizada na cidade de
Araçatuba/SP, junto com outro ícone da perfuração
de poços, o Sr. José Passarelli, ambos já falecidos.
Utilizaram durante muitos anos a sondas rotativas que perfuravam com
testemunhagem do material perfurado, através do uso de barriletes
e granalha. As sondas durante muito tempo utilizavam torres de madeira,
conforme fotos já mostradas nesta coluna.
Foram pioneiros e desbravadores do oeste de São Paulo e do Brasil
e deram contribuição importante para as Águas Subterrâneas
e a perfuração de poços no Brasil.
Fica aqui nossa singela homenagem a esses valorosos
companheiros.
Recordar é Viver!
Bomba de Eixo Prolongado Marca Pluvius (Argentina)
- com capacidade para bombeamento superior a 500 m3/h - Contep - SP
- 1995.
Sonda Rotativa marca Mayhew - modelo 500 - Hidrogesp
- SP - 1.996.
Carlos Eduardo Quaglia Giampá,
géologo, conselheiro fundador e vitalício da ABAS, diretor
da DH Perfuração |