Água
mineral se transforma em negócio bilionário
Água mineral engarrafada ocupa o segundo lugar
em vendas no mercado das bebidas não alcoólicas nos EUA
Los Angeles - A água mineral esconde em suas garrafas algo mais
que a fonte de saúde que proclamam os anúncios de venda
de um dos elementos mais básicos de nosso planeta. Nos últimos
anos a venda deste produto se transformou em um dos negócios
mais rentáveis dos Estados Unidos, capaz de movimentar anualmente
cerca de US$ 9 bilhões. Em menos de três décadas,
houve uma transformação radical: enquanto antes a idéia
de pagar mais por algo que sai da torneira era considerada inconcebível,
hoje a água mineral engarrafada ocupa o segundo lugar em vendas
no mercado das bebidas não alcoólicas. A mudança
é confirmada pelo último estudo de mercado neste campo,
que aponta para 10 ou 15 anos o reinado absoluto da água mineral
engarrafada sobre qualquer outra bebida não alcoólica.
Uma amostra disso, são os californianos que junto com seus carros
conversíveis, óculos escuros e bronzeado perfeito acrescentaram
há anos à sua indumentária a indispensável
garrafa de água mineral.
Evian, Perrier, Pepsi e Coca - A moda começou na França,
no pequeno povoado de 7.500 habitantes de Evian. Poucos saberão
achar a cidade no mapa, próxima ao lago Genebra, mas qualquer
consumidor médio poderá encontrar este nome no supermercado.
A localidade possui a maior fábrica engarrafadora de água
mineral do mundo, de onde conseguiu convencer europeus e americanos
da pureza de suas águas. Atualmente, a Evian engarrafa 1,5 bilhão
de litros de água ao ano que são vendidas a 150 países.
A importância deste mercado foi rapidamente compreendida por outras
empresas. A Perrier se impôs com sua garrafa verde na área
de água gaseificada enquanto as maiores empresas de bebidas não
alcoólicas, Pepsico e Coca-Cola, reivindicaram sua parte do bolo
com suas próprias marcas, Aquafina e Dasani, respectivamente.
Saúde e moda - O principal ponto de venda é
a saúde. Tanto em seus nomes como em sua imagem todas estas águas
tendem a ressaltar a pureza de seu conteúdo. Além disso
está na moda. O consumo de água mineral transformou-se
em um sinal de status entre seus consumidores. A água de Fiji,
em sua garrafa quadrada e com rótulos que reproduzem o verde
frescor da vegetação dessa ilha paradisíaca, transformou-se
na bebida oficial das estrelas de Hollywood. As garrafas cilíndricas
de cristal com as tampas cinzentas típicas de água Voss,
procedente da Noruega, enfeitam os quartos dos principais hotéis
em Los Angeles.
Luxo - Um luxo que, como qualquer marca, é cada vez mais caro
e, seja pela distante procedência de alguns destes líquidos
ou pelas altas margens de lucro, da ordem de 25% a 30%, o preço
de uma garrafa de água pode se assemelhar ao de qualquer outra
bebida, inclusive alcoólica. “O público vê
a opção de beber água como a mais saudável”,
confirma Arthur von Wiesenberg, autor que também encontrou seu
mercado no campo da água mineral sobre o qual escreveu quatro
livros.
No entanto, nem sempre a água mineral esconde essa pureza que
vende ou com a qual é anunciada. Enquanto nos Estados Unidos
a água da torneira é controlada pela Agência de
Proteção ao Meio Ambiente, a engarrafada é jurisdição
do Departamento de Alimentação e Medicamentos. E um estudo
da Secretaria Nacional em Defesa dos Recursos Naturais assinalou em
1999 que a legislação vigente para a água potável
da torneira é mais estrita que aquela que controla a água
engarrafada.
Fonte: Agência ESTADO
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