NACIONAIS
Definida cobrança pelo uso da água
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos aprovou, uma resolução
definindo as diretrizes gerais a serem adotadas pelos comitês
de bacias para a cobrança pelo uso da água. Os comitês
dos rios: Doce, Piracicaba-Capivari e São Francisco, estão
com as negociações mais adiantadas e poderão
adotar a medida a partir de 2006. A estimativa é que a arrecadação
dessas bacias ultrapasse os R$ 30 milhões nos próximos
dois anos.
A cobrança pelo uso da água é permitida no país
desde 1997, mas foi adotada até hoje apenas pela bacia do rio
Paraíba do Sul, que arrecada cerca de R$ 10 milhões
ao ano. O recurso é destinado a programas de recuperação
da própria bacia. A resolução aprovada ontem
define que tipos de empresa que poderão pagar pelo uso da água,
a forma de apresentação do plano da bacia -definindo
onde aplicar a verba e questões jurídicas sobre o tema.
No Paraíba do Sul, as empresas fizeram um acordo e assumiram
o valor, melhorando a eficiência na área e deixando de
repassar para o consumidor final. Para que o usuário pague,
é preciso aprovar a medida no comitê de bacia, disse
João Bosco Senra, secretário nacional de Recursos Hídricos,
do Ministério do Meio Ambiente. Atualmente, os consumidores
de energia elétrica já pagam uma taxa compulsória,
definida por lei, pelo uso da água. O pagamento é feito
às geradoras de energia, que repassam parte do recurso à
ANA (Agência Nacional de Águas). A arrecadação
chega a R$ 1 bilhão ao ano.
MT: Cuiabá desperdiça 50% da água
Em Cuiabá, 50% da água tratada é desperdiçada
na rede velha e mal conservada, em acidentes nas tubulações
e nas instalações domésticas (vazamentos em cavaletes
e torneiras, nos banhos demorados, lavagem de calçadas e ruas).
E todos os cidadãos acabam pagando essa conta. Para abastecer
a cidade, a Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) gasta R$
3,1 milhões ao mês em produtos químicos, energia
elétrica, mão-de-obra especializada na operacionalização,
manutenção e distribuição. Tornar potável,
cada 10 metros cúbicos captados no rio, custa R$ 9,40. Mas
além desse custo, transferido quase que automaticamente para
a fatura que chega na casa do consumidor, o cidadão paga outras
contas do setor. Saem do orçamento público, resultante
do pagamento de impostos diretos e indiretos (nos alimentos e vestuário,
por exemplo) e taxas, os recursos aplicados na construção,
ampliação e melhoria das estações de coleta,
distribuição e tratamento de água. Para a engenheira
sanitarista e presidente da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap),
Eliana Rondon, está na hora de todos entenderem que a água
não representa somente custos, mas a retirada de um bem natural.
“Temos que saber que água não é um recurso
inesgotável. Precisamos refletir sobre o que podemos fazer
para conservá-lo”, apelou Eliana.
De acordo com a presidente da Sanecap, a prefeitura de Cuiabá
está discutindo a adoção de medidas como instalação
de hidrômetros, substituição de redes antigas
e a melhoria das instalações intra-domiciliar (construção
de reservatórios) em algumas regiões da cidade. Com
essas ações, acredita Eliana, o município combate
o desperdício e melhora a qualidade do abastecimento. Eliana
Rondon observa que são comuns, bem mais do que se pode imaginar,
as cenas de desperdício de água. Quando não jorra
nas torneiras ou nos reservatórios inadequados, correm nas
mangueiras durante a lavagem de calçadas, ruas e carros.
Pior ainda, lamenta Eliana, quando a instalação não
é oficial – gambiarras -, e não fatura de cobrança
não chega na casa do consumidor. Mas mesmo quando não
resulta em ônus financeiro, a presidente da Sanecap acha que
o morador deveria usar racionalmente a água pensando na questão
ambiental. Sobre o desperdício Eliana acha que as mudanças,
independentemente de qual bairro, devem ser notadas quando começa
a mexer no bolso do usuário, a exemplo do que acontece com
energia. Luz só se tem em casa quem paga a conta, e paga menos
quem economiza.
Ambev gasta menos água
A Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) está ultrapassando
a média mundial, de 4 litros de água por litro de bebida
produzida conseguindo em fábricas como as de Curitiba e Minas
Gerais a marca de 2,99 l/l. Além de uma eficiente política
de gestão hídrica, este índice é resultado
também das campanhas de conscientização voltadas
aos empregados da Companhia.
O setor de bebidas é conhecido como grande consumidor de recursos
hídricos. Há dez anos, o índice utilizado chegava
a 10 litros de água para cada litro de bebida. O trabalho da
AmBev é focado no combate ao desperdício e no uso racional
de água. Todas as fábricas seguem uma cartilha, conhecida
internamente como Mandamentos da Água, em que são destacadas
práticas como a manutenção de equipamentos para
impedir vazamentos e o acompanhamento constante dos índices
de cada uma das fábricas.
INTERNACIONAIS
CHINA - O governo admite que mais de 70% dos
rios e lagos do país estão contaminados. A notícia
é mais um sinal de que o governo do Partido Comunista enfrenta
dificuldades para encontrar um equilíbrio entre o acelerado desenvolvimento
econômico e o impacto ambiental.
Maior consumo de água engarrafada do mundo está nos Emirados
Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) – A demanda mundial
por água engarrafada cresceu significativamente nos últimos
anos. Os Emirados Árabes Unidos são, atualmente, o país
com maior consumo per capita no mundo desse produto. São 265
litros por ano. A Itália aparece em segundo lugar, com 189 litros
e a França em terceiro na lista, com 147 litros. Segundo Richard
Hall, presidente da Zenith International, o alto consumo nos Emirados
é devido a vários fatores, entre eles o crescimento no
volume de turistas visitando a região, a prosperidade do país
e a presença de grandes marcas de água engarrafada. A
empresa irá organizar o Segundo Congresso Mundial de Água
Engarrafada, em Dubai, em setembro deste ano.
Em 2004, o mercado mundial de água engarrafada foi de US$ 50
bilhões. Foram vendidos mais de 150 bilhões de litros
- um crescimento de 50% nos últimos cinco anos”, afirma
Hall. Somente no Oriente Médio, as vendas de água engarrafada
totalizaram US$ 1,7 bilhões em 2004. Consumo por blocos - Dados
da Associação Brasileira das Indústrias de Água
Mineral (Abinam) mostram que a Europa Ocidental, com um volume de produção
em 2003 de 44 bilhões de litros, apresentou a maior média
de consumo per capita. Foram consumidos cerca de 112 litros por ano.
O bloco europeu é seguido pela América do Norte, com produção
de 26 bilhões de litros e média de consumo de 80 litros
anuais, e América Latina, com 27 bilhões de litros e consumo
de 50 litros por ano. Nessa relação, destaca-se o desempenho
dos mercados asiáticos e australianos, que cresceram mais se
100% nos últimos seis anos. A produção nessas regiões
passou de 15 bilhões para 36 bilhões de litros. O consumo
per capita atual é de 10 litros anuais. Na produção
por países, os Estados Unidos lideram. Os americanos produziram
24,3 bilhões de litros em 2003. O México aparece em segundo
– 13,8 bilhões – e a China em terceiro – 11,8
bilhões de litros. O Brasil é o oitavo do ranking, produziu
apenas 6,5 bilhões de litros em 2003. O consumo per capita no
país é de aproximadamente 30 litros por ano.
Até o ano de 2008, a produção mundial de água
mineral deve alcançar 206 bilhões de litros. E o ranking
dos maiores produtores poderá ser alterado. O Brasil deve contribuir
para esse crescimento de 65% no volume produzido. O país deverá
acrescentar a sua produção anual 2,2 bilhões de
litros. Para este ano, a estimativa de crescimento é de 15%.
Congresso mundial - O congresso de Dubai acontece entre os dias 20 e
22 de setembro de 2005 e debaterá a demanda e o fornecimento
de água mineral em todo mundo. O evento é patrocinado
pela Masafi Mineral Water Company, uma das maiores produtoras de água
mineral do Oriente Médio, com produção de 34 mil
garrafas de água por hora. São esperados representantes
de 30 países para o congresso.
SUBTERRÂNEAS
PI: Cisternas acabam com a falta de água
em São Raimundo Nonato
Imagine ter que esperar água minar da pedra
para poder beber. Esse era o drama vivido pelas famílias do povoado
Tanque Velho, em São Braz do Piauí, a 30 km do município
de São Raimundo Nonato. Lá, segundo o agricultor Luiz
Lopes de Almeida, as pessoas ficavam até altas horas da noite
esperando. “Quando eu era menino, isso aqui era um barreiro. Construíram
uma barragem na década de 60, mas ela encheu tanto que quebrou.
Na seca, cavávamos barreiros em busca de água”,
conta ele mostrando a antiga barragem e acrescentando que chegava a
atirar na pedra para ver se saía mais água. Dessa pedra,
eles tiravam até 13 latas d’água por dia. Agora,
com as cisternas (ou caldeirões, como eles chamam) construídas
e entregues neste final de semana pelo Programa de Combate à
Pobreza Rural (PCPR), 69 famílias do povoado passam a ter 15
mil litros d’água de qualidade dentro da própria
casa. “O valor de uma cisterna só sabe quem passa a possuir
uma”, disse emocionado o senhor Raimundo Lopes.
Como ele, várias famílias manifestaram publicamente, durante
a solenidade de entrega, a satisfação. “Estou muito
feliz. É uma pena que só agora, que minha mãe tem
62 anos, é que a cisterna tenha chegado em nossa casa. Ele sofreu
muito tendo que pegar água longe”, declarou o agricultor
José Orlando.
Goiás inicia o levantamento das águas
subterrâneas
Goiás foi o quarto Estado a aderir ao Sistema
Nacional de Informações sobre Águas Subterrâneas.
Para alimentar o banco de dados da Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais, a Secretaria do Meio Ambiente já está fazendo
o levantamento dos poços artesianos existentes no Estado. A previsão
do Superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria, Harlen
Inácio dos Santos, é que esse trabalho seja concluído
até o início do segundo semestre.
Harlen Inácio dos Santos explicou ainda que as informações
do Siagas vão ajudar as empresas perfuradoras de poços
e empreendedores a explorem de forma mais adequada ou até que
desistam do projeto tomando as informações obtidas. Para
ele, o Estado vai transformar aquilo que hoje é um tiro no escuro,
em algo que nos próximos anos, as pessoas vão ter como
referência para saber o volume de água produzido nessas
falhas geológica.
UTILIDADE PÚBLICA
Bovespa terá Indicador de responsabilidade
social e ambiental
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acaba de assinar com
o International Financial Corporation (IFC) - braço do Banco
Mundial (Bird) para o financiamento do setor privado - um convênio
para a criação do Índice de Responsabilidade Social
da bolsa. Segundo o superintendente-geral da Bovespa, Gilberto Mifano,
o convênio prevê que a instituição internacional
vai destinar US$ 70 mil a fundo perdido e custear o projeto do novo
índice.
O índice de responsabilidade social será o segundo nesta
categoria elaborado por uma bolsa de valores. O primeiro é da
Bolsa da África do Sul, que deve ser lançado até
o fim deste ano. O da Bovespa deve ficar pronto apenas em 2005.
As 40 empresas que vão constar no índice serão
selecionadas entre as 150 companhias com maior liquidez no pregão.
O peso das ações dessas 40 companhias no índice
será ponderado pela quantidade de papéis em circulação
(“free float”). A idéia é que seja dado também
um peso de acordo com o grau de responsabilidade social de cada empresa.
“Temos de ser realistas, não dá para exigir algo
fora da realidade brasileira”, diz Raymundo Magliano Filho, presidente
da Bovespa durante evento de comemoração aos 114 anos
da instituição. Isso significa que haverá graus
de responsabilidade social que vão servir de referencial para
a participação das empresas no índice.
Segundo Magliano, companhias cujos produtos não sejam considerados
socialmente responsáveis, como cigarros (Souza Cruz), bebidas
alcoólicas, armas (Forjas Taurus) ou que tragam risco à
saúde, como amianto (Eternit) não deverá entrar
no índice. Porém algumas que tenham problemas, mas que
se preocupem com o meio ambiente e com a sociedade, como Petrobras e
AmBev, poderão constar no índice, mas com um peso menor,
explica Mifano. Os planos são lançar o índice em
janeiro de 2005, mas isso vai depender de as empresas responderem rapidamente
o questionário, organizado pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
HOMENAGEM
Esta COLUNA está homenageando pessoas que prestaram
ou ainda prestam relevantes contribuições ao Desenvolvimento
da Hidrogeologia, Água Subterrânea e da Perfuração
de Poços Tubulares Profundos no Brasil. Esses ÍCONES de
nosso segmento receberão a MENÇÃO HONROSA intitulada
HIDRO PERSONALIDADES.
LENNART SVEDELIUS – CIA. T. JANER
Nascido na Suécia em 12/12/1914, desembarcou
no Brasil em 1.949, seguido por meia dúzia de sondadores e os
primeiros equipamentos CRAELIUS, dando início dentro da CIA.
T. JANER a secção de Engenharia, Perfuração
de Poços e Pesquisas Geológicas.
A esses pioneiros suecos juntaram-se auxiliares espanhóis,
pernambucanos, catarinenses, cariocas, mineiros e paulistas de Tatuí,
formando entre as décadas de 50 e 80 a maior TRIBO DE SONDADORES
que o “cacique” Lennart liderou constituindo na T. Janer
a maior empresa de perfuração particular do Brasil.
Este “Viking” aguerrido, cara de poucos
amigos, disciplinador, direto, incentivador e delegador de poderes.
Grande esportista (velejador, tenista e golfista) era também
justo, paternal e dono de um grande coração. É
um dos poucos pioneiros vivos que contribuíram para a implantação
e expansão da água de subterrânea no Brasil. Entre
49 e 82 comandou a T. Janer com várias filiais pelo Brasil, com
centenas de sondas operando nos mais longínquos e difíceis
locais, com pioneirismo e muitas vezes contribuindo socialmente para
o abastecimento da população.
Consolidou o nome da T. Janer, considerada e respeitada ainda nos dias
de hoje, pela sua postura ética comercial e pelo desenvolvimento
técnico promovido.
Patrocinou eventos e promoveu viagens de seus técnicos ao exterior,
além de adquirir equipamentos modernos e pioneiros para o Brasil.
Entre 1.969 e 1.971 introduziu no Brasil o sistema roto – pneumático
e o de circulação reversa e em 1.975 adquiriu equipamento
para Poços Muitos Profundos, empregado no poço pioneiro
de Monte Alto. Lennart contribuiu na formação de geólogos
e técnicos, assim como algumas centenas de sondadores e mestres,
muitos deles vindo a se tornarem empresários de sucesso.
Durante sua permanência no Brasil e na T. Janer foi um grande
“Cacique”, puxando as orelhas ou incentivando com prêmios
seus auxiliares mais diretos.
Atualmente mora na Suécia para onde retornou e mora numa ilha
particular. Através desta coluna, acreditamos que podemos dizer
que as Águas Subterrâneas do Brasil aproveitam para agradecer
e dizer ao Sr. Lennart:
MEMORANDO DE FIM DE ANO - 1.954 - T. JANER - SÃO PAULO
Carlos Eduardo Quaglia Giampá,
géologo, conselheiro fundador e vitalício da ABAS, diretor
da DH Perfuração
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