NACIONAIS
Ministra do Meio Ambiente destaca Gerenciamento dos Recursos
Hídricos
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que administrar os
recursos hídricos é o grande desafio da atualidade e
destacou ser a água responsável pela sustentação
da vida. ‘’Não temos como aprender a fazer água,
temos que aprender a manejá-la adequadamente. Precisamos dar
conta da correta preservação desse bem ambiental’’,
lembrou. A ministra participou, em Brasília, das comemorações
dos cinco anos da Agência Nacional de Águas (ANA). Marina
ressaltou que a tarefa da Agência é complexa, mas tem
sido levada com sucesso, viabilizando o uso múltiplo dos recursos
hídricos e suprindo regiões carentes de água.
Durante essa solenidade houve ainda assinatura de convênio com
a Fundação Roberto Marinho para o projeto Águas
do Futuro, assinaturas de contratos de gestão entre a ANA e
o consórcio das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
e outro entre a ANA e o Consórcio Magna/Cohidro para execução
do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica
dos rios Tocantins/Araguaia. Também foi lançado o Sistema
Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos
(SNIR), cujo objetivo é divulgar dados e informações
sobre situações de quantidade e qualidade dos recursos
hídricos no Brasil.
Cobrança pelo uso da água é aprovada para
a bacia do PCJ - Piracicaba - Capivari - Jundiaí
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNHR) aprovou a cobrança
pelo uso da água na bacia do rio Piracicaba. Essa era a última
etapa para que a medida, discutida há quase uma década,
entrasse em vigor. Para 2006 a expectativa de arrecadação
é de R$ 12 milhões. A cobrança entra em vigor
a partir de janeiro. O CNHR é um órgão subordinado
à ANA (Agência Nacional de Águas), cujo presidente
é o ex-prefeito José Machado (PT). O dinheiro arrecadado
pela cobrança será repassado integralmente ao Comitê
das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e
deverá, obrigatoriamente, ser investido na recuperação
da bacia. Os moradores de Piracicaba não pagarão diretamente
pelo consumo uma vez que a cidade capta a água para o abastecimento
público do rio Corumbataí. A cobrança pelo uso
da água na bacia do Piracicaba foi aprovada com base na Lei
Federal 9.433/97. Por isso só vale para rios federais (que
cortam dois ou mais Estados). A lei estadual tramita desde 1998 na
Assembléia Legislativa, mas ainda não foi aprovada.
O Corumbataí é um rio estadual. No primeiro ano de vigência,
o valor cobrado será de 60% do integral aprovado. O Semae (Serviço
Municipal de Água e Esgoto) deverá, portanto, pagar
R$ 0,06 por quilo de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)
presentes no esgoto lançado sem tratamento no rio. Cerca de
32% do esgoto da cidade é tratado. O valor integral previsto
pelo regulamento é R$ 0,10. Em 2007, serão cobrados
75% do montante. E em 2008 a cobrança será integral
com estimativa que a arrecadação total passe para R$
20 milhões.
As empresas que retiram água do Piracicaba também pagarão.
O valor (integral) será de R$ 0,01 por metro cúbico
de água captada e R$ 0,02 pelo de água devolvida, mesmo
que tratada. Haverá desconto para os empresários que
captarem água poluída e devolverem tratada. A maior
contribuinte individual será a Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo), que deverá arcar
com cerca da metade de todo o volume arrecadado no ano que vem. O
valor será cobrado pelos 33 metros cúbicos (33 mil litros)
captados por segundo pela companhia, a partir do Sistema Cantareira.
O presidente da ANA, José Machado, disse ontem ao JP que qualquer
conotação política deve ser deixada de lado.
“Sou ligado ao PT, mas a ANA é uma agência de Estado
e não de governo. A própria Sabesp está consciente
de que precisa ressarcir a região pelos 33 mil litros retirados”.
Machado classificou a aprovação como “um momento
histórico, para fechar com chave de ouro um processo que começou
em 1989 com a criação do consórcio” (Intermunicipal
das Bacias dos rios Piracicaba Capivari e Jundiaí), do qual
Machado foi o primeiro presidente.
20% das Indústrias Paulistas já reutilizam Água
Residual
O consumidor paga hoje apenas pelo tratamento e pela distribuição
da água. Em breve, pagará também pela água
propriamente dita. Para fugir do aumento, a reaproveitar a água
que, antes, era jogada fora. Em São Paulo, 20% das indústrias
já usam a água no mínimo cinco vezes antes de
descartá-lá. O que é água residuária?
É a Água descartada pela indústria e pela agricultura.
O que se faz com ela? Pode ser usada pela indústria ou para
irrigar plantações. Não serve para consumo humano.
Quem mais reutiliza essa água? As Siderúrgicas, a Indústria
automobilística e o Setor Têxtil. Quanto pode ser reutilizado?
2,1 trilhões de litros de água por ano, o equivalente
ao consumo de duas cidades do tamanho de São Paulo.
Fonte: Revista Veja
INTERNACIONAIS
Uruguai quer o Aqüífero Guarani sem controvérsias
O Governo do Uruguai pretende criar um sistema para solucionar as
controvérsias sobre o Aqüífero Guarani durante
sua Presidência do Mercosul, tendo convocado uma reunião
extraordinária para tratar desse assunto em outubro, informaram
à EFE fontes do bloco. O aqüífero Guarani é
uma das maiores reservas de água subterrânea do planeta,
com aproximadamente 37.000 quilômetros cúbicos acumulados.
Situado na parte leste e centro-sul da América do Sul, calcula-se
que o aqüífero abranja uma superfície total de
1.190.000 quilômetros quadrados, dos quais 850.000 correspondem
ao Brasil, 225.000 à Argentina, 70.000 ao Paraguai e 45.000
ao Uruguai, países integrantes do Mercosul.
O Governo uruguaio quer aproveitar que este semestre ocupa a Presidência
do Mercosul para impulsionar o projeto, e para isso convocou de forma
extraordinária o Conselho Superior de Direção
do Projeto Aqüífero Guarani para os próximos dias
14 e 15 de outubro. O projeto tem como objetivo impulsionar estudos
técnicos para o futuro controle e cuidado do aqüífero,
e conta com o apoio da Organização dos Estados Americanos
(OEA) e o Fundo para o Meio Ambiente Mundial, do Banco Mundial.
SUBTERRÂNEAS
Lançamento da Exposição Aqüífero
Guarani na Estação Ciências
Patrocínio: DH – Perfuração de Poços;
Trionic; Ebara e Prominas.
Na foto à esquerda: Guilherme Burgarelli Filho (Ebara) e Valter
G. Gonçales (DH). Já à direita Joel F. Soares
(Trionic), este colunista e Wilson Teixeira (diretor da Estação
Ciências).
A inauguração da Estação Ciências
aconteceu no dia 22 de novembro. Ela está localizada na rua
Guaicurus 1.274 - Lapa - São Paulo-SP. Período de visitação:
horário comercial de terça à domingo
Ceará vai mapear Águas Subterrâneas
Os pesquisadores da Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos (Funceme) estão avaliando as condições
de otimização da capacidade hídrica dos aluviões
- acúmulos de areia depositados nas margens dos rios, ricos
em quantidade e qualidade de água subterrânea. O trabalho
de pesquisa seguirá até o final de 2006 e envolve área
piloto na região de Itapiúna, abrangendo parte dos municípios
de Ibaretama, Ibicuitinga, Itapiúna, Ocara, Morada Nova e Quixadá.
‘Vamos desenvolver duas atividades concomitantes - uma de tratamento
de imagens por satélite, que permite fazer um mapa detectando
os aluviões, e outra em campo para ensaios, a partir de pontos
demarcados‘, adianta o hidrogeólogo Gilberto Möbus,
pesquisador do Departamento de Recursos Hídricos (Dehid) da
Funceme.
Os resultados da pesquisa deverão garantir aos técnicos
condições de avaliar o potencial hidrogeológico
dos aluviões.
Avaliado em R$ 150 mil, financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), com recursos do Fundo
Setorial de Recursos Hídricos (CT-Hidro), o projeto contempla
a criação de uma metodologia a ser usada, no futuro,
em todo o Estado. ‘Com as informações dos mapas,
será possível definir a forma mais racional de exploração
e o adequado destino dos recursos hídricos subterrâneos
para agricultura e o consumo humano‘, aponta Möbus.
A equipe da Funceme vai selecionar um número significativo
de locais e trabalhar por amostragem, testando a capacidade do meio
de armazenar e ceder água. O cruzamento dos ensaios de campo,
com as informações obtidas no mapa via satélite,
vai permitir aos pesquisadores um indicativo mais aproximado sobre
o potencial hidrogeológico do aluvião em determinado
território. ‘Nem todos os aluviões são
bons para retirar água‘, informa o pesquisador, ao assinalar
que a quantidade de argila e material mais fino, encontrados em alguns
pontos, comprometem o potencial. Os aluviões são fontes
hídricas importante para o Ceará.
UTILIDADE PÚBLICA
Meio Ambiente pode votar punição à Hidropirataria
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
encaminhou o Projeto de Lei 5104/05, que torna crime a prática
de Hidropirataria, definida como a captação de água
não autorizada pelo poder público e seu transporte para
águas internacionais ou para território de outro país
para utilização comercial, consumo ou pesquisa científica.
Apresentado pela deputada Ann Pontes (PMDB-PA), a proposta estipula
pena de prisão de dois a quatro anos para o infrator, que também
fica sujeito a multa. O relator, deputado Sandro Matos (PTB-RJ), recomenda
a aprovação do projeto.
Contaminação ambiental
Outro projeto que pode ser votado é o PL 5820/05, da deputada
Maninha (Psol-DF), que condiciona a implantação de empresas
cujas atividades tragam risco de contaminação ambiental
à adoção de um Plano de Controle da Contaminação
Ambiental. O relator, deputado Oliveira Filho (PL-PR), é favorável
à proposta.
Lançamento da Exposição Aqüífero
Guarani na Estação Ciências
Recordar é Viver!
Sede da NGWA - Columbus - Ohio - 1.988
Poço Jorrante Perfurado no Aqüífero
Guarani - Araçatuba-SP - 1.981.
GEOFLUID - 11ª Mostra Internacional - Piacenza
- Itália - 1.996
Acontece no Meio
Fiesp comemora conquistas no projeto de cobrança pelo
uso da água
Duas emendas propostas pela Fiesp no projeto de lei sobre cobrança
pelo uso da água são aprovadas pela Assembléia
Legislativa.
Depois de longos debates, a Assembléia Legislativa aprovou
o projeto de lei 676/2000, que trata da cobrança pela utilização
dos recursos hídricos de domínio do Estado de São
Paulo. A decisão foi comemorada pela Federação
das Indústrias do estado de São Paulo (FIESP), que apresentou
duas emendas ao diploma aprovadas, na íntegra, pelo colégio
de líderes.
Desde sua gestão como presidente da Associação
Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), há cinco
anos, que Paulo Skaf, hoje presidente da Fiesp, vem trabalhando no
sentido de que, mesmo bem intencionado, o projeto não fosse
mais um peso na já sobrecarregada carga tributária que
a indústria enfrenta.
A primeira emenda proposta pela Fiesp consta do parágrafo 5o
do artigo 5o – “Ficam isentos do disposto no “caput”,
todos os dispositivos utilizados para geração de energia
elétrica, exclusivamente para consumo próprio”.
Já a segunda emenda aprovada é a que consta do artigo
15 - “O valor a ser cobrado pela utilização dos
recursos hídricos para a diluição, transportes
e assimilação das cargas lançadas nos corpos
d’água resultará da soma das parcelas referentes
a cada parâmetro, respeitado o teto de 3 vezes o valor a ser
cobrado por captação, extração, derivação
e consumo desde que estejam sendo atendidos os padrões de lançamentos
estabelecidos pela legislação ambiental vigente”.
O projeto seguirá para a sanção do Governador,
que tem prazo de 180 dias para regulamentá-lo.